Martín Benítez afirma que clima de São Januário se parece com o do futebol argentino
Terça-feira, 19/05/2020 - 09:12
Foram nove temporadas no Independiente (ARG), clube que o revelou. Aos 25 anos, Martín Benítez aceitou no início do ano o desafio de, pela primeira vez na carreira, deixar seu país para tentar vencer no futebol brasileiro. Ainda em processo de adaptação, o meia tem treinado à parte para estar à disposição do Vasco, assim que a bola voltar a rolar, mas, mesmo com pouco tempo de clube, já pôde perceber que se sente em casa em São Januário.

Sua única partida com portões abertos no estádio vascaíno foi em sua estreia, em 12 de março, no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Mesmo com a derrota por 1 a 0 para o Goiás, o jogador se impressionou com a torcida e comparou a força do "Caldeirão" com o ambiente do futebol argentino.

"Foi uma sensação muito linda ver como os torcedores do Vasco seguem a equipe. A verdade é que o clima parece com o do futebol argentino, então desde esse dia me sinto como em minha casa. Sei que vamos nos dar muito bem com os torcedores", declarou ao UOL Esporte.

A paralisação do futebol por conta da epidemia do coronavírus freou sua ansiedade em mostrar ao clube e aos vascaínos que valeu a pena o Cruz-Maltino investir em sua contratação:

"A verdade é que eu tenho muita vontade de poder demonstrar ao Vasco e a seus torcedores que não estavam equivocados em me contratar. Foram muitos anos no Independiente, e espero que possam ser muitos anos aqui também. Sei que este período vai passar, agora temos que nos cuidar e esperar tranquilos em casa para depois pensar no futuro. Agora a prioridade é a saúde de todos."

Sobre a adaptação, a única lamentação é a falta do convívio diário com os jogadores do Vasco, algo que estava acelerando sua absorção do idioma. No Rio de Janeiro, porém, Benítez tem se sentido bem ao lado da esposa Luz e da filha Ambar, e tem recebido o auxílio para questões extracampo do amigo brasileiro Paulo Sales e do personal trainer Léo Coelho, com quem tem treinado de segunda à sábado.

"Cada vez que iam passando os dias, me sentia mais cômodo e ia entendendo cada vez mais o idioma. Agora, sem ter contato todos os dias com eles, o idioma está me complicando um pouco. A verdade é que tenho uma linda família que está passando esse período da melhor maneira junta. O futebol faz muita falta. A respeito da família e amigos, já são muitos anos longe deles, então, nos acostumamos com a vida longe da família, porque lá na Argentina já vivia a muitos quilômetros deles", declarou.

Veja outros trechos da entrevista com Benítez:

UOL Esporte: Você chegou ao Vasco com uma lesão muscular. Já está recuperado?


Benítez: Cheguei com uma lesão e não estava 100% fisicamente. Hoje já estou 100% e esperando a volta para poder demonstrar porque o Vasco me contratou. Agora, contratei um personal, conheci o Paulinho Sales aqui no Rio e graças a sua ajuda minha adaptação está sendo muito boa. Ele me apresentou um personal amigo dele e treinamos de segunda a sábado. Quando voltar vou estar muito bem fisicamente graças ao Léo Coelho, o personal que me treinou nesta etapa.

UOL Esporte: Como os estrangeiros (Guarín e Cano) te receberam?

Benítez: Me receberam muito bem. Foram os primeiros que me receberam e foram me dizendo coisas do clube para que fosse entendendo tudo. Isso me deixou muito tranquilo, porque falamos o mesmo idioma.

UOL Esporte: O Bruno Gomes (volante) disse que costumava ganhar de você no videogame. Como está esse duelo?

Benítez: A verdade é que eu perdi todas as partidas para ele (risos). Neste tempo de paralisação estou praticando muito e ele não vai ter chance de ganhar nenhuma partida. Que se prepare porque ele vai ser meu pato! (risos).

UOL Esporte: Foram muitos anos no Independiente. Você pretende um dia retornar ao clube que o revelou?

Benítez: Sou muito agradecido ao Independiente, é minha segunda casa. Graças ao Independiente sou quem sou. Eles me deram a oportunidade de cumprir meu sonho de ser jogador de futebol profissional. Sempre sonhamos em voltar e poder se aposentar onde começamos. Espero que possa ser assim, mas hoje em dia minha prioridade é pensar no Vasco.



Fonte: UOL