Relembre a carreira de Célio, maior artilheiro do Vasco nos anos 60
Segunda-feira, 08/06/2020 - 04:25
Célio "raçudo" Taveira – Parte I

Em janeiro de 1963, Célio, oriundo do Jabaquara, da cidade de Santos, acertava seu primeiro contrato com o Vasco.

O atleta, que começou jogando na base da Portuguesa Santista e fora companheiro de Pelé em jogos pelas Forças Armadas, quando ambos serviam o exército, vinha como uma aposta aceitável da direção cruzmaltina, com 35 gols marcados em quatro anos, enquanto profissional, por Ponte Preta (1959/60) e Jabaquara (junho de 1960 a dez 1962).

Célio, neto do remador Antonio Taveira de Magalhães (Campeão Carioca desse esporte pelo clube de Santa Luzia, em 1905 e 1906) vinha como provável companheiro de ataque do artilheiro do Campeonato Carioca de 1962, Saulzinho.

Contrato assinado, o atleta viajou ao México para disputar o Torneio Pentagonal e já obteve ali seu primeiro título.

Em sua estreia, a 17/01, contra o El Oro-MEX (segunda rodada do pentagonal), goleada vascaína por 5 x 0, e seu primeiro tento, num tiro surpreendente de fora da área que encontrou as redes adversárias.

No Torneio Rio-São Paulo daquele ano, Célio marcou apenas um gol. Tal fato ocorreu na despedida da equipe daquele certame, contra o Palmeiras (1 x 1), no Pacaembu, em partida realizada a 28/03.

Em outro Torneio Pentagonal, desta vez no Chile, disputado entre 31/03 e 14/04, o centroavante foi o grande destaque da equipe, com 5 gols em 4 jogos, terminando o Vasco empatado na 1ª posição com o Universidad de Chile. Naquela competição, Célio marcou o primeiro dos seus 11 gols de falta pelo Vasco, sendo o principal goleador do Vasco, nos anos 60, também, neste quesito.

Entre abril e junho, antes do início do Campeonato Carioca, Célio atuou num amistoso em Campos contra o Goytacaz e em excursão cruzmaltina à África, fazendo boa dupla com Saulzinho naquele continente. Dali o Vasco partiu para amistosos na Europa, inclusive disputando a Taça Teresa Herrera, que já havia ganho 6 anos antes, mas Célio, contundido, só participou do 1º jogo em Portugal contra o Sporting, voltando para o Brasil três dias depois, a fim de se recuperar.

Na estreia do Campeonato Carioca, a 30/06, inteiro, Célio marcou com 45 segundos de jogo o 1º gol do Vasco e sofreu o pênalti que ensejaria o último gol cruzmaltino na vitória sobre a Portuguesa por 4 x 1.

Na 3ª rodada, contra o Canto do Rio (5 x 0), Célio participou do 1º gol, deu a assistência para o 3º e marcou o 4º e 5º gols vascaínos.

No clássico diante do Fluminense, na 4ª rodada (vitória cruzmaltina por 3 x 1), Célio abriu o placar e no clássico seguinte, frente ao América (2 x 0) novamente inaugurou o marcador.

Na partida subsequente, Célio foi o autor do gol único vascaíno (belíssimo, por sinal) sobre o Olaria no Maracanã e contra o Madureira, em Conselheiro Galvão, marcou o tento vascaíno no empate em 1 x 1, em partida posteriormente anulada, jogada novamente e vencida pelo Vasco por 2 x 1, mas sem o atleta em campo.

Mas foi na 9ª rodada do turno que Célio ganhou o respeito de toda a torcida cruzmaltina, de forma definitiva, após marcar o 3º gol do Vasco na vitória por 3 x 0 sobre o Bonsucesso, em São Januário, quando fazia apenas número em campo (contundido), mas ignorou isso ao atirar-se para esticar a perna esquerda (enfaixada) e marcar um gol emblemático. Célio ficou estirado no gramado após o lance, sendo levado para o vestiário com muita dor.

Em seu retorno ao time, exatamente um mês depois, marcou o gol do Vasco no empate com o Campo Grande em 1 x 1, partida disputada em São Januário.

