Remo: Fabiana Beltrame faz balanço da carreira e não descarta ser técnica do Vasco

Domingo, 04/12/2016 - 08:32
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Todo o dia ela fazia tudo sempre igual. Se sacudia às 5h da manhã para a primeira de três sessões de treino. Sorria um sorriso pontual, que, com o tempo, passou a ser de Alice, mesmo que a filha ainda estivesse dormindo. Fabiana Beltrame sabia que precisava estar em constante movimento e manter a rotina regrada, o trabalho árduo. Foram 19 anos assim. A menina que sonhava em ser veterinária saiu cedo de Florianópolis, aos 15 anos, para viver do remo no Rio de Janeiro. Hoje, tem a Lagoa Rodrigo de Freitas como a sua casa e tornou-se a maior remadora da história do país. Com três Olimpíadas na bagagem, Fabiana não teve a despedida que gostaria, com a sonhada medalha olímpica no lugar que a acolheu por 11 anos. Prejudicada no fim do ciclo olímpico pela chikungunya e por uma mudança nas regras de classificação, a campeã mundial de 2011 acabou ficando fora dos Jogos.

Fabiana sentiu que era o momento de parar, ficar mais perto da filha e poder curtir a liberdade ao lado da família. As viagens, como a programada para São Francisco, na Califórnia, no ano que vem, também estão nos planos durante o período sabático. A atleta se despediu com um título estadual pelo Vasco da Gama e, por enquanto, ainda não pensou no futuro. Sente que não ficará muito tempo longe do esporte e brinca que se enlouquecer é capaz de voltar atrás. Por enquanto, está de mudança para Florianópolis e prefere não colocar a carroça na frente dos bois. Não descarta a possibilidade de criar um instituto e pensa em ajudar no desenvolvimento do remo na terra natal ou em nível nacional. Já recebeu propostas para ser treinadora do Vasco e cogita até o cargo de dirigente em um clube.

- Eu ia me aposentar depois dos Jogos, que eu pensei que iria participar. Estava me preparando psicologicamente e programando isto há bastante tempo. Por mais que eu esteja bem e ainda consiga competir por alguns anos, neste momento, eu sentia a necessidade de descansar e curtir a minha família. Foram 19 anos direto. A última vez que eu parei foi na gravidez, mas eu não parei mesmo, continuei treinando devagarinho. Preciso de tempo para relaxar, sem pensar em treino. Foi bem pensado. Achei que seria mais difícil ficar fora da Olimpíada, mas trabalhei como comentarista do SporTV. Não consegui ver nada nas minhas outras Olimpíadas. Agora eu pude ver todas as provas calmamente e comentar sobre meus ídolos. Foi emocionante ver os melhores do mundo aqui, algo inesquecível para todo mundo, ainda mais para quem estava ali em contato. É claro que eu queria ter competido, mas curti da mesma forma - contou Fabiana.

AUSÊNCIA NA RIO 2016

Com as Olimpíadas de Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012 no currículo, Fabiana passou o último ciclo olímpico à procura de uma parceira à altura para competir no skiff duplo na Rio 2016. Após algumas decepções pelo caminho, a catarinense resolveu investir em um plano B: competir na categoria pesada do single skiff, prova com uma atleta por barco e na qual o Brasil tinha convite. Ela teria de enfrentar adversárias mais fortes e que vinham se preparando há tempos, mas não teve medo do desafio. As dores provocadas pela febre chikungunya, no entanto, eram outro obstáculo para a remadora, que não rendeu como gostaria nas etapas da Copa do Mundo.

- Tem que aceitar. Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para conseguir, acho até que me superei em alguns momentos, mas realmente elas foram melhores naquela ocasião. Muita gente me fala: "Por que você não tentou um double (duplo) com estas meninas?". Mas as pessoas não sabem tudo o que eu passei para chegar até aqui. Eu tive algumas decepções com parceiras, umas que não chegavam no peso, outras que não se dedicavam tanto... Eu fiquei meio que traumatizada com tudo isto. Decidi ir para o pesado mesmo, porque assim eu não iria depender de ninguém e foi a categoria que me classifiquei para o Pré-Olímpico. Infelizmente, com esta mudança de regra, eu não consegui competir nos Jogos. Mudar de peso é complicado. Sou mais baixa, leve e para competir na outra categoria, engordei uns três quilos. Não dá também para engordar muito. Eu estava rendendo bem e tudo, mas teve uma menina que ganhou de mim no Pré-Olímpico, uma menina de Bermudas (Michelle Pearson, americana naturalizada) - analisou a catarinense.

