Na concorrência pela licitação do Maracanã, 777 Partners decidiu procurar WTorre pelo know-how no estádio do Palmeiras
Quarta-feira, 26/10/2022 - 12:35
O Vasco SAF firmou acordo com a WTorre, gestora do estádio do Palmeiras, para concorrer pela administração do Maracanã. O modelo proposto tem similaridades com o Allianz Parque na divisão de tarefas. O grupo vai disputar a licitação do governo do Estado do Rio de Janeiro pela concessão ao consórcio formado por Flamengo e Fluminense.

A informação sobre o acordo entre a Vasco SAF e a WTorre foi publicada pelo blog do PVC e confirmada pela reportagem do UOL.

Ao decidir concorrer pelo Maracanã, a 777 Partners, dona do Vasco, decidiu procurar pela WTorre pelo know-how no estádio palmeirense. A ideia é fazer um modelo similar de gestão no Maracanã caso vença a disputa.

O Palmeiras cuida da operação dos jogos, e a WTorre organiza shows e vende camarotes, respeitando o acordo firmado na construção do estádio. Na arena palmeirense, a empresa também tem 10 mil lugares para serem vendidos.

No caso do Maracanã, a WTorre atuaria na organização de shows, patrocínios, bebidas e comidas e hospitalidade do estádio, isto é, camarotes. Também poderia tentar usar as áreas extras do estádio. Enquanto isso, o Vasco ficaria com a operação do jogo, ingressos e custos. A WTorre firmou uma associação com a empresa Legends, que atua no mercado internacional de hospitalidade em estádio do Real Madrid e o ginásio do Boston Celtis.

O nome do consórcio do Vasco/WTorre é "Maracanã para Todos" e tem a proposta de dar as mesmas condições comerciais a todos os clubes que atuassem no estádio. A ideia era tentar atrair os outros times, como Flamengo e Fluminense e Botafogo, para atender a regra que manda ter 70 jogos em um ano no estádio. Rubro-negros e tricolores estabeleceram alugueis mais caros para o Vasco no Maracanã.

Mas a dupla Fla-Flu já firmou posição de ter seu próprio grupo concorrente, isto é, será bem difícil ocorrer uma associação. Os dois clubes, aliás, romperam com o Vasco em uma disputa por realização de jogos no Maracanã. Essa briga mostra que as discordâncias não são só sobre condições comerciais, mas calendário para os jogos.

O consórcio liderado pelo Vasco considera que a regra dos 70 jogos não é impedida de participar, mas tem um valor alto por pontos na disputa pela licitação. Sendo assim, o consórcio Fla-Flu também não atingiria o número total, mas tem uma pontuação mais alta.

A WTorre e o Vasco projetam compensar com geração de receitas extras não-exploradas atualmente no Maracanã. O número de shows tem sido reduzido, de fato, até pelo excesso de jogos. Assim, seria possível gerar caixa para pagar de manutenção e reparos do Maracanã. Há um entendimento de que o estádio tem setores depreciados.

Não há definição dos dois lados até agora sobre valores de outorga para o governo do Estado. As condições da licitação do Maracanã preveem ainda privilégios para o governo do Rio de Janeiro, com cessão de sete camarotes e ingressos gratuitos para o poder público.

Fonte: Coluna Rodrigo Mattos - UOL