Na 17ª rodada do Carioca Célio marcou os dois gols do Vasco no empate em 2 x 2 contra o América, no jogo seguinte fez o 2º gol no triunfo sobre o Olaria, na partida subsequente assinalou os dois primeiros gols do Vasco na goleada de 5 x 1 sobre o Madureira (perdeu um pênalti nesse jogo), deixou, ainda, sua marca na derrota do Vasco para o Flamengo (3 x 4), inaugurando o escore, deu a assistência para Mário Tilico assinalar o gol do empate vascaíno contra o Botafogo e na penúltima rodada, a 23ª, marcou o gol dos cruzmaltinos contra o São Cristóvão, em partida realizada na Rua Figueira de Melo.

Célio findou o Campeonato Carioca como artilheiro do time (15 gols) e vice do campeonato, foi o artilheiro da equipe no Pentagonal do Chile, marcou em amistosos estaduais e internacionais, no Torneio Rio-São Paulo e, também, no Pentagonal do México, primeiro título que disputou (e venceu).

Era apenas a 1ª temporada do centroavante com a camisa cruzmaltina.

Sérgio Frias

Célio "raçudo" Taveira – Parte II

Na 1ª partida da equipe principal na temporada de 1964, Célio marcou seu 1º gol em cobranças de pênalti (pelo Vasco) no empate em 1 x 1, diante do Atlético-MG, partida realizada no estádio do Bonsucesso.

Outro adversário mineiro, o Cruzeiro, seria derrotado em Belo Horizonte no 2º amistoso da equipe principal vascaína e mais uma vez o gol único do Vasco foi assinalado por Célio.

Em seguida, o Vasco participou de um torneio quadrangular no Paraguai contra Cerro Corá-PAR, Guarani-PAR e Racing-ARG, obtendo apenas 1 empate e 2 derrotas. Célio, em cobrança de pênalti, marcou no empate com o Racing-ARG (1 x 1).

Na última rodada, reclamação geral dos atletas cruzmaltinos com a conduta do árbitro em campo, favorecendo nitidamente o Cerro Corá, equipe anfitriã. Após o jogo, Célio deu vários bicos no apitador, tirou sua camisa e saiu irado de campo, sem ser expulso.

No Torneio Rio-São Paulo, disputado entre março e abril, Célio marcou, de pênalti, contra o Flamengo, na derrota por 3 x 1, fez o gol último do Vasco na sensacional virada sobre o Palmeiras no Pacaembu (3 x 2) na 4ª rodada da competição, no 6º jogo, cobrando falta, decidiu o clássico contra o Botafogo (1 x 0), mas no último compromisso do certame, frente a Portuguesa de Desportos (3 x 3), em São Paulo, foi expulso, após troca de agressões com o rubro-verde Abelardo ao7 do 2º tempo, quando o placar registrava empate em 1 x 1.

O temperamento forte do artilheiro era já à época percebido por imprensa e adversários, mas estava no sangue de Célio, era dele, fazia parte do seu jeito de entrega, luta, raça e desprendimento. Célio agradava os torcedores por seu compromisso com a camisa que envergava.

No decorrer do Torneio Rio-São Paulo houve tempo para o Vasco atuar em alguns amistosos, 4 em Minas Gerais (1 vitória e 3 empates) e 1 no Paraná.

Célio passou em branco nos 3 jogos em que atuou em terras mineiras, mas na vitória sobre o Atlético-PR, em Curitiba, por 3 x 2, marcou o 2º gol do Vasco e deu a assistência para o 3º tento cruzmaltino.

Após o Torneio Rio-São Paulo mais 4 amistosos foram disputados pelo Vasco antes que se iniciasse o Campeonato Carioca. No primeiro deles, frente ao Bangu em São Januário, vitória vascaína por 1 x 0, gol de Célio, aproveitando rebote de uma penalidade máxima batida por ele próprio e defendida parcialmente pelo goleiro Ubirajara.