CHIKUNGUNYA PREJUDICOU PREPARAÇÃO

A chikungunya, transmitida por um vírus através de um mosquito, provoca sintomas semelhantes aos da dengue, com dores nas articulações e febre acima dos 39 graus. No início, ela pensava que havia contraído zika e só teve o diagnóstico correto meses depois, quando as dores voltaram e ela foi submetida a novos exames. A doença a fez perder a força muscular e a sentir muitas dores, o que explicou o rendimento abaixo do esperado no momento crucial do ciclo olímpico.

- Descobri a chikungunya no meu aniversário, dia 9 de abril. Meus pais vieram fazer uma surpresa, ia ter uma festa no Vasco para mim, mas só consegui aparecer para dar "oi". Foi complicado. Fiquei preocupada porque tem gente que fica anos com as dores. Na Copa do Mundo, em maio, eu continuei com dores. Pensei: "Será que isto vai continuar por mais tempo?". Hoje eu não sinto mais nada. Não voltou mais, mas dizem que volta, vamos ver. Foi logo depois do Pré-Olímpico, que eu fiquei com a prata. Não sabia se ia competir ou não as Olimpíadas e decidi ir às Copas do Mundo de novo como peso leve, para ao menos encerrar o ano de forma legal. Mas a chikungunya é terrível. Eu perdi muita força muscular e fiquei com dores nas articulações durante meses. Pensava que era zika. As dores começavam a voltar, e eu fiquei desesperada. Fiz um exame e deu positivo para chikungunya, o que explicou muita coisa, como o fato de não ter rendido bem nas Copas do Mundo e nos treinos. Eu queria encerrar o ano de uma maneira melhor inter
nacionalmente falando - explicou Fabiana.

Sem o ouro no Pré-Olímpico, a remadora aguardou um convite que não veio. Apesar de ter conseguido o índice para os Jogos, ela não foi convocada pela Confederação Brasileira de Remo, uma vez que cada país, mesmo classificando mais barcos, poderia enviar apenas um por gênero. Fernanda Nunes e Vanessa Cozzi, do skiff duplo peso-leve, ficaram com a vaga.

- Como estava chegando perto dos Jogos e eu não conseguia achar nenhuma parceira, eu preferi ficar no skiff (peso-pesado). A Fernanda e a Vanessa se juntaram alguns meses antes e conseguiram se classificar com a medalha de ouro. Eu fiquei com a prata e, com esta mudança de regra, elas acabaram sendo as escolhidas para competir. Eu digo que há males que vêm para bem, eu não iria conseguir competir bem aqui a Olimpíada. Não estava no meu auge justamente pela chikungunya. É lógico que eu fiquei muito triste de não participar, eu queria encerrar com a minha quarta Olimpíada, no Brasil, mas Deus escreve certo por linhas tortas. Na época, eu fiquei triste, mas hoje em dia eu já entendo e está tranquilo.

DESPEDIDA COM CHAVE DE OURO

Beltrame encerrou a carreira com um título pelo Vasco da Gama. A medalha de ouro veio no skiff simples peso-leve da quarta etapa do Campeonato Estadual, no domingo, no estádio olímpico de remo, no jardim de sua casa. No pódio montado às margens da lagoa, ao lado da filha Alice, ela recebeu uma homenagem e foi comparada a Ayrton Senna, Maria Ester Bueno e Pelé, por tudo o que construiu no remo.

