Jardel relembra sua passagem pelo Vasco; veja vídeo
Quarta-feira, 21/10/2020 - 16:13
Jardel, campeão da Libertadores pelo Grêmio, conversa com João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana

O papo dos Canalhas de hoje é com o ex-jogador Jardel, campeão da Libertadores pelo Grêmio. Aposentado desde 2011, ele foi destaque do futebol brasileiro e mundial na segunda metade da década de 1990. Assista.

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Fonte: Youtube UOL Esporte


Jardel: "Fui artilheiro do mundo, em qualquer outro país teria ido à Copa"

Centroavante que ficou marcado como artilheiro em suas passagens por clubes grandes do Brasil como Vasco e Grêmio, além do auge na carreira em Portugal, quando foi goleador no Porto e mais tarde no Sporting, Jardel chegou a defender a seleção brasileira, mas não foi convocado para uma Copa do Mundo.

Em entrevista ao programa Os Canalhas, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, Jardel afirma que em qualquer outro país ele teria jogado uma Copa do Mundo e lamenta que não pôde defender a seleção portuguesa por já ter atuado pelo Brasil.

"Eu só acho que em qualquer outro país do mundo eu iria para a Copa do Mundo. Artilheiro do mundo e da Europa, só no Brasil que não", diz Jardel.

"Mas assisti o jogo da final rezando para o Felipão ganhar. E o Felipão eu já estive com ele várias vezes, conversei, estamos de boa, eu não guardo mágoa de ninguém, não adianta guardar mágoa, isso aí te deixa com mal-estar espiritualmente, fisicamente, em tudo, então, não deu, não deu, não foi, não foi, e passou, vida que segue", completa.

O ex-jogador também analisa a seleção brasileira atual e diz que Tite faz um bom trabalho, mas precisa ganhar uma Copa do Mundo e diz que o próprio torcedor brasileiro perdeu um pouco da paixão pelo futebol pela frustração em mundiais.

"Aquela paixão, vai todo mundo para um bar ver o jogo, todo mundo, não tem. Porque está faltando título. O Tite estava tão bem na última eliminatória, ganhamos e tudo, e eu estava muito confiante de que a gente iria ser [campeão], até apostei várias jantas aqui e almoços que eu perdi, mas não tem aquela paixão, porque perdeu a credibilidade, por tanto tempo não ganhar uma Copa do Mundo", diz Jardel.

"O Tite é um ótimo treinador, mas treinador sem título de Copa do Mundo, é igual ao Messi, nunca vai ser considerado o melhor do mundo porque não ganhou a Copa. Então os que ficam na história são os que são vencedores", conclui.

Fonte: UOL


Jardel: "No momento de depressão e drogas, poucos do futebol me ligaram"

Jardel foi artilheiro no futebol brasileiro atuando por Vasco e Grêmio no início da carreira, além de ter sido ídolo em Portugal, jogando pelo Porto e pelo Sporting, atuou pela seleção brasileira, mas também teve problemas no fim de seu período como jogador, quando sofreu com depressão e também lutou contra o vício em cocaína, momento no qual diz não ter sido procurado por outros atletas.

Em entrevista ao programa Os Canalhas, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, ele revela não ter muitas amizades do futebol e que quase ninguém o procurou em seus momentos mais difíceis.

Aos 47 anos, Jardel afirma que tem muito respeito hoje no meio do futebol, tem as portas abertas em clubes pelos quais atuou, como o Porto, mas diz que não fez amigos no futebol e lamenta que jogadores com os quais atuou não tenham o ligado quando ele passou por problemas.

"Eu tenho respeito, onde eu quero entrar, eu entro, qualquer clube do mundo, por isso que eu resolvi agenciar, resolvi captar, mas voltando ao assunto do momento da minha depressão, do uso das drogas, aquilo tudo, poucas pessoas me ligaram, do futebol, muito poucos", diz Jardel.

"Não é nem para 'Jardel, tu tá bem? Quero você bem, cuida da tua vida, da tua saúde, nós queremos nosso ídolo vivo'. Sabe assim? Um exemplo. Mas, graças a Deus eu estou bem, hoje vivo mais um dia, com orgulho, agradecendo a Deus pela minha vida, por estar me dando conhecimento, discernimento, sabedoria, é o que eu peço quando eu pego a minha bíblia e leio, inclusive ela está aqui, aí eu abro, fico aqui, dou uma lida", completa.

Jardel foi companheiro de Valdiram no Criciúma

Durante sua passagem pelo Criciúma, já em seus últimos anos como profissional, Jardel foi companheiro de time do atacante Valdiram, que também teve problemas com drogas e foi assassinado no ano passado, quando estava morando na rua em São Paulo. Ele lamenta a morte do antigo parceiro de time e diz que até hoje procura se preservar, ficando blindado próximo dos familiares.

"Eu joguei com ele no Criciúma. Muito triste o que aconteceu com ele, eu acredito muito que o poder está na gente. Como eu tive alguns problemas, graças a Deus foi depois que eu quase parei, a gente muda quando a gente quer, a gente toma atitudes certas, a gente anda com as pessoas certas", diz Jardel.

"Hoje eu procuro me preservar e me blindar para que o mundo real não entre dentro de mim. Porque o mundo real meu é com a família, é com pessoas boas perto da gente, que venham para agregar", completa.

Pais de Jardel tiveram problemas com álcool
Jardel afirma que sua maior tristeza foi ter experimentado drogas, mas hoje é feliz por ter conseguido superar seus problemas. Ele conta que seus pais também tiveram problemas com álcool e hoje sua missão é quebrar o ciclo de vícios da família.

"Meu pai perdeu tudo, justamente por causa do mesmo que eu, bebida, farra, essas coisas, e morreu com 42 anos com um infarto. E tenho minha mãe internada por álcool também, eu coloquei ela três meses na clínica, seis meses. Ela voltou, no outro dia estava começando a beber de novo cedo, aí eu internei de novo", conta o ex-jogador.

"Alguém tem que quebrar [o ciclo] e esse alguém tem que ser eu. Ou qualquer outra pessoa que queira, não importa se é o Jardel, ou se não é. Mas eu sinto dentro de mim que eu sou um elo de exemplo na sociedade, na família, em tudo", conclui.

Fonte: UOL