Na partida seguinte, novamente o Bangu como adversário, desta vez em Moça Bonita, e com o placar empatado em 1 x 1, um pênalti para o Vasco foi marcado, mas, desta vez, o volante Maranhão foi quem cobrou, convertendo para fechar o placar. O mesmo ocorreria em Vitória, Espírito Santo, 3 dias depois, contra o Rio Branco (2 x 0). Com 0 x 0 no placar houve um pênalti marcado para o Vasco, cobrado novamente por Maranhão e convertido pelo volante. Mas Célio teve participação no 2º gol do jogo, ao dar assistência, de bicicleta, para Saulzinho marcar.

O último amistoso do Vasco foi contra o Vila Nova-MG, equipe contra a qual o Vasco já havia atuado na série de 4 amistosos realizados em Minas Gerais, 2 meses antes. Mas se daquela vez Célio não estava em campo, desta feita, em São Januário, o artilheiro jogou e deu a assistência para o ponteiro esquerdo Zezinho marcar o 1º da vitória por 3 x 0 sobre o Vila.

Em meio ao Campeonato Carioca o Vasco jogou 2 amistosos internacionais, contra Nacional-URU fora de casa (0 x 2) e Porto-POR no Maracanã (3 x 0), mas Célio só atuou diante do Nacional.

Posteriormente, ainda durante o Carioca, 2 amistosos contra o Atlético-GO, em Goiânia (1 x 1 e 1 x 0), marcando Célio o tento único do 2º confronto.

No mês de outubro uma nova parada para a disputa do Torneio Francisco Vasques, promovido pela Tuna Luso em homenagem a seu paredro, que falecera semanas antes. Participaram do certame, além de Vasco e Tuna, também, Remo e Paysandu.

O Vasco ganhou o torneio com 100% de aproveitamento (1 x 0 no Remo, 3 x 1 na Tuna Luso e 3 x 2 no Paysandu). Célio abriu o placar contra a Tuna Luso, de pênalti, como, também, inauguraria o marcador diante do Paysandu no último jogo.

Do Pará para o Suriname e Guiana Holandesa, onde mais 2 jogos amistosos foram realizados, com 1 vitória (3 x 2) e 1 empate (1 x 1) do Vasco. Célio marcou 1 gol em cada jogo.

Ainda houve, em novembro, no feriado em homenagem à Proclamação da República, um último amistoso contra o Porto Alegre, da cidade de Itaperuna, ocasião na qual pela superlotação do estádio um muro ruiu, trazendo por consequência 16 pessoas feridas. Em campo, Célio deixou sua marca, fechando o escore de 2 x 0.

Finalmente o Campeonato Carioca, disputado de julho a dezembro.

Na 1ª rodada, Célio não marcou na derrota cruzmaltina frente ao América por 2 x 1, mas foi dele a assistência para o gol de Maranhão.

No confronto seguinte, diante do Campo Grande, fora de casa (2 x 2), Célio fez 1 gol e deu a assistência para o outro e na partida subsequente foi dele o gol de empate contra o Bangu (1 x 1), jogo disputado no Maracanã.

Na 5ª rodada, Célio deu assistência para o 2º gol vascaíno e marcou o 3º, cobrando pênalti, no empate diante do São Cristóvão em Figueira de Melo (3 x 3).

Somente na 6ª rodada o Vasco venceu pela 1ª vez. O adversário, Bonsucesso, perdeu por 3 x 0 em São Januário. Célio deu a assistência para o 2º gol vascaíno, assinalado por Mário Tilico, e participou ativamente do 3º, marcado pelo ponteiro esquerdo Zezinho, após disputa entre o centroavante e um zagueiro contrário.

Na 9ª rodada, Célio, de pênalti, marcou para o Vasco contra o Flamengo na derrota por 2 x 1 e no jogo subsequente, contra o Canto do Rio, em São Januário (2 x 0), o centroavante teve importância decisiva nos 2 tentos cruzmaltinos, assinalados por Mário Tilico. No 1º deles, Tilico completou para as redes, após defesa parcial do goleiro em cobrança de falta executada pelo companheiro e no 2º tabelou com o centroavante e complementou para o filó.

Na penúltima rodada do turno, Célio, num gol de raça, decidiu o clássico contra o Fluminense (1 x 0).

