Beach Soccer: Catarino fala sobre seu 'mentor' Júnior Negão e seu momento no Vasco
Quarta-feira, 18/11/2020 - 10:56
Em 2010, então com 17 anos, Catarino buscava o seu espaço no futebol quando sofreu uma grave lesão. Atuando no campo do Nova Cidade, na Baixada Fluminense, ele teve uma fratura de tornozelo, o que acabou mudando todo o curso a sua vida. De molho em casa, na comunidade do Chapéu Mangueira, Zona Sul do Rio, Catarino viu escapar-lhe uma proposta para jogar no América-RJ, então gerido por Romário e na elite do Carioca. A desilusão, porém, deu lugar à esperança após um convite vindo do astro do futebol de areia Júnior Negão, amigo do seu pai e vizinho de Leme.

- Foi um processo bem difícil essa lesão, porque perdi a chance de jogar pelo América e me tornar profissional num clube da elite. Fiquei ainda mais triste por morar em comunidade e quase não poder sair por causa das escadas do morro. Só saía uma vez de 15 em 15 dias para ir ao hospital tirar raio-x para ver se a fratura estava calcificando direito. Tive o apoio dos meus pais e graças a Deus não entrei em depressão. E a partir de um convite do Júnior Negão a minha vida mudou - contou o jogador, que defende o Vasco, a partir desta quarta, no Brasileiro de futebol de areia, no Rio.

Catarino e Júnior Negão já se conheciam das peladas na Praia do Leme - os dois jogavam no mesmo time, só que no futebol de areia de 11, bem diferente do beach soccer. Ao saber da situação do jovem defensor, Negão o convidou para fazer um teste na equipe do Vasco.

Aprovado, mesmo com alguns vícios dos gramados, Catarino levou cerca de dois anos para se firmar no beach soccer. O ponto de partida para a sua vitoriosa carreira foi o Mundialito de 2012, quando foi um dos destaques da campanha do Vasco, terceiro colocado na competição.

- Eu não tenho palavras para resumir o Júnior Negão. Ele foi muitas coisas no nosso dia a dia. Sempre digo que ele foi o nosso maior motivador, a pessoa que estava ali dando a oportunidade para aqueles que estavam querendo. Todos os dias, eu passava na casa dele pra pegar bola, estacas para armar o campo e treinar sozinho. Ele ali foi um pai na modalidade pra mim e para muitos outros colegas - destacou.

Pelo Vasco, Catarino obteve uma carreira recheada de conquistas, com direito a duas Libertadores, dois Brasileiros, um Circuito Brasileiro e uma Copa do Brasil, títulos que o fizeram chegar à seleção. Campeão da Copa do Mundo Fifa em 2017, o hoje incontestável defensor do time brasileiro já começa a se preparar para o futuro, mesmo tendo apenas 30 anos.

- O que penso para o futuro é aproveitar todas as oportunidades que estou tendo para conciliar com o futebol e me capacitar em alguma área, que no caso é a gestão financeira que estou cursando. Até onde Deus me permitir poder continuar ajudando o meu Vasco e a seleção brasileira - comentou.

Sobre o Campeonato Brasileiro, que acontece a partir desta quarta-feira, no Parque Olímpico da Barra, Catarino acredita que o Vasco é um dos favoritos ao título. O defensor só lamenta não poder contar com o apoio da torcida.

- As expectativas para o Brasileiro são as melhores possíveis. Entendemos o atual momento do clube, mas graças a Deus não vai interferir em nada dentro das quatro linhas. Nossa equipe já vem de anos jogando juntos. A única falta que iremos sentir será da nossa torcida vascaína dando um espetáculo nas arquibancadas - finalizou.

O Vasco está no grupo C do Brasileiro, ao lado de América-RN, Anchieta-ES e Confiança-SE. O grupo D tem Flamengo, Luziânia-DF, Murici-AL e Sampaio Corrêa-MA. A estreia do Cruzmaltino será nesta quarta, às 15h, contra o Confiança. O SporTV transmite todos os jogos a partir de sexta, e a final será no domingo às 14h30.



Fonte: ge