Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Ricardo Sá Pinto após Vasco 1 x 0 Santos
Domingo, 20/12/2020 - 20:11
Após quatro rodadas sem vencer, o Vasco voltou a comemorar três pontos neste domingo. Com gol de Carlinhos logo no início de jogo, a equipe derrotou o Santos por 1 a 0, em São Januário, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro.Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Ricardo Sá Pinto comemorou o "pequeno passo" do time na luta contra o rebaixamento. Apesar do resultado positivo, o Cruz-maltino se manteve em 17º lugar na tabela de classificação.

– A equipe já merecia ter tido melhores resultados anteriormente. E hoje foi a recompensa de um trabalho sério, sólido. Os jogadores têm entregado muito nos treinos durante a semana, têm acreditado em nós, na equipe técnica, na nossa filosofia de trabalho, nossas ideias. Tivemos a recompensa para já, mas é um pequeno passo para aquilo que nós queremos. Foi uma vitória importante, todos sabem disso, mas ainda faltam muitas vitórias importantes pela frente. E é esse o nosso objetivo: já ganhar o próximo jogo também – disse o treinador.

Veja outros trechos da coletiva:

ANÁLISE DO JOGO

– Finalmente voltamos a ganhar. Ter semanas mais cheias não só nos ajudou a recuperar fisicamente e mentalmente do esforço que fizemos por muito tempo, mas também nos ajudou a treinar, melhorar, corrigir algumas situações. Jogamos contra uma grande equipe, que fez um grande jogo na quarta-feira contra o Grêmio, em que aniquilou completamente o Grêmio, foi muito agressivo, muito impressionante. É um adversário muito difícil, como nós sabemos.

– Provavelmente muitas poucas pessoas acreditavam na nossa vitória. Mas nós nos preparamos muito, os jogadores se prepararam muito mentalmente, fizeram uma semana de trabalhos muito boa. Os treinos têm sido muito competitivos. E apesar das baixas importantes que tivemos, porque são notoriamente importantes os jogadores que não puderam fazer parte deste jogo, tivemos outros também que não jogavam há algum tempo que deram uma grande resposta, mostraram-se disponíveis, aptos a ajudar a equipe, o valor que tem, que são soluções. Para mim, foi muito importante receber da parte deles esta prestação que tiveram hoje.

– A equipe foi muito sólida, inteligente, competente, organizada. Pressionou quando tinha que pressionar, baixou quando tinha que baixar, entergou o jogo ao adversário quando teve que entregar. Apesar de terem mais posse de bola, mas foi uma decisão nossa pela qualidade que eles têm. Sabíamos que podíamos fazer mais do que um gol a qualquer momento. Tivemos as melhores oportunidades, umas três de fazer o gol, e não me lembro de nenhuma clara deles, sinceramente. Tiveram dois arremates lá para cima, um cruzamento, enfim... Bolas paradas muitos, pequenas faltinhas, algumas para mim muito duvidosas, mas... Nós controlamos muito bem o adversário, um adversário forte.

ALÍVIO E PROJEÇÃO PARA A PRÓXIMA PARTIDA

– Foi uma vitória importante. Vai ser uma luta forte, uma luta até o final. Nosso primeiro objetivo a essa altura, faltam ainda 13 jogos, é realmente sair da zona em que estamos. E isso queremos fazer o mais rapidamente possível. É um campeonato muito difícil e competitivo, como já sabemos. Todos podem ganhar de todos, mas esperamos outro grande jogo contra o Atlético-PR, uma equipe muito boa também, que joga em casa, que está a lutar por um objetivo como o nosso. Portanto, vai ser um jogo difícil.

– Sem dúvida alguma, acho que a equipe já merecia ter tido melhores resultados anteriormente. E hoje foi a recompensa de um trabalho sério, sólido... Os jogadores têm entregado muito nos treinos durante a semana, têm acreditado em nós, na equipe técnica, na nossa filosofia de trabalho, nossas ideias. Tivemos a recompensa para já, mas é um pequeno passo para aquilo que nós queremos. Foi uma vitória importante, todos sabem disso, mas ainda faltam muitas vitórias importantes pela frente. E é esse o nosso objetivo: já ganhar o jogo também.

MUDANÇA DE ESQUEMA

– Eu não mudei o esquema, posso ter mudado os jogadores. Nós jogamos no esquema inicial de 4-2-3-1. Temos jogadores com determinadas características: uns com características mais avançadas, outros com características mais defensivas, outros com mais profundidade, outros com características no "1 para 1"... Enfim, temos diversas características, mas jogadores que podem jogar em diversas funções do meio de campo.

– Tivemos jogadores importantes que não jogaram. O Benítez, o 10, que é um jogador muito importante na nossa estrutura e, portanto, tem aquelas características de meia-atacante. O Carlinhos também sabe fazer, como fez hoje muito bem. O Juninho também pode fazer, ainda que precise evoluir taticamente porque ainda não tem a cultura de todos os jogadores, mas soube com a bola ajudar a equipe e fazer coisas muito boas. Fez um jogo muito bom.

– Mas eu não mudei o esquema. O Carlinhos sempre jogou em um dos corredores ou como meia-atacante. O Juninho também já tinha jogado no corredor e também já tinha jogado como meia-atacante e ponta. Os dois médios, voltei a jogar com eles. E joguei com o Vinícius, que é um ala, e o centroavante, o Cano.