O returno se iniciaria com o clássico Vasco x América, ocasião na qual Célio, cobrando pênalti e depois falta, definiria o placar de 2 x 0 para o Gigante da Colina.

Na 14ª rodada, Célio deixou o seu contra o Campo Grande, em São Januário (2 x 0), no jogo seguinte, frente ao Bangu, marcou, cobrando falta o 1º gol vascaíno no empate em 2 x 2, na partida seguinte contra a Portuguesa, em São Januário (novamente 2 x 0), Célio foi garçom de Zezinho no 1º tento vascaíno e perspicaz no gol de Mário Tilico, deixando a bola passar ao companheiro, após centro de Zezinho.

Na 17ª rodada o Vasco venceu bem o São Cristóvão, em São Januário, por 4 x 2 e naquela oportunidade Célio sofreu a falta que originaria a cobrança precisa de Zezinho inaugurando a contagem e deu a assistência para o 4º gol cruzmaltino, assinalado por Mario Tilico.

O Vasco repetiu o placar na rodada seguinte, frente ao Bonsucesso, no Maracanã, mas desta vez Célio, além da assistência (fortuita) para o 1º gol cruzmaltino, marcado por Zezinho, faturou duas vezes.

Na 20ª rodada, frente ao Olaria, em General Severiano (5 x 0), Célio marcou pela 1ª vez no Vasco 3 gols num único jogo, sendo o 2º do time, em cobrança de pênalti, o 4º, após bobeada da zaga e antevisão sua do lance, e o 5º com estilo, ao matar no peito e mandar um petardo às redes. Além disso, num cruzamento seu o zagueiro olariense Marcos mandou para dentro de suas próprias redes no tento inaugural da partida.

A 4 rodadas do fim, mesmo perdendo para o Flamengo (2 x 1), Célio novamente deixou sua marca e na derradeira do certame, fez seu último gol daquele ano contra o Madureira, em Conselheiro Galvão.

Um total de 16 gols e 9 assistências no Campeonato Carioca, mais 3 gols no Torneio Rio-São Paulo e 11 em amistosos foram os números de Célio no ano de 1964, ocasião em que conquistou, também, o Torneio Francisco Vasques, seu 2º título pelo clube.

Sérgio Frias

Célio "raçudo" Taveira – Parte III

Um torneio internacional e dois interestaduais, com um amistoso entre eles. Assim começou o ano de 1965 para o Vasco.

Na disputa internacional, o cobiçado torneio do IV Centenário, do qual faziam parte Vasco, Flamengo, Atlético Madrid-ESP e Seleção da Alemanha Oriental.

Coube ao Vasco enfrentar os alemães em busca de uma vaga para a final e Célio marcou, de fora da área, o gol da vitória por 3 x 2, após estar o Vasco perdendo por 2 x 1. Também foi dele o 1º gol do Vasco, cobrando pênalti.

Na decisão, massacre do Vasco sobre o Flamengo (4 x 1), com Célio marcando os dois gols iniciais da partida, sendo que o 2º assinalado pelo centroavante de maneira sensacional, encobrindo o goleiro rubro-negro Marcial. Foi esse o 3º título conquistado por Célio no Vasco.

Antes que se iniciassem os dois torneios interestaduais previstos, em Goiás e Pernambuco, um amistoso sui generis foi disputado pelo Vasco na cidade mineira de Porto Novo da Cunha, contra o Independente, campeão local. Pelo aguaceiro em campo o jogo foi interrompido aos 21 minutos do 2º tempo, quando o Vasco vencia por 1 x 0, gol de Célio, cobrando penalidade máxima.

No Torneio Triangular Gilberto Alves, em Goiânia, Célio brilhou na partida frente ao Atlético-GO, quando marcou duas vezes e ainda participou do 1º tento cruzmaltino, mas o título ficou com o Flamengo, que venceu o mesmo adversário do Vasco por 6 x 1 e empatou o clássico dos milhões contra seu tradicional rival em 0 x 0.