- Consegui fechar com chave de ouro, me emocionei muito. Foram 11 anos no Rio de momentos muito especiais. Eu me doei ao máximo para vencer a cada regata, dá até um nó na garganta, porque é um momento difícil. Por mais que eu tenha planejado, foram muitos anos da minha vida fazendo isso, todos os dias praticamente. Agora que eu estou de férias, fico até meio perdida: "O que eu vou fazer hoje? Não tem nada para fazer (risos)". Muita gente fala que não vou conseguir ficar muito tempo longe. O futuro ninguém sabe. Se eu ficar muito maluca, eu volto (risos). Mas remar eu vou remar para sempre, não todos os dias religiosamente, fazendo muita força e musculação, mas remar por prazer. Colocar o barquinho na água e dar uma voltinha, isso eu vou fazer sempre - comentou.

A despedida no cenário internacional ocorreu em junho deste ano, na etapa de Poznan, na Polônia, onde a remadora terminou em 12º lugar no single skiff peso-leve, a sua especialidade. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, no ano passado, ela foi a única do país a garantir um pódio na modalidade, com uma prata. A intenção era competir em um barco com Beatriz Tavares, contudo, a ex-parceira não conseguiu se manter na categoria leve, e Fabiana teve de viajar sozinha. Bia, aliás, era uma das mais cotadas para formar a dupla na Rio 2016, porém, teve dificuldades com o peso. O fraco desempenho dos remadores brasileiros no Pan são um sinal de que o processo de renovação tem uma longa estrada pela frente.

Fora da Olimpíada apenas uma vez desde os Jogos de 1920, o remo verde e amarelo teve o seu melhor resultado na competição em Los Angeles 1984, quando Nilton Silva Alonço, Walter Hime Soares e Ângelo Rosso Neto terminaram em quarto lugar. Fabiana competiu em Londres 2012 com Luana Bartholo, no skiff duplo, fechando a campanha com o 13º lugar entre 18 atletas. Elas só conseguiram montar o barco às vésperas dos Jogos, o que refletiu no resultado. A catarinense remou contra a maré e viveu situação parecida no ciclo para 2016, porém, não teve a mesma sorte. Tentou no pesado, mas não manteve o sucesso do leve.

LEGADO X INVESTIMENTO NA BASE

Embora tenha colocado o Brasil no mapa do remo mundial, Fabiana lamenta a falta de legado e investimento na base. A atleta destacou um maior apoio durante o ciclo olímpico para os Jogos no Rio, a evolução nos treinamentos e o intercâmbio com outros países, mas afirma que é preciso fazer mais. Valorizar os clubes, oferecer uma boa estrutura e melhorar o planejamento são os primeiros passos para formar uma geração de alto nível. Uma das promessas é Lucas Verthein, remador do Botafogo de 18 anos, medalhista de bronze no skiff simples do Mundial júnior, em Rotterdam, na Holanda, no mês de agosto. Foi a primeira medalha do país na história do torneio. Para Beltrame, o potencial é grande e os talentos precisam ser lapidados.

- Praticamente não há legado. Estamos bem aquém do que gostaríamos. É difícil falar em resultado olímpico. Precisamos trabalhar muito a base. O Lucas Verthein, do Botafogo, fez uma medalha importante no Mundial, e vem essa onda de que isso é possível. Ninguém é super-homem lá fora. Se você fizer um trabalho sério, treinando bastante como fazem lá fora, em países europeus, é possível. É preciso haver um planejamento maior para que, no futuro, tenhamos não uma remadora, mas uma equipe inteira para competir no cenário internacional. Temos muito o que melhorar em termos de organização. A Confederação depende muitos dos clubes para competir lá fora. Pegam os atletas prontos e, às vezes, não retribuem de nenhuma forma. É preciso dar o devido valor aos clubes, os formadores dos atletas. Não se faz um campeão de um dia para o outro. É um acumulo de treinamento e de todo um conjunto - revelou.

O COMEÇO

Nascida em Florianópolis, a catarinense deu os primeiros passos no esporte na natação e no vôlei, como passatempo, e começou no remo aos 15 anos. Ficou de 1997 a 2005 no Clube Náutico Francisco Martinelli, quando optou por mudar de cidade. Ela nunca havia pensado em sair da terra natal, mas a equipe passava por uma fase conturbada. O remador e seu atual marido, Gibran Cunha, deu uma forcinha, e Fabiana veio para o Rio com ele outros quatro atletas.