– Nós tínhamos também mais propriedades para jogar contra esse adversário, que não só joga bem por dentro, como também muito bem por fora. Faz aqueles triângulos com meia, ala, lateral... Era importante que taticamente pudéssemos segurar esse jogo deles e essa dinâmica. A equipe soube interpretar bem isso, não só fechar os espaços, mas também os corredores. A parte final tivemos que mudar. Eles começaram a arriscar, meteram mais um ponta...

– Não fomos tão pressionantes na segunda parte em relação aos centrais e ao médio, ao volante. Permitiu a equipe deles a entrar mais, também arriscaram mais, nós já não estávamos mais muito frescos, com o calor, para poder fazer tudo que nós queríamos. Tive que assumir a superioridade do adversário em determinada altura. Nós trabalhamos várias estruturas. E eu não considero que o 3-4-3 é um esquema defensivo, acho que até é um bom sistema ofensivo, desde que saibam interpretar e que nós nunca tivemos muito tempo para trabalha-lo ofensivamente. Tivemos agora essa semana, mas também quis treinar no 4-2-3-1 e no 4-4-2. Temos essas duas alternativas para já, além de uma ofensiva, que a equipe se identifica e se sente bem. Dependendo das características dos jogadores e a depender do adversário, vamos adotar uma estratégia diferente.

SITUAÇÃO DO BENÍTEZ: FÍSICA E CONTRATUAL

– Eu falei do Benítez, mas também tenho que falar do Talles, do Léo, do Neto... Jogadores que têm sido titulares e feito bons jogos. O Talles regressou agora, mas foi muito bem no último jogo, acabou por não fazer gol por acaso, mas entrou muito bem. Temos vários jogadores fora. O Benítez é mais um que esteve fora e que, infelizmente, se lesionou no último jogo. Só que se pensava que não era tão grave como foi. Fez uma ressonância magnética, pois estava sentindo dores, e foi constatado um edema. Portanto, não se sentia confortável, ainda tentou ontem treinar, mas não conseguiu.

– Em relação ao futuro dele, ainda não temos a certeza do que vai ser. Quando for, quando soubermos, iremos comunicar.

IMPORTÂNCIA DA VITÓRIA

– Comemoramos como qualquer equipe que tem muita vontade de vencer e que há muito tempo desejava voltar às vitórias. A equipe tem sofrido muitas adversidades e tem sabido lidar de uma forma silenciosa e unida, entre nós. Nós temos sofrido muito. Todos: os jogadores, comissão técnica e colaboradores. Tem sido muito duro para todos, porque sabemos que temos que fazer as coisas bem feitas, aquilo que é possível para ajudarmos o Vasco a ganhar... Não vejo ninguém relaxar ou acomodado, vejo todos envolvidos. Portanto, tem sido muito duro e todas as nossas conquistas são de grande alegria. Hoje estamos todos muito felizes. Espero que possamos ter já no próximo jogo mais alegria, mais uma vitória, mais três pontos.

POUCAS CHANCES DO VASCO, APESAR DA VITÓRIA

– Pelo menos, tivemos três. E o adversário, que é o Santos, que eu volto a lembrar que deu quatro em uma equipe que nos deu quatro, não nos criou uma oportunidade gol. Teve perto, em cruzamentos, mas em jogada corrida, tirando logo aquela no início, em contra-ataque rápido e que e nós soubemos aniquilar, e uma bola dentro da área que foi falta sobre o Fernando, não tiveram nenhuma oportunidade. Eu fico satisfeito como treinador que não deixem que os outros nos criem e que, mesmo que sejam duas ou três, não me importo, desde que uma delas entre e que nós tenhamos os três pontos. É o que eu quero. Porque quem muito ataca, mas também muito sofre... Com a qualidade dos adversários, se nós expusermos muito, podemos passar mal, como já passamos.

– A equipe tem que estar equilibrada. Hoje, o Carlinhos, Deus queira que faça mais, e que o Cano também possa marcar... É importante que a equipe crie e marque, pelo menos. Esse era o objetivo. Só com gols nós conseguimos vitórias.

SUB-20 DO VASCO

– Infelizmente é a primeira vez que pude assistir, porque eles têm jogado muito longe de São Januário, de três em três dias... Vi através de gravações, vi também na internet, enfim, tenho acompanhado os jovens jogadores da base. Inclusive estou farto em pedir para que possa treina-los muito deles, para que possa observar in loco, mas estão sempre a jogar. Mas fica aqui já a promessa que terça-feira terá um treino e vou trazer mais uns jovens jogadores.

– Gostei muito, foi uma vitória também de muita alma, de organização, de uma equipe com boa mentalidade, que quis mesmo ganhar, destemida. E vi talento, vi jovens com talento e com vontade de chegar à primeira equipe. É isso que nós queremos, que eles continuem no processo de evolução e, depois, criar condições para que eles possam vencer aqui.

– Estamos vendo jogadores lá, com 18, 19 anos, como o Pec, que é de lá, que é de cá... Esses também são muito novos, mas já estão na nossa equipe e esses também precisam crescer e jogar. Existe já um número de jogadores que já estão conosco, mas também que ainda não passaram para o outro patamar. Não podemos ter todos ao mesmo tempo, mas vamos tentar ajudar todos da melhor forma possível. Minha intenção é claramente olhar para a base e fazê-los crescer, evoluir e ter a transição que eu acho normal.

Fonte: ge