Conselho Fiscal recomenda reprovação das contas de 2020 do Vasco
Segunda-feira, 04/10/2021 - 22:16
Bruno Braz @brazbruno
Conselho Fiscal do Vasco recomendou a reprovação das contas do exercício de 2020 do clube, enumerando tópicos como o aumento dos processos trabalhistas, renovação com a Kappa, suposta venda irregular de camarotes em SJ, entre outros…

Fonte: Twitter do jornalista Bruno Braz/UOL


Conselho do Vasco recomenda reprovação das contas de 2020 e faz denúncias

O Conselho Fiscal do Vasco protocolou hoje (3) o seu relatório onde recomenda a reprovação das contas do exercício de 2020, apontando uma série de denúncias do último ano da gestão do ex-presidente Alexandre Campello e cobrando uma apuração rigorosa em cima dos temas.

Assinado pelo presidente do órgão, João Marcos Gomes de Amorim, e pelos membros efetivos João Marcelo Fernandes Lucas e Silvio Roberto Vieira Almeida, o documento enumera como principais argumentos para a não aprovação os tópicos: "Descontrole de processos e dívidas trabalhistas", "antecipação de renovação contratual infundada e desvantajosa (com a Kappa)", "venda irregular de camarotes no estádio (incluindo um para Campello)", "concessão irregular de títulos de sócio Proprietário Benfeitor", contratação de empresa para prestação de serviços em operação de jogos de forma indevida" e "verificação da execução do orçamento".

Aumento de R$ 119 milhões em processos trabalhistas

No primeiro item, classificado como "descontrole de processos e dívidas trabalhistas", o Conselho Fiscal destaca que foram encontrados 63 processos até então desconhecidos e que elevaram a dívida nesta categoria em mais R$ 119 milhões. O órgão pede que o fato seja "plenamente apurado, com os esclarecimentos das razões e adoções das medidas cabíveis que o caso requer.

A situação deste aumento inesperado da dívida trabalhista foi apresentado pela auditoria externa que foi contratada pela diretoria atual, comandada pelo presidente Jorge Salgado.



Renovação com a Kappa considerada "desfavorável"

No item denominado "antecipação de renovação contratual infundada e desvantajosa", o Conselho Fiscal detalha a renovação de contrato com a fornecedora de material esportivo "Kappa" com mudanças no acordo que, no entender dos fiscais, foram desfavoráveis ao Vasco. Entre os pontos, cita o aumento da multa rescisória que o clube é obrigado a pagar de R$ 3,5 milhões para R$ 6 milhões; a proibição da mudança de fornecedor durante o período do contrato vigente; e a renovação antes do cumprimento de metas estabelecidos no acordo anterior.

O tópico cita ainda detalhes de contratos que o Vasco fez com empresas para a criação de uma marcada voltada para as divisões de base e também para a gestão da "megaloja" de São Januário.



Venda de camarotes em São Januário

Neste item o Conselho Fiscal denuncia supostas vendas irregulares de cinco camarotes em São Januário ao preço de R$ 5 mil para integrantes da então Diretoria Administrativa, sendo um para o próprio ex-presidente Alexandre Campello. O documento diz que quatro deles sequer constam no controle do clube como aptos e disponíveis para negociação; que um dos referidos sequer consta no patrimônio do clube; que não houve solicitação ou comunicado da diretoria sobre estes negócios.

O documento informa ainda que as pessoas envolvidas nesta compra foram notificadas pela atual diretoria e receberam a devolução dos valores, cancelando, assim, todas as vendas.



Concessão irregular de títulos de sócio

Neste tópico, o Conselho Fiscal cita que "verificou-se que no ano de 2020 houve a concessão de expressivo número de títulos de Sócio Proprietário Benfeitor, conhecido como "Benfeitor Remido" sem o ingresso de valor correspondente para a aquisição do título. No total, foram 26 novos títulos concedidos no ano".



Contratação de empresa para prestação de serviço

Neste item, o Conselho Fiscal aponta que o contrato firmado com a empresa "R&C Serviços e Equipamentos" para a prestação de serviços no que se refere a operação dos jogos foi desvantajoso ao Vasco, com um aumento de 60% no valor do que era gasto quando a operação era feita pelos funcionários do clube.

Os conselheiros apontam ainda uma discrepância entre o valor que o clube gastará ao final do contrato com a aquisição das grades da empresa (cerca de R$ 1 milhão) em comparação com o preço de mercado segundo pesquisa levantada pelo departamento de patrimônio (cerca de R$ 400 mil).





Fonte: UOL


Íntegra do parecer do Conselho Fiscal sobre as contas de 2020 do Vasco



Fonte: ge