Quatro dias depois o Vasco estreava no Torneio, que comemorava o Cinquentenário da Federação Pernambucana, vencendo o Sport (3 x 1), ocasião na qual Célio marcou um lindo gol por cobertura, o 2º do Vasco e serviu Lorico para que este marcasse o 3º dos cruzmaltinos.

No jogo seguinte, diante do Santa Cruz, o Vasco venceu por 2 x 0, com Célio participando ativamente da jogada que redundou no 1º tento de sua equipe, marcado pelo ponteiro direito Luisinho, que, também, faria o 2º.

Finalmente, na decisão contra o Náutico os cruzmaltinos, jogando pelo empate, perdiam por 1 x 0, mas Célio, aos 14 do 2º tempo, fez o gol que daria o título do torneio ao Vasco, sua 4ª conquista pelo clube.

No Torneio Rio-São Paulo, Célio marcou contra o Palmeiras no Maracanã, na 3ª rodada (1 x 4); bisou o feito, de pênalti, contra o Botafogo (4 x 2) na 4ª rodada, além de participar do lance que se desenrolou no 4º gol vascaíno naquela ocasião; marcou duas vezes (uma delas de falta) contra o América (4 x 0) na 8ª rodada, além de ter participado do 1º gol do jogo, em lance fortuito; deu assistência a Mário Tilico para marcar o gol de empate do Vasco contra o Fluminense (1 x 1) na 10ª rodada; deu nova assistência a Tilico na partida seguinte, diante do Palmeiras, no Maracanã (2 x 3), no lance do 2º tento cruzmaltino; marcou, de pênalti, o gol da vitória sobre o Flamengo (1 x 0) no jogo subsequente e, também cobrando pênalti, fez o gol vascaíno no revés sofrido diante do São Paulo (1 x 4), no Pacaembu, na 13ª rodada. Um total de 6 gols e duas assistências no torneio.

Uma série de amistosos foram disputados pelo Vasco, antes de a equipe jogar a I Taça Guanabara da história, que daria ao campeão uma vaga na Taça Brasil daquele ano, mas Célio, convocado pela 1ª vez para a Seleção Brasileira, não pôde jogá-los. Pelo Brasil, atuou, vindo do banco no decorrer da 2ª etapa, contra Alemanha Ocidental (2 x 0) e Argentina (0 x 0), ambas as partidas disputadas no Maracanã, mas ficou mais de um mês com o grupo dos convocados daquela ocasião.

A Taça Guanabara à época durou quase 2 meses e houve até tempo no decorrer dela para que o Vasco atuasse em 2 amistosos, um deles com Célio em campo, diante do Tupi-MG, em Juiz de Fora, ocasião na qual o centroavante marcou 3 vezes (uma delas cobrando falta), na vitória cruzmaltina, repetindo o feito conseguido contra o Olaria no ano anterior.

No decorrer da Taça Guanabara o brilho de Célio foi intenso. Na rodada inicial, massacre vascaíno sobre o Fluminense (5 x 0), com 2 gols do centroavante (os primeiros da goleada), uma assistência (no 4º gol) e, ainda, participação no 5º gol cruzmaltino.

Na 3ª rodada foi dele o gol da vitória sobre o América (1 x 0), cobrando pênalti.

O turno final, do qual fizeram parte Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo reservou a Célio mais momentos de brilho. Contra o Fluminense (2 x 0), na 1ª rodada, ele marcou os 2 gols da partida (1 de pênalti), diante do Flamengo (1 x 0), na 2ª rodada, o gol da vitória foi consignado por ele e na decisão diante do Botafogo (2 x 0), embora não marcasse, pôde comemorar com os companheiros o título (seu 5º no Vasco) e, também, a condição de artilheiro do certame com 6 gols.

Faltavam duas competições a serem disputadas pelo Vasco: o Campeonato Carioca e a Taça Brasil, jogada no meio da competição local.

O Vasco já chegou classificado às semifinais da Taça Brasil e eliminou o Náutico, após empate por 2 x 2 fora de casa, após estar perdendo por 2 x 0, com Célio marcando 2 vezes, uma delas de falta, e garantiu a vaga para a final, derrotando o adversário pelo placar mínimo no Maracanã.

