Luxemburgo comandou o hoje técnico tricolor Fernando Diniz no Palmeiras e no Corinthians na década de 90
Sábado, 20/07/2019 - 08:37
Ao se encontrarem à beira do gramado de São Januário hoje, às 11h, os treinadores de Vasco e Fluminense terão muitas lembranças. À época comandante do Palmeiras que marcou 102 gols no Campeonato Paulista e considerado o melhor técnico do país, foi Vanderlei Luxemburgo quem buscou, em 1996, o então meia Fernando Diniz, destaque do Juventus, no Guarani. A história dos dois começou no Palmeiras, mas continuou no arquirrival Corinthians, dois anos depois.

A "Máquina Verde" foi desmontada após fazer história no Estadual de 96. Para tentar refazer o time, o técnico procurou jovens apostas. Diniz era uma delas. Tímido, entretanto, o jogador não parecia um futuro treinador para Luxemburgo:

— Nunca tivemos conversas profundas sobre tática. Para falar a verdade, eu sempre achei que depois de se aposentar o Fernando não ia continuar no futebol. Ele tinha formação de psicólogo, achava que ele ia para esse lado.

Chamado de "cisca-cisca" por críticos, o meia que buscava sempre a ponta não fez muito sucesso com a camisa do Palmeiras. O grande momento foi mal anulado pela arbitragem: um gol sobre o Grêmio, no Brasileirão, que evitaria a eliminação e colocaria a equipe na semifinal.

Semelhanças no estilo

Em 1997, Fernando Diniz foi para o rival Corinthians. O começo foi bom, sendo muito utilizado por Nelsinho Baptista no time campeão paulista. O jogador, enfim, começava a se destacar. O time, entretanto, começou mal em 1998, e Vanderlei foi contratado. Ao chegar no Parque São Jorge, Luxemburgo colocou 15 atletas para treinar em separado, entre eles, o atual técnico do Fluminense.

— O Fernando sempre foi um jogador tímido, acho que ele demorou a se adaptar lá. Mas depois ele foi reintegrado e jogou comigo — explica o técnico do Vasco.

Homem de confiança de Vanderlei por onde passou, o hoje comentarista Ricardinho foi companheiro de Diniz. Ele vê semelhanças no estilo dos dois:

— O Vanderlei sempre cobrou muito desempenho, comprometimento tático e coletivo dos jogadores, e vejo que o Fernando é bem parecido. São dois caras que cobram que o jogador seja um atleta, esteja em sua melhor condição física.

Diferentemente de Luxemburgo, o pentacampeão mundial em 2002 já via "algo de treinador" no meia.

— O Fernando sempre se preocupou em entender a parte tática do jogo, participou dessas conversas com os treinadores, sempre se interessou muito pela parte tática — lembra.

Hoje criticado por supostamente ser ultrapassado, Luxemburgo certa vez respondeu à provocação citando seu ex-jogador.

— No futebol, o que interessa é ganhar, fazer gol. Se o time do Diniz não ganha, você vai dizer para ele: "Pô, Diniz, seu time gira, gira, roda que nem uma baiana, e não faz gol?" Não é verdade? — disparou, em coletiva.

Os dois times flertam com a zona de rebaixamento. E especialmente Fernando Diniz chega pressionado ao clássico. Os cinco jogos sem vencer no Brasileiro, além da mudança de gestão — Mário Bittencourt assumiu a presidência — o ameaçam. Hoje, ele terá a estreia do ex-vascaíno Nenê, mas Allan e Ganso estão fora.

Luxemburgo também promoveu mudanças. O ex-tricolor Marquinho entra no time titular. Castan volta à zaga na vaga de Ricardo e Henrique será o lateral-esquerdo, barrando Danilo Barcelos.



Fonte: Extra Online