Wagner Lopes, técnico do Vitória, prevê jogo difícil contra o Vasco em São Januário
Quarta-feira, 10/11/2021 - 04:02
Seguindo a lógica de "o próximo jogo é o mais importante", o Vitória vai para mais uma batalha na Série B, desta vez contra o Vasco, em partida marcada para esta quarta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), no estádio São Januário.

A quatro rodadas do fim da Segundona, o Vitória é o penúltimo colocado e a diferença para o Brusque, primeiro time fora do Z-4, é de quatro pontos. O risco de rebaixamento é de 97%.

Apesar da situação delicada, o técnico Wagner Lopes tem reiterado a confiança de que o time não cairá para a Série C. Em entrevista concedida nesta terça-feira, ele falou sobre o que espera do jogo.

"Eu projeto um jogo difícil, que o Vasco, na maior parte do tempo, vai ter a bola. A gente vai ter que saber fechar os espaços, saber contra-atacar, explorar as transições ofensivas. A gente não vai lá só para marcar. A gente vai lá para jogar também. Ter ousadia com responsabilidade", afirmou.

Ainda que vá enfrentar um adversário sem objetivos no campeonato, já que a chance de acesso do Vasco foi reduzida a praticamente zero, o treinador rubro-negro sabe que não encontrará moleza.

Wagner Lopes confessa que preparou o grupo para duas situações: o Vasco vencendo ou perdendo para o Botafogo, no último final de semana – o Bota acabou goleando o Vasco por 4 a 0.

- Antes do jogo contra o Botafogo, a gente procurou se preparar de duas formas. Se o Vasco ganha, ele vem motivado, vem com tudo para cima, para confirmar a possibilidade de acesso. Se perde, vem para dar a resposta, para buscar a vitória, fazer valer o tamanho da sua camisa. Em qualquer situação, a dificuldade vai ser grande. Mas nós fizemos uma boa preparação, e cada jogador sabe da importância do jogo – disse.

Diante do Vasco, Wagner Lopes sabe que uma vitória é fundamental para que o risco de rebaixamento não se torne insustentável, mas ele evitou projetar um cenário de "terra arrasada".

- Esse jogo é importante, de três pontos, que a gente precisa vencer para elevar as chances de permanência na Série B, para não levar os números para um lugar que a gente não consiga mais alcançar. Matematicamente, é um jogo muito importante, que a gente precisa vencer. Mas depende dos outros resultados. Se a tabela de baixo continuar sempre com os mesmos números, vai se prorrogando essa matemática. A gente espera um bom resultado, mas, se todo mundo não vencer, continua da mesma maneira – afirmou Wagner.

Confira outros trechos da entrevista de Wagner Lopes

Cuidados com o corpo

- A gente tem passado muitas situações. Uma das coisas que eu mais pontuo é que cada jogador representa a sua própria empresa. Dentro dos cuidados individuais de cada jogador, a máquina de ganhar dinheiro dele, é o corpo. E, obviamente, ele coloca a máquina dele de ganhar dinheiro, que é a grande vitrine, nesses momentos de dificuldade, que você precisa daquilo para dar resultado em um momento que a pressão é muito grande. Tivemos, ao longo da nossa carreira, alguns momentos decisivos, onde você precisava vencer para não cair, tanto no Campeonato Paulista, quanto na Série B. Nesse momento de dificuldade é que você encontra os grandes líderes. Aqui não tem sido diferente. A gente tem descoberto jogadores com característica de liderança. Vamos completar agora, dia 13, três meses, então você começa a conhecer o ser humano agora. Você vai conquistando a confiança. Fazendo com que eles comecem a render mais. O próximo jogo sempre vai ser o mais importante. Esse jogo contra o Vasco é de muita importância, que você vai colocar sua empresa na vitrine, e é fundamental você ter um bom desempenho. A gente tem trabalhado nesse aspecto para que tenha um mental forte para o próximo jogo.

O que tem passado para os mais jovens?

- Jogos decisivos precisa de um mental forte. Venho conversando sobre focar, ter motivação lá em cima, não aceitar provocação, principalmente no pré-jogo, que a gente sabe que cada um tem a sua opinião nas redes sociais. Mas, lá dentro, são os jogadores que resolvem. Então, é trabalhar no que a gente conversou, acreditar que a gente tem condições de fazer um grande jogo e conseguir um resultado positivo. E, principalmente, é todo mundo ser guerreiro, honrar a camisa do Vitória, lutar por si, pelo clube, pela família. Cada jogador aqui representa a própria empresa, a própria família, e tem um clube cm uma história maravilhosa atrás de nós. Honrar essa camisa é fundamental em todos os jogos. É ter calma e concentração, ter paciência, porque vai ser um jogo nervoso. A cobrança do outro lado também é grande. Precisamos duelar com o Vasco e buscar fazer o nosso melhor, porque eu tenho convicção de que vamos conseguir ficar na Série B.

Manutenção da base

- Há oito, nove ou dez rodadas atrás, o rendimento dos atletas não era esse rendimento que eles passaram a ter. Como a gente trabalha com desenvolvimento de processos, esses mesmo jogadores não estavam conseguindo o rendimento de agora. Na verdade, a gente oportuniza o que estamos vendo no treino. O David já vinha treinando de referência há muito tempo. A gente já vinha utilizando como falso 9, só que as coisas vão encaixando, os treinos de finalizações, táticos... Tudo isso corrobora para que você encontre soluções dentro de mudanças que aconteceram na tabela, no nosso elenco. Nós tínhamos o Pablo e Fernando como dupla de volantes. De repente, Pablo teve que viajar, e demos oportunidade para João Pedro e Eduardo, que fizeram bons jogos. Mas quem mudou o momento foram eles. Isso eu chamo de meritocracia. Treinou bem, vai para o jogo. Não treinou bem, você não põe para jogar. Vai passando a semana, eles vão entendendo a filosofia de trabalho, a maneira como a gente gosta de jogar. Isso a gente constrói trabalhando, conhecendo os jogadores, muitas vezes buscando novas soluções. Tem muito trabalho dos jogadores, tem muito trabalho da comissão técnica tem a fase do jogador, que, às vezes, está em uma fase boa, às vezes está fazendo tudo certo no treino e a coisa não flui, às vezes uma noite mal dormida, uma ansiedade exagerada. Tudo pode influenciar. A maré mudou, os jogadores estão mais confiantes. Isso tudo tem que ser levado em consideração.



Fonte: ge