Feminino Base: Inspiradas em Marta, meninas do Vasco sonham com o sucesso no futebol
Segunda-feira, 24/06/2019 - 14:39
Elas trocaram a boneca pela bola e a brincadeira de criança virou coisa séria. Os objetivos? Jogar prossionalmente em um clube estrangeiro, defender a seleção brasileira em uma Copa do Mundo, dar um futuro melhor para a família, ser gigante no futebol. Os exemplos? Formiga, Cristiane, Bárbara, Marta... Ser eleita a melhor do planeta, como fez a maior artilheira em Mundiais, é a meta das meninas que defendem o time feminino sub-18 do Vasco. Para isso, trilham os mesmos passos.

Marta iniciou a carreira profissional no Vasco em 2000, aos 14 anos, e jogou por três anos no time cruzmaltino. Dezenove anos depois, ela já foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, e, nessa longa jornada, o apoio de Dona Terezinha, sua mãe, foi fundamental.

Hoje, o Vasco segue preparando aspirantes a sucessoras da Rainha de Copas. Gabrielly Louvain, de 16 anos, começou aos 9 anos em uma escolinha de futebol masculino, em Cabo Frio, sua cidade natal. Gaby jogava ao lado do irmão e se destacou nos treinos. Logo foi indicada para um teste em São Januário, onde está há dois anos. Depois de tantas idas e vindas, se mudou para o Rio no ano passado com a mãe. Assim como a companheira de time, Alana Souza, de 17 anos, seu maior adversário é a saudade. Enquanto o pai e o irmão de Gaby vivem na Região dos Lagos, Alana deixou os pais em Vitória, no Espírito Santo, para seguir, como ela mesma diz, "em busca dos seus sonhos". Alana e Gaby garantem que todo esforço é válido e que, apesar da distância, o apoio familiar é o combustível para não desistir. "Todo mundo tem que sonhar, mesmo que no início não dê certo, precisamos criar metas para conquistar nossos sonhos", ressalta Gaby.

Longe ou perto, em todos os momentos, a família é fundamental. Para Larissa Nascimento e Kayla Marcela, ambas com 17 anos, as diculdades financeiras não paralisaram seus sonhos. Elas contam com a torcida de casa para chegar ao topo. Larissa diz que sempre busca dar seu melhor pelos pais que nunca a deixaram desistir do futebol, assim como Kayla, que até superou o preconceito paterno. Hoje ele é seu fã número 1. "Depois que me viu jogar, fica até emocionado. Participa de todos os jogos, sempre está na torcida", comemora Kayla, que ganhou uma nova família, na Colina. "Aqui sempre estamos unidas e buscamos incentivar umas às outras", define.



INVESTIMENTO E APOIO TOTAL DA FAMÍLIA PARA VENCER NA VIDA

O Futebol feminino chegou a ser proibido no Brasil na década de 40. De acordo com o decreto-lei de abril de 1941, não era permitido às mulheres a prática de esportes "incompatíveis com as condições de sua natureza". Em 1983, o esporte foi regulamentado, mas até hoje traz as marcas do preconceito que começa a ser combatido em casa.

É o que acontece na casa da família Vaz: George, que é ex-atleta, investe no sonho da filha, Luiza, de 14 anos, que foi aprovada para defender o time sub-15 do Vasco. Eles contam com suporte de nutricionista, personal trainer e treinos específicos, para que ela possa brilhar. "Muitas meninas têm talento para se destacar no esporte, mas não recebem o apoio financeiro que é fundamental", disse.

O sonho não é só de Luiza, é de George também. "Meu sonho é vê-la feliz, seja jogadora de futebol, médica, professora... Eu quero que se sinta realizada. Mesmo que não conquiste o que sempre sonhou, que ela nunca se esqueça que se esforçou e que ninguém tentou coibir isso".



Fonte: O Dia