O Vasco não desistiu, mas também não vai aguardar a chegada de um diretor executivo para tocar o planejamento do futebol para 2022. Diante de muitas negativas e da dificuldade em encontrar este profissional, Carlos Brazil ganhou força e vem comandando as principais decisões do departamento no dia a dia do clube. É ele que vem agindo no mercado e definindo a reformulação do elenco.

Brazil foi anunciado na semana passada para o cargo de gerente geral, mas na prática ganhou poderes de executivo. Ao menos até a chegada de um nome forte, algo ainda sem previsão. Jorge Macedo, atualmente no Ceará, foi o personagem mais novo em uma lista de insucessos, que conta com Anderson Barros, Alexandre Mattos e Juninho Pernambucano.

Diante das negativas, o cenário é de indefinição até mesmo quanto à estrutura do futebol. Após encerrar negociações com Ricardo Gomes, o Vasco também desistiu de trazer Fernando Prass para o cargo de coordenador técnico, algo que estava muito bem encaminhado e surpreendeu.

O clube repensa nomes e a própria estrutura. Na mesa, há a possibilidade de profissionais que trabalharam com Brazil no Corinthians retornarem ao Vasco para encorpar o departamento, caso de Eduardo Húngaro, por exemplo. Ainda não há, no entanto, uma definição.

Vasco tenta antecipar chegada de Zé para apresentar planejamento

Apesar do cenário de dúvidas, no qual nenhuma contratação foi anunciada, o Vasco tenta avançar em algumas situações. Definiu nos últimos dias saídas de Morato e Marquinhos Gabriel, que inicialmente estava nos planos. Brazil também vem negociando a rescisão de contrato do zagueiro e capitão Leandro Castan. Mesma situação do goleiro Vanderlei, que atingiu a meta de renovação, mas não deve permanecer.

O dirigente fala por videoconferência com Zé Ricardo várias vezes por dia. Do Catar, o treinador participa das decisões em relação ao elenco. Quem sai, quem chega, tudo passa pelo crivo de Zé. Brazil também está em constante contato com presidente Jorge Salgado, que centralizou as decisões do futebol desde a saída de Alexandre Pássaro, em 11 de novembro.

A previsão é que, logo desembarque no Brasil, Zé Ricardo, Carlos Brazil e Jorge Salgado quebrem o silêncio e façam uma coletiva de imprensa para apresentar o planejamento do futebol para 2022 - o presidente, aliás, não dá declarações públicas desde 28 de novembro, quando se pronunciou sobre a permanência na Série B.

A expectativa é por anúncio de reforços e membros da comissão técnica, além da programação da pré-temporada, a princípio, prevista para ter início em 3 de janeiro, no CT Moacyr Barbosa. Atualmente Yuri Lara, volante destaque do CSA na Série B, é o nome mais próximo de reforçar o elenco.

Salgado cria novo comitê para aconselhá-lo no futebol

Paralelamente à montagem do novo departamento de futebol e alvo de pressão da oposição para dar explicação sobre o insucesso em 2021, Jorge Salgado criou um Comitê Consultivo, com nomes da diretoria administrativa e conselheiros, para aconselhá-lo. Esta informação foi divulgada inicialmente pelo site Jogada 10.

Fazem parte do conselho o vice de Projetos Especial, Pedro Seixas, o vice de Esportes Olímpicos, Marcel Kaskus, além dos conselheiros Cláudio Cardoso (Desenvolve Vasco) e Flávio Lopes (Confraria), membros de grupos que apoiaram Salgado na eleição. É a segunda tentativa da atual direção de ter um grupo de suporte.

Ao tomar posse, Salgado criou o Comitê do Futebol, que teve um funcionamento tímido. Fizeram parte o vice-presidente Carlos Roberto Osório, o vice de Finanças, Adriano Mendes, o CEO Luiz Mello e o então executivo Alexandre Pássaro.

Segundo o ge apurou, os conselheiros não terão poder de decisão no dia a dia do futebol, mas irão assessorar e aconselhar Jorge Salgado. Ao menos na teoria, por exemplo, eles não terão acesso a Zé Ricardo ou Carlos Brazil, mas poderão apresentar sugestões relacionadas ao futebol ao presidente. Caberá a Salgado filtrar o que será levado adiante.

O objetivo, segundo pessoas ligadas a Salgado, é arejar e trazer uma visão mais ampla, de vascaínos, para o futebol, algo que a direção sentiu falta na última temporada, uma vez que todo departamento foi centralizado pelo diretor Alexandre Pássaro. Na prática, além dos conselhos, o presidente traz figuras políticas para mais perto do futebol, uma vez que, no momento, não há planos de empossar um VP no departamento, algo previsto no organograma da campanha.



Fonte: ge