Ricardo Graça diz que jejum contra o Urubu incomoda: 'Tentar acabar isso na 5ª-feira'
Terça-feira, 02/02/2021 - 15:41
O zagueiro Ricardo Graça admitiu que a atual invencibilidade de 16 jogos do Flamengo no clássico incomoda o Vasco. Entre 2017 e 2020, o time rubro-negro acumula sete vitórias e nove empates. Situação que, ao mesmo tempo, na visão do atleta, não pode atrapalhar a equipe de Vanderlei Luxemburgo na luta contra o rebaixamento.

Graça concedeu entrevista coletiva nesta terça. De acordo com ele, o Vasco deve pensar no presente para tentar dar fim ao jejum de vitórias contra o rival.

- Os números com certeza incomodam bastante, mas acho que também não temos de levar o peso dos jogos passados para agora. Temos que esquecer o passado e focar nesse próximo jogo, que é o mais importante para gente. Tentar acabar isso na quinta-feira. Com certeza o Vanderlei Luxemburgo sabe o que é melhor para tentarmos vencer - disse o defensor.

Como o capitão Leandro Castan está suspenso, Graça será titular. A escalação foi confirmada por Luxa logo após o empate sem gols com o Bahia no domingo. Em 2019, no 4 a 4 pelo Brasileiro, o zagueiro também substituiu o capitão.

- Aquele último clássico eu comecei jogando, o Castan estava suspenso. Isso já passou, fazem dois anos praticamente. É outro momento, outro time. Vamos deixar o passado para trás. Será um jogo na quinta difícil e precisamos ganhar - completou o atleta.

Confira outros tópicos:

Garotos da base acostumados a clássicos

- A gente que é da base e joga no Vasco desde garoto está acostumado a jogar três ou quatro Vasco x Flamengo por ano. No profissional é um pouco diferente, no Carioca você pode jogar uma vez e não jogar na outra. É bom ver o Vasco revelando muitos garotos. O clube tem que fazer assim: mesclar. Quanto mais o Vasco revelar atletas melhor.

Como parar o Flamengo?

- Depois do jogo te respondo se eles não fizerem gols. Estou brincando (risos). São jogadores muito perigosos, temos que respeitar o ataque deles. Eles têm vários jogadores qualificados, joguei com o Pedro na base. Vamos trabalhar com Vanderlei para pará-los e, se Deus quiser sair, com a vitória.

Dificuldades na recuperação da apendicite

- O mais difícil é o ritmo de jogo quando fica 16 dias sem treinar. Perdi massa muscular. Quando você fica sem poder malhar e sem ir à academia é difícil. Joguei com Palmeiras e Bahia e, treinando bem, tenho certeza que vou estar pronto para dar o meu melhor no jogo.

Sabor especial para atrapalhar o Flamengo na busca pelo título?

- Acho que a gente não tem que transferir a responsabilidade do adversário para nossa. Com certeza jogar um clássico tem motivação a mais. Quando você veste a camisa do Vasco e joga um Clássico dos Milhões tem motivação diferente. Pena que não tem torcida, com torcida seria bem melhor. Cada um tem que ganhar. Cada jogo vale três pontos. Todos os jogos são finais pra nós, tanto o do Flamengo, que é o próximo, quanto o do Goiás, que é o último. O "algo a mais" é o que a gente dá em todo jogo e, se Deus quiser, vamos sair com a vitória.

Relação com Luxemburgo

- Luxa dispensa comentários, me ajudou bastante quando chegou, continua me ajudando bastante. Foi um dos melhores senão o melhor que já trabalhei. A volta dele é boa porque nós o conhecemos, fizemos campanha boa com ele em 2019, conseguimos ir para a Sul-Americana. Espero que a gente consiga aproveitar a volta dele e fazer uma campanha melhor do que em 2019 quem sabe.

Elogios a Cano

- O Cano é um excelente atacante, já falei para conhecidos e até para ele mesmo. Nunca vi um cara com um poder de finalização para fazer o gol. Às vezes ele não precisa de nenhuma bola, ele mesmo cria a situação. Contra o Fluminense foi assim, o cara chutou, ele se jogou na frente e fez o gol. É um dos melhores atacantes do Brasil. De aproveitamento de finalização, para mim, é o melhor. É um cara chato, de muita movimentação, está sempre procurando espaço. Quando ele encontra, ele faz o gol. Admiro muito apesar de não ser da minha posição, eu o gosto muito dele.

Impaciência da torcida com a prata da casa

- Acho que é questão do futebol mesmo, da imprensa. Quando você lida com emoção é difícil controlar. Pode ser que Ricardo Graça seja o melhor do mundo num jogo e que vire o pior do mundo em outro jogo. Minha dica para quem é da base é para ignorar as críticas destrutivas, ouvir apenas as construtivas. Ninguém caiu aqui de paraquedas. Normal você receber críticas, você vai receber dos seus familiares e da torcida. Quando eu for mal, a torcida vai cobrar. E ela está certa. Pode ser que eu falhe, o importante é saber que atitude eu vou tomar após a falha. Você tem que sempre manter a cabeça no lugar. Quando você está bem não é o melhor do mundo. Quando você está mal também não é o pior do mundo. Críticas fazem parte.

Ricardo Graça (23 anos) e Marcelo Alves (22), dupla jovem de zagueiros

- Quando vamos jogar, não pensamos em idade. Pensamos em fazer o nosso. Idade é só um número, o que importa é o que a gente vai fazer quinta-feira. O Marcelo foi muito bem no último jogo e eleito justamente o craque do jogo. Espero que a gente possa fazer uma bela dupla e que a gente saia com uma vitória.



Fonte: ge