Judô: Luana Carvalho e Beatriz Comanche falam sobre a modalidade no Vasco
Quinta-feira, 27/08/2020 - 22:37
O Judô do Vasco é uma modalidade que sempre trouxe muito orgulho para o Gigante da Colina. Os vascaínos podem contar com meninas lutadoras tanto dentro do tatame, quanto na sociedade em busca por igualdade. Todas as garotas sabem dos obstáculos enfrentados diariamente apenas por nascerem mulheres. É imprescindível a representação feminina nos esportes e as guerreiras do Cruzmaltino fazem esse trabalho muito bem. Por isso, o Site Oficial (27/8) o apresenta um pouco da história de duas campeãs.

Luana Carvalho é uma atleta jovem. de 18 anos, e luta na categoria sub-21 defendendo a Cruz de Malta. Ela é faixa preta e iniciou o Judô bem nova, no projeto social Umbra, com a Sensei Soraya Amorelli, técnica e coordenadora da equipe do Vasco. Desde o ano passado quando surgiu a parceira entre o projeto Umbra e o Vasco, Luana passou a fazer parte, como atleta, do clube pelo qual ela já torcia. A lutadora afirma que fica muito feliz em representar o judô cruzmaltino.

- Creio que tenho um exemplo de uma mulher forte no esporte dentro da minha equipe. Minha Sensei, Soraya Amorelli sempre motivou nossa caminhada, nossas conquistas e nos ensinou a superar as dificuldades. O Judô feminino do Brasil é muito bem representado e respeitado, então nunca coloquei isso como uma preocupação, vivenciando essas dificuldades, pois cresci aprendendo a superar qualquer obstáculo independente de qual seja. Entretanto, em alguns momentos eu já senti o impacto do machismo na modalidade, mas o Judô feminino do Brasil hoje, tem muita relevância e força. A pouco tempo também foi lançada a Campanha LUTADORAS, da qual faço parte, valorizando a presença feminina, não só no Judô, mas em todas as Artes Marciais e isso mostra o quanto somos fortes - relata a atleta.

A primeira competição da Luana no Circuito Mundial adulto dentro do Ranking Olímpico foi a mais marcante para a lutadora que ainda era sub-18. O Grand Slam de Brasília foi especial para ela pelo fato da jovem ter conseguido competir pela Seleção Brasileira adulta. Isso mostrou que o trabalho que a equipe vem fazendo está no caminho certo e fortaleceu ainda mais a vontade dela de chegar aos Jogos Olímpicos. Luana destacou que o seu maior sonho é entrar para Seleção Brasileira principal e ser campeã olímpica. Por enquanto, o campeonato mais marcante para a jovem foi o Pan-Americano na Colômbia que ela se consagrou campeã.

Luana já é vitoriosa, mas pretende transformar ainda mais a vida dela através do esporte:

- Quero passar para as meninas que estão inciando na modalidade exatamente o que a minha Sensei Soraya me ensina diariamente. Não podemos desistir dos nossos sonhos, independentemente das dificuldades que iremos enfrentar. No final sempre valerá a pena. Com muito esforço e sempre dando o melhor a cada dia, podemos consquistar nossos sonhos. A caminhada vai ser difícil, mas o nosso sucesso só depende da gente.

Como Luana, outras meninas se destacam defendendo o Vasco. É o caso da medalhista Beatriz Comanche, de 15 anos, que já é faixa marrom do Cruzmaltino. Foi através do projeto Umbra que a atleta iniciou no esporte. Desde 2019 ela representa o clube. O momento mais impactante na carreira da Beatriz foi quando ela lutou na cidade dela, Rio de Janeiro, e pode contar com o apoio da família, toda equipe, amigos e ainda conseguiu conquistar medalha de ouro.

- Foram muitas emoções, uma luta dura e de alto nivel. Com certeza foi a minha competição mais marcante até hoje - relembra a campeã.

Vencedora dentro e fora do tatame, Beatriz mesmo com pouca idade já sabe se preparar para as situações de machismo que ela pode enfrentar por ser mulher. A lutadora explicou como lida com essa situação.

- Ainda existe um certo machismo dentro do esporte, podendo atrapalhar o desempenho das meninas que sonham em seguir carreira na área. No meu caso, principalmente por ter uma Sensei mulher e muito guerreira, sempre aprendi a vencer essas dificuldades. A Sensei Soraya Amorelli é um exemplo da força feminina no Judô e isso nos motiva a seguir trilhando nosso caminho em busca dos nossos objetivos. Às vezes eu escuto frases como: "você é menina, judô é coisa de garoto". Mas eu sei que o Judô feminino do Brasil tem muita força, grandes conquistas e com certeza é um esporte para a mulher. Eu faço parte da Campanha LUTADORAS, que é um movimento em prol das mulheres nas Artes Marciais. Ações como essas, mostram a força feminina dentro do esporte - explicou Beatriz sobre o impacto do machismo dentro da modalidade.

A lutadora compartilha do mesmo sonho da Luana, que é ser campeã olímpica. A jovem já é bicampeã brasileira e campeã Pan-Americana e está ansiosa para pandemia passar logo. Beatriz quer voltar competir o mais rápido possível e realizar todos os objetivos dela.



Fonte: Site oficial do Vasco