Na decisão, apesar da goleada do Santos no Pacaembu (1 x 5), Célio deixou sua marca, cobrando pênalti. No Rio um empate em 0 x 0 deu o Pentacampeonato da Taça Brasil aos santistas.

Um Campeonato Carioca mais curto, com apenas 8 clubes participantes, foi disputado naquele ano e o Vasco, um dos favoritos, não se houve bem nele, mas, mesmo assim, Célio teve seus momentos de destaque na competição.

Na 2ª rodada, no empate diante do Fluminense (1 x 1), Célio marcou o gol vascaíno e reclamou de outro, não validado pela arbitragem em tiro seu, que bateu no travessão e quicou, segundo depoimento do atleta, dentro do gol.

Na inauguração do campo da Portuguesa, em jogo válido pela 3ª rodada, Célio deu assistência para o 2º gol de Zezinho contra a Lusa (o ponteiro marcara um gol olímpico antes, inaugurando o placar).

Na 5ª rodada, Célio marcou de pênalti o 1º gol da vitória cruzmaltina contra o Botafogo (2 x 1) e deu assistência para Mário Tilico faturar o segundo.

Na última rodada do turno, goleada cruzmaltina sobre o América por 4 x 1, com Célio marcando o 2º gol de sua equipe.

O Vasco estreou no returno perdendo para o Fluminense por 2 x 1, mas Célio, de falta, marcou o gol cruzmaltino, no jogo seguinte bateu a Portuguesa por 3 x 1 e Célio, de pênalti, assinalou o 2º gol vascaíno.

Finalmente, na penúltima rodada, goleada cruzmaltina sobre o Bonsucesso (5 x 1), com Célio marcando o 2º gol, de falta, e participando do 4º, marcado pelo ponteiro esquerdo Tião.

Na temporada de 1965, Célio marcou 6 gols e deu 2 assistências, tanto no Campeonato Carioca, como no Torneio Rio-São Paulo.

Na Taça Guanabara fez novamente 6 gols e deu uma assistência.

Na Taça Brasil assinalou 3 dos 4 gols do Vasco na competição.

No Torneio do IV Centenário marcou 4 gols em 2 jogos, já no Torneio Gilberto Alves, disputado bem Goiânia,fez 2 gols, em 2 jogos e no Torneio Cinquentenário da Federação Pernambucana de Futebol, faturou 2 gols (1 deles o do título) e ainda deu uma assistência em 3 jogos.

Para completar, ainda marcou 4 tentos em partidas amistosas, num total de 33 gols e 6 assistências dadas ao longo da temporada.

Sérgio Frias

Célio "raçudo" Taveira – Parte IV (Última Parte)

A estreia do Vasco na temporada de 1966 se deu num amistoso contra o Universidad, de El Salvador, fora de casa, ocasião na qual a vitória por 2 x 0 foi obtida com 2 gols de Célio, 1 deles de pênalti.

Logo em seguida, uma infeliz participação do clube em Torneio Pentagonal, realizado no México, quando nos 5 jogos disputados o time cruzmaltino marcou apenas 2 gols, sendo Célio o autor de um deles.

Um último amistoso antes do Torneio Rio-São Paulo, jogado na Guatemala frente ao Estudiantes-ARG (2 x 1), Célio esteve no rumo da vitória cruzmaltina, marcando o gol de empate na virada imposto sobre os argentinos.

No Torneio Rio-São Paulo, Célio marcou duas vezes na 2ª rodada, contra o Corinthians no Pacaembu (estreia de Garrincha pela equipe paulista); participou do 1º e marcou o 2º gol da vitória por 2 x 0 sobre o Fluminense; na 4ª rodada fez o gol da vitória por 1 x 0 sobre o São Paulo no Maracanã; assinalou o gol vascaíno na derrota sofrida diante do Palmeiras no Pacaembu (1 x 2) na 5ª rodada, foi o responsável pela assistência a Zezinho no gol de empate contra o Flamengo (1 x 1) na 6ª rodada e marcou, de falta, um dos gols cruzmaltinos na derrota diante do Santos, no Pacaembu (2 x 5) na 7ª rodada.

