Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Lisca após Vasco 1 x 2 São Paulo
Quinta-feira, 05/08/2021 - 00:36
Numa atuação em que conseguiu travar duelo equilibrado até ter Léo Jabá expulso aos 33 minutos do primeiro tempo, o Vasco acabou eliminado da Copa do Brasil nesta quarta-feira ao ser novamente derrotado pelo São Paulo. Após o revés por 2 a 1, o gaúcho Lisca disse que não abordaria a arbitragem do conterrâneo Anderson Daronco, mas acabou citando todos os lances com os quais não concordou.

Afirmou ter discordado da anulação do gol de Cano, marcado no primeiro tempo, e de pênaltis não marcados em Léo Jabá (Miranda tocou em seu rosto com o braço) e em Galarza (solado por Rodrigo Nestor).

- Fizemos um gol, mas na minha concepção um gol legal. A nova regra diz que não é mais questão de anulação quando a bola bate na mão ocasionalmente. Teve o pênalti no Jabá. Tivemos a expulsão do Jabá, aí sim acho que ele entrou muito forte. Ele talvez estivesse muito irritado com a não marcação. Depois da expulsão, baixamos a linha de quatro. Logo depois voltamos num 4-3-2 tentando ser mais ofensivos. Mas aí ficamos muito vulneráveis. Baixamos de novo, Sarrafiore entrou muito bem. Cayo fazendo dobra com o Léo. Tivemos mais um pênalti no Matías. Infelizmente a arbitragem não viu e o VAR também não. Depois a expulsão do Castan. Ele botou com o joelho na sola, e eles optaram por isso. Aí o jogo ficou totalmente atípico e ruim para nós.

- Enquanto estava 11 contra 11, eu gostei demais da atitude, da postura e da agressividade. Logo depois tivemos o gol anulado, a expulsão, e ficou muito difícil reagir com a qualidade do São Paulo. Mesmo assim fizemos o nosso gol, mas ficava muito difícil buscar os pênaltis. O que fica é uma energia extra. Temos que levar essa indignação para a Série B. Que fica de positivo é que só vamos focar na Série B.

Confira outros tópicos:

Escolha tática e esquema 3-3-1

- Não vou falar de arbitragem porque já tive muitos problemas na minha vida. A escolha não foi para espelhar o time do São Paulo. Estávamos preocupados com os dois atacantes. O São Paulo talvez seja o único time com dois atacantes que joguem muito próximos. Expusemos demais o Miranda e o Castan no primeiro jogo.

- Apesar de o pessoal ter feito a leitura da escalação depois do treino de ontem. Jogamos no 3-3-1. Trabalhamos com Juninho, Bruno (Romulo) e Zeca na segunda linha. Depois Marquinhos, Morato e Jabá. E o Cano na frente.

Elogios a Miranda

- Gostei do Miranda, gostei de uma série de situações, esse sistema foi mais em cima do estilo do São Paulo. Não podemos ter só uma maneira de jogar. Temos objetivos grandes nos próximos quatro jogos. E vamos levar coisas positivas para os próximos jogos.

3-3-3-1 é opção?

É uma opção. Entrou bem principalmente quando enfrentarmos times com dois atacantes. É um ponto alto deles, inclusive as bolas em diagonais do Benítez. Temos um modelo mais estabelecido, com mais posse e circulação. Precisamos de alguns ajustes. Mas é importante ter variações ofensivas e defensivas. Pelos 25 minutos, apresentamos competitividade e estávamos melhor do que o São Paulo.

Com VAR é outro campeonato?

- Vai ser outro campeonato. No primeiro lance, o VAR chamou. Deveria ter o VAR desde o começo, mas é uma decisão da CBF. No ano passado, ele fez falta para o América-MG.

Animado com o que o Vasco fez no início do jogo

- O que falei depois do Botafogo é que tivemos 69% de posse de bola, tivemos o controle, mas o Botafogo jogou num modelo mais reativo e baixo. No futebol brasileiro, o time que tem menos a posse ganha várias vezes. Eu falei foi da questão da contundência ofensiva. A gente teve o controle, mas não conseguiu transformar em vantagem. Falei no sentido de aproveitar o controle do jogo. Quem propõe a bola tem a iniciativa, mas foi muito competente o Botafogo. A atitude no início do jogo já foi bem melhor hoje.

- Fiz essa colocação porque precisávamos ter esse entendimento de ser contundente e ter a vibração. Se a gente mantiver esse nível dos 20 primeiros minutos, temos muitas chances de acesso. A resposta dos jogadores no treino e no início do jogo me deixam muito confiante.

- No ano passado, quando eu estava no América, tínhamos só mais dois pontos do que o Vasco tinha hoje. No segundo turno, o América só perdeu um jogo para o Cruzeiro e com um monte de problema de arbitragem. Eu estou muito confiante, acredito demais nos jogadores, na torcida e na diretoria. Nós vamos dignificar e lutar muito.

Início da arrancada: "Hora de tirar as criancinhas da sala"

- Pode ter certeza que hoje foi o início da nossa arrancada. Vamos buscar tirar toda essa indignação que vi no vestiário para levarmos como combustível para os próximos jogos. Como dizia meu presidente do Luverdense, é tirar as criancinhas da sala no segundo turno, que é onde a onça bebe água. Estou muito confiante e esperançoso no Vasco.

Reafirma que 3-3-3-1 não é seu esquema predileto

- Se você olhar bem o jogo no Morumbi, a gente travou mais o Léo quase que como um terceiro zagueiro. Meu modelo de jogo não é que eu não goste de três zagueiros, mas gosto mais da linha de quatro. Não tenho preconceito com qualquer sistema. Para esse jogo, achei que foi a melhor forma de neutralizar e agredir o São Paulo. E não sofrer como sofremos nas transições.

- Saímos na frente com um gol totalmente legal. Há uma nova determinação da regra. Não é o meu sistema predileto, mas é sempre uma alternativa com as nossa necessidades. Léo saiu por questão tática, não por técnica ou cansaço. Ernando já fez a lateral direita no Goiás, Bahia e no Inter. Achei que para essa partida era o melhor. É só você ver como o jogo estava antes das interferências da arbitragem.

Fonte: ge