Ao ver Ailson Eráclito, do Botafogo, conquistar uma inédita medalha para o Brasil em Mundiais (prata em 2009, no sub-23 e, em seguida, o bronze, pelo adulto, em 2010), Fabiana viu que, com o treino e determinação, também poderia chegar lá. Quando entrou para a seleção brasileira, a remadora passou a treinar três vezes ao dia. Acordava às 5h e já estava remando na Lagoa às 7h. Ficava duas horas sem parar pela manhã, e, na parte da tarde, realizava outros dois treinos, na água ou no ergômetro (máquina que simula o movimento da remada), e outro físico, de musculação, força e resistência durante a tarde. Um ritmo puxado de trabalho, que continuava nos finais de semana, com dois treinos no sábado e um no domingo, que poderia até ser uma corrida ou exercício de bicicleta, um dos seus programas preferidos em seu bairro.

DIFICULDADES RUMO AO TOPO

Ao longo de sua jornada, Fabiana também precisou superar obstáculos. Antes de ganhar reconhecimento, ela sofreu com falta de dinheiro, principalmente, em viagens ao exterior. Muitas vezes, ia para uma competição na Europa, mas tinha de voltar ao Brasil por um tempo e só retornar após cinco dias, uma logística complexa.

- Eu fazia umas logísticas meio malucas, mas tudo nos fortalece. Nos deixa mais forte e com coragem para atingirmos os nossos objetivos. Chegamos com mais raça e vontade de vencer.

Se acostumou às dores, como qualquer atleta de alto rendimento, mas não sofreu tanto com lesões. A mais incômoda, nas costas, ocorreu em 2013, quando ela ainda atuava pelo Flamengo e a tirou do Sul-Americano, que seria disputado no Rio de Janeiro. Preocupada com a saúde, a remadora passou a fazer constantemente um trabalho de fortalecimento muscular e, assim, não perdeu outra grande competição por estar machucada.

- Apesar de ser bastante tempo de carreira, eu tive poucas lesões. Em 2013, algumas semanas ante do Sul-Americano, tive uma lesão na lombar e fiquei desesperada. Quando se lesiona, o atleta acha que o mundo vai acabar. Começa a chorar... Mas eu comecei a fazer muita fisioterapia... O Reinaldo, que trabalhava no Flamengo, me ajudou muito. Dois meses depois, eu competi uma Copa do Mundo e conquistei uma medalha de bronze (etapa de Lucerna, na Suíça). Não foi nada muito grave, mas, naquele momento, parece que desaba o mundo.

MOMENTOS MARCANTES

Primeira remadora do país a competir em uma Olimpíada, em Atenas 2004, Fabiana atingiu o ápice da carreira sete anos depois. Em Bled, na Eslovênia, ela conquistou o primeiro ouro brasileiro em Mundiais, em 2011. E foi ali, naquele mesmo lago de águas claras, que ela conquistou em maio do ano passado a sua quinta medalha em etapas da Copa do Mundo, fechando a conta com o ouro. Outra conquista marcante foi o primeiro título brasileiro.

- A conquista mais especial de todas foi o Mundial, não tem comparação, mas há conquistas que marcaram, como o meu primeiro Brasileiro, em 1999. Eu vi que eu queria fazer aquilo ali, queria coisas maiores, competir pela seleção... E a minha primeira medalha em uma Copa do Mundo, em 2010, em Lucerna, um bronze totalmente inesperado. Vi que ali poderia conseguir resultados melhores. Foi significante esta medalha, logo depois que eu tive a Alice. Depois de 2004, eu não imaginava que eu poderia conquistar um Mundial. Era uma coisa muito distante da nossa realidade. Foi uma superação bem grande.

PERÍODO SABÁTICO

Depois de uma vida dedicada ao esporte, Fabiana só pensa em curtir a sua liberdade ao da família e poder viajar sem se importar com nada. A palavra família, aliás, aparece constantemente em seu vocabulário após a aposentadoria, tamanho o desejo de querer estar junto e finalmente relaxar.

