Morais relembra trajetória e se declara ao Vasco: 'Vou carregar a Cruz de Malta para sempre'
Terça-feira, 16/06/2020 - 20:37
Em entrevista ao GloboEsporte.com na semana passada, o ex-meia Morais, revelado pelo Vasco, anunciou a aposentadoria. Nesta terça, o clube de São Januário o homenageou em live em seu canal oficial no Youtube.

Morais, de 35 anos, relembrou como foi deixar Maceió-AL, sua terra natal, rumo ao Rio de Janeiro e reafirmou o amor que tem pelo Vasco, time pelo qual torcia antes mesmo de se profissionalizar.

- O Vasco é um clube que está em mim desde o início, permaneceu e vai continuar. Se eu poderia me afastar um pouco seria na adolescência, período em que você tem muitas tentações na vida e na juventude. Só que me tornei jogador de futebol e vesti a camisa do Vasco. O Vasco virou parte minha, e eu vou carregar a Cruz de Malta para sempre.



Confira outros tópicos do papo da Vasco TV com Morais:

Elogios a Ramon Menezes, hoje técnico e seu companheiro no Vasco em 2002 e 2006

Ramon de treinador e o Lopão de diretor. Os caras com história de vencedor e no clube. Acho que o presidente fez as escolhas certas, tem tudo para dar certo. Na minha estreia em 2002, a primeira concentração foi com Ramon. Pense... Fiquei totalmente travado. Depois Ramon saiu e voltou, a gente jogou junto e aí quebrou o gelo. Me ajudou muito, é craque, né?

Ele sabe o caminho. Sem dúvida alguma ele vai facilitar esse acesso da garotada. O Ramon vai saber filtrar bem o caminho dessa molecada e até certo ponto simplificar.



O que representou jogar com Edmundo e Romário?

- Jogar com Edmundo e Romário era sonho de menino. Fui para o Vasco em 1998, e o Edmundo arrebentou no Brasileiro de 97. Não esperava jogar com Edmundo. E jogar com Romário, pelo amor de Deus... Realização maior ainda. Tive esse privilégio de jogar com essas duas feras.

"Depois que passei a jogar em São Januário, não fazia mais questão de jogar no Maraca"

- Jogar em São Januário é uma atmosfera única. Sempre tive o sonho de jogar no Maracanã, que é um dos grandes estádios do mundo, se não o maior. Depois que passei a jogar em São Januário, já não fazia mais tanta questão de jogar no Maracanã. Adorava jogar em São Januário por causa da atmosfera. Ali a gente tinha uma torcida mais próxima, era o Caldeirão. Minha mãe lembra até hoje: "meu filho fazia o gol e aparecia o nome dele no telão".

Como foi descoberto pelo Vasco?

- Copa Gazetinha, no Espírito Santo, a gente disputava em janeiro. Eu fui pelo CRB, e a gente jogou a semifinal contra o Vasco. Gostaram muito de mim e do Diogo, outro garoto daqui. Mandaram passagem para nós e já nos mandamos para lá.

Chegada ao Rio ainda na adolescência

- Em 1998, com 13 anos, saí de Maceió para morar embaixo da arquibancada de São Januário. O início foi convencer minha mãe deixar até porque eu sou caçula. Também não me vejo daqui a dois anos deixando meus filhos pegarem um avião e irem para o Rio de Janeiro. Eu passava o ano inteiro fora. Tenho gêmeos, um canhoto e outro destro. Eles têm qualidade.

Até hoje ela conta que ia para o jardim de casa, olhava para o céu e entregava para Deus. Falo para minha mãe: "Como vou deixar esses moleques irem para o Rio?". E ela diz: "Meu filho, eu também não queria que você fosse e entreguei nas mãos de Deus".

Comunicação com a família

- Existia um orelhão na pousada do Almirante, que hoje está coisa linda. E tinham os dois orelhões do campo de São Januário. Até às 11h ficava aberto o portão, e o segurança deixava a porta aberta. Às vezes minha mãe ligava lá dentro da diretoria, e eles iam me chamar na diretoria.

Amor pelo Vasco "babou" conversa com o CSA

Sempre fui torcedor do Vasco, claro que quando a gente é profissional deixa isso um pouquinho de lado. No ano passado, eu estava no Rei Pelé com os meus dois filhos. Estava rolando um papo de eu ir para o CSA, e o Vasco ia jogar contra o CSA no ano passado. Aí fui deixar meus dois filhos para entrarem em campo com a camisa do Vasco e comigo uniformizado, aí babou (risos)...

Gol de bicicleta na estreia pela categoria infantil do Vasco

Na minha estreia (no sub-15), eu estava ainda no período para tentar permanecer no Vasco e fiz três gols num amistoso em Minas Gerais, que era muito para quem não estava jogando. Estava no banco desse time, fiz três gols, um deles de bicicleta. Isso ajudou a me segurar (risos).



Fonte: GloboEsporte.com