Remo: Lucas Azeredo fala sobre sua rotina de treinamentos durante a pandemia
Domingo, 05/07/2020 - 05:21
As belas paisagens das lagoas e rios fluminenses deram vez ao ar puro da varanda e ao visual das paredes que estampam retratos da família. Há mais de três meses sem fazer o que ama, o remador do Vasco da Gama, Lucas Azeredo, vive uma rotina de adaptações durante a quarentena em Campos dos Goytacazes, na região Norte do Rio de Janeiro.

- Quando a comissão técnica avaliou que a pandemia duraria mais tempo, ela preparou um plano de treinos para que a gente mantivesse o mesmo ritmo, só que em casa. No meu caso, eu consegui emprestado um remo ergômetro, um aparelho que simula a atividade realizada na água. Esse equipamento, cedido pelo projeto Rema Campos, está sendo fundamental para o meu desenvolvimento - conta Lucas.

Assim como tantos outros profissionais, Lucas encarou o home office com responsabilidade. Planejou o dia para não desperdiçar o tempo e melhorar seu condicionamento.

"A gente tem dois turnos de treinos, um na parte da manhã e outro na parte da tarde. São aproximadamente quatro horas diárias de atividade física intensa. Sigo essa rotina de segunda a sábado. Ao final de cada dia, eu reúno as informações do remo ergômetro e passo para a comissão técnica avaliar a evolução das atividades", destaca ele.

Antes de chegar ao Club de Regatas Vasco da Gama, em 2018, o atleta de 26 anos remou pelas águas do Rio Paraíba do Sul, em Campos dos Goytacazes. O município do Norte Fluminense, que tem forte tradição no esporte, é também um formador nato de talentos.

Joias como Lucas são lapidadas pelo projeto Rema Campos, que oferece aulas de graça a cerca de 100 crianças e jovens de comunidades carentes, além de 30 atletas profissionais. Por causa da pandemia, a ONG está com as atividades suspensas há mais de três meses.

- Em um primeiro momento, acreditamos que ficaríamos com as atividades suspensas por no máximo um mês, mas o cenário se mostrou grave e justificou manter a paralisação. É triste, a gente sofre por ver que as crianças e os adolescentes estão sem fazer o que eles amam, mas a doença está cada vez mais perto do nosso ciclo de amigos, de parentes. Muitas famílias estão chorando a perda de alguém especial, precisamos nos sensibilizar com essa situação - lamentou Dimisson Nogueira, coordenador do projeto Rema Campos.

Sem previsão de retorno às competições esse ano, Lucas mantém a gratidão e o otimismo que lhe fizeram chegar ao cenário nacional do esporte.

- Eu sou muito grato ao Rema Campos, o projeto já salvou muitos jovens e forma bons atletas. Se Deus quiser, a ONG vai retomar o seu espaço nas competições nacionais. Eu tenho fé que dias melhores virão - conclui Lucas.



Fonte: GloboEsporte.com