- Eu tenho muita vontade de ficar com os meus pais e a família unida. E viajar. Viajo muito com o remo, mas não é uma viagem que dá para curtir. Fico focada no treino e na competição e não consigo conhecer o lugar. Eu adoro viajar. Vou ver se viajo muito com a minha família, todo mundo junto. Temos uma viagem para São Francisco e vamos visitar um amigo nosso, o Digão, técnico de remo lá na Califórnia. Vamos fazer uns passeios... Ficar 15 dias passeando. A gente abdica de tanta coisa quando é atleta. Antes, eu abdicava de sair com os amigos porque tinha de acordar cedo. Depois, de ficar com a minha filha e o meu marido, de ir a festas de família, porque meus parentes moram longe... Mas eu não me arrependo de nada. Tudo valeu a pena, e eu tenho muito orgulho de tudo o que conquistei. Só não conquistei a medalha olímpica, mas isto eu deixo para a próxima geração - afirmou.

Mesmo quando visitava os parentes em Florianópolis nas festas de fim de ano e no carnaval, ela nunca parava de treinar. Quando Alice nasceu, a catarinense se desdobrava em mil para conciliar os trabalhos dentro e fora da água. Era uma logística maluca, como ela diz. Acordava às 5h, amamentava e ia com filha e uma babá a tiracolo. Ia remar, enquanto Alice a aguardava na beira da lagoa. Quando ouvir de longe os gritos ou o choro do bebê, corria para terra firme.

- Era difícil conciliar, principalmente, no início, quando ela era bebezinho. Hoje, ela fica o dia inteiro na escola, mas antes era puxado. Meu marido me ajudou muito na época que a gente teve a Alice. Ele ainda era remador, e a gente levava ela para o clube. Eu estava remando e já ouvia ela gritando e voltava para amamentar de novo. Era uma logística toda maluca para conseguir conciliar, mas deu tudo certo hoje em dia ela está saudável, graças a Deus. A gente fez várias loucuras. Às vezes, quando tinha camping da seleção, a gente levava, e ela ficava com a gente. Tenho saudades, foi uma época muito boa da minha vida - lembra.

FUTURO: TÉCNICA DO VASCO? DIRIGENTE?

A determinação está no sangue dos Beltrame. A remadora seguiu o exemplo de casa. O pai trabalhou 25 anos praticamente em pé no balcão de um bar. Saía às 5h da madrugada e só voltava à noite. A mãe, além de cuidar das três filhas, o ajudava em tudo. De mudança para a terra natal marcada para dezembro, Fabiana não vê a hora de voltar a Floripa.

Dedicar tempo aos familiares e poder caminhar pelas praias da ilha no inverno, sem os turistas das férias, é um dos primeiros planos da maior remadora da história do país. O futuro ainda é uma incógnita, mas, no fundo, ela sabe que não aguentará ficar longe do esporte. Quem sabe, como treinadora do Vasco, clube que defender ao encerrar a carreira. A catarinense também cogita a função de dirigente, mas, por enquanto, só quer aproveitar o período sabático.

- Eu ainda não sei ao certo o que vou fazer. Quero tirar um tempo de descanso para curtir a família. Não vou conseguir ficar longe do esporte e, com certeza, vou querer ajudar de alguma forma. Estou me mudando para Florianópolis, vou ficar lá e ajudar o esporte. Tenho uma bagagem para contribuir. Às vezes, temos bons dirigentes que não vivenciaram o mesmo que eu e posso trazer essa experiência ao esporte. Eu tenho propostas, até mesmo de ser treinadora do Vasco, mas ainda não sei. Bate uma insegurança às vezes, mas eu paro, respiro e penso: "Não, eu fiquei 20 anos me preocupando com treino e competição, então, agora eu mereço uns meses sabáticos até mesmo para pensar nisso". Enquanto eu estava remando, eu estava tão focada naquilo, que eu nem pensava no futuro logo ali. Chegou o meu momento de parar. Acho que já conquistei muita coisa pelo remo do Brasil e eu acho que eu mereço esse descanso.



Fonte: GloboEsporte.com