Basquete: Com elenco de campeões do NBB, Vasco sonha alto

Sábado, 01/10/2016 - 12:48
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Maior força do basquete brasileiro entre o fim dos anos 1990 e começo dos anos 2000, quando foi bicampeão sul-americano (1999 e 2000) e brasileiro (2000 e 2001), o Vasco passou a última década longe dos grandes jogos e carente de recursos e jogadores que fizessem jus a uma história de grandes conquistas. Após uma refundação tímida em maio de 2014, ainda sem grandes aspirações, o clube finalmente conseguiu, em junho deste ano, retornar à elite do basquete brasileiro.

O acesso ao NBB permitiu ao clube trazer jogadores que hoje podem fazer do time uma das potenciais forças do campeonato nacional, que começa em novembro. Entre os contratados, estão jogadores com passagem pela seleção brasileira, como Nezinho, Murilo e Bruno Fiorotto, e o americano David Jackson, MVP do NBB em 2014.

Na semana passada, em sua primeira competição após o retorno à elite, o Vasco se sagrou campeão do torneio amistoso Super Four Rio-Nordeste, com direito a uma vitória emocionante na prorrogação sobre o Flamengo, atual tetracampeão do NBB. Nesta segunda-feira, às 20h, os dois times se reencontram, desta vez pela terceira rodada do Campeonato Carioca. Nesta sexta, o Vasco venceu o Macaé por 75 a 62, em casa. Na primeira rodada, a equipe de São Januário bateu o Botafogo por 77 a 53.

O clima de rivalidade entre Flamengo e Vasco, que já decidiram o título nacional em 2000 (com vitória do Vasco), promete ser ainda maior no Tijuca Tênis Clube. A partida de ida terá somente torcedores rubro-negros, por questões de segurança. No segundo confronto entre as equipes, marcado para o dia 15, o mando será do Vasco, e os jogadores já estão cientes da responsabilidade de defender um time de grande torcida no futebol, no qual apoio e cobrança caminham lado a lado.

— Depois da vitória sobre o Flamengo no Super Four, recebemos mensagens de vários torcedores nos parabenizando, e isso é muito gratificante. Eu jogo basquete, mas sou apaixonado por futebol, e torço para que cada vez mais times de tradição também tenham equipes de basquete — comenta Murilo, MVP no NBB em 2012 pelo São José, campeão sul-americano com o Bauru em 2015 e um dos mais experientes do time.

Para o pivô de 33 anos, a bagagem dos jogadores será uma das grandes forças do Vasco.

— Já deu para ter uma noção do quanto a torcida é apaixonada, e com certeza queremos ir longe já nesta temporada. O time foi montado para isso. Acho que a experiência será um diferencial a nosso favor nos momentos de dificuldade, ainda mais numa liga equilibrada como o NBB — comenta o gigante de 2,08m.

DNA VENCEDOR

O armador Nezinho, tricampeão do NBB com o Brasília entre 2010 e 2012 e outra das principais contratações do Vasco, é um dos jogadores que mais enfrentaram o Flamengo nas últimas temporadas, inclusive em finais. No entanto, o paulista de Araraquara confessa que só teve a real noção da rivalidade entre vascaínos e rubro-negros ao vir para o Rio de Janeiro.

— Quando voltamos para o Rio, todo mundo no clube vibrou com a vitória que conseguimos em Fortaleza. A torcida do Vasco é muto apaixonada, e essa rivalidade é ótima para o nosso basquete, desde que fique no limite das quatro linhas — alerta o armador, de 35 anos.

Apesar de não gostar de jogos com torcida única, Nezinho reconhece a necessidade da medida em ginásios menores, como o do Tijuca. O jogador, porém, torce para que a decisão não seja mantida quando as partidas acontecerem em arenas maiores:

— No Maracanãzinho e na arena olímpica (na Barra), por exemplo, acho que podemos ter jogos com as duas torcidas.

O armador concorda com Murilo sobre o fato de a experiência dos jogadores ser uma das forças do Vasco, mas acrescenta que a bagagem do time pode ser o diferencial. Para ele, o primeiro objetivo alvinegro deve ser a conquista do título estadual.

— No momento, queremos vencer o Carioca. Acho que o fato de termos vários jogadores que já foram campeões faz esse time ter um DNA vencedor. Queremos ir para as cabeças no NBB também, mas temos consciência de que esta é só a primeira temporada de um projeto que esperamos que dure — diz.



Fonte: O Globo Online