Almoço de Defim com Sandro Meira Ricci aconteceu em janeiro; árbitro trabalhou no Catarinense 2015

Domingo, 18/10/2015 - 10:59
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O que há por trás da foto do cartola almoçando com o árbitro

Após o empate com a Chapecoense, o presidente do Vasco fez duras críticas a Delfim Vieira, que desde 1985 preside a Federação Catarinense de Futebol. Eurico Miranda o acusa de tentar influenciar a arbitragem para proteger as equipes de Santa Catarina. No dia seguinte à polêmica surgiu nas redes sociais uma foto de Delfim almoçando com o número 1 do apito nacional, Sandro Meira Ricci. A imagem revoltou torcedores vascaínos.

Em contato com o consultor de arbitragem dos canais ESPN, Salvio Spínola, o apitador brasileiro da última Copa do Mundo disse que o encontro aconteceu em janeiro, em Balneário Camboriú. Na época a Federação Catarinense contratou Ricci para apitar o campeonato estadual. O procedimento é comum, embora inadequado. Mas não é só.

Cabe às federações indicar delegados dos jogos realizados em seus Estados. Com isso, presidentes dessas entidades têm acesso à equipe de arbitragem antes das partidas.

"Sugeri no ano passado que a CBF criasse um quadro de delegados totalmente neutro", conta Salvio.

A ideia não foi adotada. Com poderes para escalar subordinados, filhos ou eles mesmos, os presidentes de federações têm a possibilidade de conversar com juízes e bandeiras antes de a bola rolar. A simples presença de um desses personagens no vestiário dos árbitros a instantes do pontapé inicial pode, em tese, caracterizar pressão, intimidação. Um desleixo de quem deveria zelar por um campeonato tão prejudicado pelos muitos (alguns absurdos) erros de arbitragem.

Quanto ao almoço entre Sandro Ricci e Delfim Vieira, seria mais indicado que a reunião acontecesse na sede da federação. Por mais que nada demais tenha sido conversado durante a refeição, no contexto da queixa de Eurico a foto nada de bom proporciona ao árbitro e à arbitragem. Mas pelo menos coloca holofotes sobre procedimentos comuns, como almoços ou jantares entre quem os contrata e quem apita as pelejas. E é evidente que seria muito mais razoável esses personagens sem tamanho contato, sem toda essa proximidade.

Alguém parece preocupado com isso?



Fonte: Blog Mauro Cezar Pereira - ESPN.com.br