Valdir, sobre má fase do ataque vascaíno: 'A gente se cobra internamente, não dorme legal'

Sexta-feira, 10/07/2015 - 08:52
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Era aquecimento dos jogadores, minutos antes do confronto com o São Paulo, quarta-feira à noite. Após terminar os exercícios indicados pelo preparador Paulo Paixão, no gramado do Mané Garrinha, em Brasília, o centroavante Gilberto foi em direção a Valdir, ex-atacante e atual auxiliar técnico no Vasco:

- Vamos bater uma bola, dar uns chutes a gol?

Foi atendido de imediato. Valdir sabia que o pedido incomum era uma mostra da má fase do ataque. Chamou o goleiro reserva Jordi e lá foram treinar às vésperas do jogo. Exercício de finalização, incentivo e ajuda na concentração não impediram a goleada de 4 a 0 e tampouco o fim da seca - Gilberto não balança a rede há dois meses, e o Cruz-Maltino tem o pior desempenho ofensivo do Brasileirão, com cinco bolas na rede em 12 partidas. Situação que, aliada à presença da zona do rebaixamento por nove rodadas, gera cobrança interna e perda de sono.

- Não é sempre, mas faço isso quando é pedido. Gilberto solicitou, normal. Vivemos um período de falta de confiança, de dificuldade de concentração. A falta de vitória gera pressão, torcida vaia, imprensa questiona. A gente se cobra internamente, não dorme legal - contou o ex-atleta.

Treinar, aperfeiçoar e ajudar os atacantes a saírem da crise compõe parte das tarefas de Valdir, o Bigode, jogador do Vasco em duas passagens: 1992 a 1994 e 2002 a 2004 (relembre parte da carreira no vídeo abaixo). É com a representatividade dos 144 gols marcados, de ter sido ídolo da torcida e dos títulos conquistados (quatro edições do Carioca) que garantiu: o momento é passageiro.

- Fazer gol é uma responsabilidade enorme. Parece que é fácil, mas é o mais difícil no futebol. Outros times têm esse problema, o mercado valoriza quem o faz, afinal, os atacantes são os jogadores mais caros. A gente treina. Orienta, conversa. Mas a prática é diferente. Nossos atacantes passam por momento difícil, sim. Se o time começar a melhorar, os gols voltam a sair. Se os gols começam a sair, o time melhora. É um ciclo. Todos nós estamos em fase ruim e ela vai passar - contextualizou.

Em 1996, pelo São Paulo, Valdir viveu o maior jejum da carreira. Foram oito jogos. Quando voltou a marcar, fez três logo de cara. Daquela época para cá, o nível dos avantes mudou - começou fase como treinador, em 2010, com passagens por Campo Grande, Itaboraí e São Pedro. Ao eleger Ricardo Oliveira e Fred como destaques do atual campeonato, disse confiar nos jogadores vascaínos. Nem mesmo os três gols pedidos por Riascos o fez ter dúvida:

- Riascos vai melhorar a condição física. Aí, passará a ajudar o Gilberto. A hora em que o time deslanchar, os gols vão aparecer. Não tenho dúvida que vamos reverter. Vasco é time grande. temos jogadores que ainda vão entrar em forma, outros vão voltar e as coisas vão melhorar.

Em 19º lugar, o Vasco tem nove pontos. Enfrenta o Grêmio, sábado, em Porto Alegre, em busca de recuperação.

Fonte: GloboEsporte.com