Ao final do certame o Vasco conquistou, junto a Botafogo, Corinthians e Santos, o Torneio Rio-São Paulo, 6º título do atleta no Vasco.

No jogo seguinte da equipe principal cruzmaltina, após o Torneio Rio-São Paulo, vitória sobre o Flamengo (2 x 1), num amistoso disputado em Brasília, com Célio abrindo o marcador, cobrando pênalti.

Convocado para a Seleção Brasileira, ainda na fase de treinamentos, Célio ficou fora de amistosos do Vasco, desde o início de abril, até o princípio de junho.

O atleta, que só teria chance de atuar uma vez pela Seleção Brasileira, contra o País de Gales, a 18/05, no Mineirão (1 x 0 para o Brasil), foi cortado 2 dias depois.

Célio viajou à Europa, onde o Vasco excursionava e voltou ao time em 03/06, marcando o tento cruzmaltino contra o Arezzo-ITA. Na mesma excursão, pelo Torneio de Paris, marcou o gol do Vasco na partida que definia o 3º lugar, diante do Spartak, da Tchecoslováquia (1 x 1).

Na disputa da Taça Guanabara, realizada entre agosto e setembro, Célio passou em branco, sem marcar nas 3 partidas que disputou. Já no Campeonato Carioca, o centroavante apareceu bem em alguns momentos.

Na 2ª rodada, com um toque de calcanhar, deu assistência pra o gol inaugural da vitória cruzmaltina sobre o Madureira por 3 x 1, no jogo seguinte contra o Olaria (3 x 0), Célio abriu a contagem com um gol de falta e participou do último, marcado por Alcir, após rebote do goleiro olariense, em cabeçada do centroavante.

Na 4ª rodada, vitória do Vasco sobre a Portuguesa (3 x 1), com Célio faturando o 1º de sua equipe.

Na 11ª rodada, Célio sofreu pênalti, cobrado por Oldair, na partida contra o Bonsucesso (1 x 2).

Na rodada inicial do returno, empate com o Fluminense, gol marcado por Paulo Mata, após assistência de Célio.

Pela 15ª rodada, em partida diante do Bonsucesso (2 x 1), Célio marcou o 2º gol vascaíno, seu último pelo clube.

Na 17ª rodada, diante do Olaria (2 x 0), Célio deu a assistência para o gol inaugural da peleja, assinalado por Nado.

No Campeonato Carioca foram 3 gols marcados e 3 assistências dadas, no Torneio Rio-São Paulo 6 gols marcados e uma assistência, no Torneio Pentagonal do México um gol marcado, no Torneio de Paris a mesma coisa, em amistosos internacionais 4 gols e em nacionais um, contra o Flamengo.

No total daquele ano Célio marcou 16 gols e deu 4 assistências.

Em 1967, o atleta embarcou para o Uruguai, a fim de defender o Nacional, de Montevidéu, e em 3 anos e meio de clube marcou dezenas de gols, chamando a atenção os 21 pela Taça Libertadores da América. É o segundo artilheiro do clube uruguaio na competição, em todos os tempos. Além disso, Célio foi Bicampeão Uruguaio pelo clube.

Finalmente, já em final de carreira, defendeu o Corinthians, estreando em julho de 1970, permanecendo no clube até 1971, com 4 gols marcados nesse período, 3 deles em clássicos.

Célio nos deixou no último sábado, 29/05, vítima do Covid 19, aos 80 anos.

A relevância de sua passagem pelo Vasco não caberia num único texto, numa única coluna, daí a divisão em quatro partes, mostrando ao público que o atleta, maior artilheiro da década em que atuou pelo Vasco e partícipe de todas as taças conquistadas pelo futebol profissional do clube nos anos 60, deixou registrada sua marca na história com seu potente chute, seu singular espírito de luta e, ainda, seu faro de artilheiro.

Aqui neste espaço fica a homenagem por sua vitoriosa passagem pelo Vasco, por 4 anos, período no qual marcou mais de 100 gols com a camisa cruzmaltina.

Sérgio Frias



Fonte: Casaca