Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de Arbitragem, defende o VAR: 'A tecnologia é 100% precisa'; veja vídeo
Terça-feira, 08/10/2019 - 00:20
Leonardo Gaciba, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi entrevistado no Seleção SporTV desta segunda-feira. Entre outros assuntos, o ex-árbitro explicou a tecnologia da linha de impedimento.

– É legal explicar para o telespectador. Todo o campo é parametrizado, mapeado. Todas as câmeras são sincronizadas. As câmeras seis e sete, as do impedimento, têm a tecnologia para fazermos a linha vertical. Essa linha vertical, na verdade, só serve para fazer uma projeção do jogador no campo, dando a exata posição dele no campo de jogo.

– O que vale para a linha de impedimento são as linhas horizontais. Sempre que o amigo ver em casa azul e vermelho, azul vai ser defensor e vermelho o atacante. Quando tem a linha azul, significa mesma linha, gol legal. Eu fui para dentro do Maracanã e fiz testes para ter credibilidade no produto que estamos usando.

"A tecnologia é 100% precisa", afirma Gaciba.

Sandro Meira Ricci, ex-árbitro e comentarista do Grupo Globo, comentou sobre a insegurança que ronda os árbitros no futebol brasileiro.

– Existe uma insegurança dos árbitros de vídeo de deixar passar algo. Isso tem levado eles a serem detalhistas, levando mais tempo e procurando coisas que, no jogo real, não são relevantes.

"Falta de critério é uma reclamação que sempre existiu. O VAR expôs isso", diz Sandro Meira Ricci.

Leonardo Gaciba respondeu.

– Eu entendo perfeitamente. Tem uma jogada muito clara. Palmeiras e Atlético. Tem uma imagem da transmissão de um cruzamento para a área, a bola pega no pé e sai... tem uma imagem da transmissão que você jura que a bola bateu na mão. Aí tem outra que é claro que não toca. São situações difíceis. Eu gostaria muito de convidar vocês para participar de dentro de uma cabine do árbitro de vídeo, durante um jogo. A sua chamada muda a história do jogo.

– Eu quero que chame quando tiver um erro claro. Não precisa ser um gol grosseiro, o cara fazendo gol com a mão – disse Gaciba ao ser questionado sobre quais são as instruções passadas aos árbitros.

– Eu acho engraçado a questão de cultura. O VAR da Inglaterra é considerado um bom exemplo. Quando terminou a quarta rodada do campeonato, o presidente da comissão de árbitros chamou diretores e imprensa para admitir os erros. Tiveram quatro erros nas primeiras quatro rodadas, a média que o Brasil erra, um lance por jogo. A diferença é que lá é considerado evolução, não dolosos, de má fé. Eles colocaram a linha tão lá em cima a ponto de rasgar o protocolo. O protocolo é feito pela Fifa e IFAB. Os países latinos têm maior dificuldade em relação ao uso do VAR. Depende (está demorando muito?). Nas últimas rodadas o processo está se acelerando muito. Na revisão é impossível fazer em um minuto e meio, é coisa séria, interferência direta no jogo. Já cometemos erros querendo acelerar.

Divulgação de áudios

Leonardo Gaciba também foi questionado por André Rizek, apresentador do programa, se é favorável a divulgação dos áudios entre árbitro e árbitro de vídeo.

– Imagens estamos passando. Inclusive estamos passando imagens mesmo quando não é uma revisão. O áudio uma questão de uma coisa particular, o que falam no ponto é uma coisa pessoal. Eu não acho que iria somar.




Fonte: Sportv.com