Concessionária Maracanã rebate acusações de que ingressos falsos foram adquiridos nos postos oficiais de venda

Terça-feira, 05/05/2015 - 04:16
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Jogo que marcou o recorde de público presente em um estádio de futebol no Brasil este ano (66.156 torcedores), a decisão do Campeonato Carioca, domingo, que consagrou o Vasco campeão diante do Botafogo, também ficou marcado pelo derrame de quase 200 ingressos falsos. Muitos torcedores que não conseguiram entrar foram ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), nas dependências do estádio, e alegaram que os bilhetes foram adquiridos em postos oficiais de venda, como São Januário, Caio Martins e bilheterias do Maracanã.

A concessionária que administra o estádio, porém, rebateu as afirmações nesta segunda-feira, e afirmou ter meios para provar que os bilhetes ilegais não foram adquiridos nas bilheterias.

"A alegação de aquisição de ingressos falsos nas bilheterias oficiais do Maracanã é leviana, irresponsável e não procede. A concessionária que administra o estádio possui recursos para saber o local e o horário onde os ingressos foram comprados. Desta forma, está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos aos interessados", diz a concessionária, em nota.

Antes do jogo, houve relatos, também, de torcedores que admitiram ter comprado ingressos falsos das mãos de cambistas. No Jecrim, cerca de 100 torcedores levaram seus bilheteres para uma perícia, e 90 foram considerados falsos.

"Os torcedores que foram ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), localizado dentro do estádio, representaram uma pequena parcela daqueles que adquiriram ingressos por outros meios que não o site www.maracana.com, as bilheterias do estádio e os pontos de venda autorizados", afirma outro trecho do comunicado.

Os casos de ingressos que não passaram nas catracas do estádio se concentraram no Acesso A, e eram destinados ao Setor Sul, da torcida do Vasco. Segundo o comandante do Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (Gepe), tenente-coronel João Fiorentini, além dos ingressos comprovadamente falsificados, houve outro motivo para o impedimento de entrada de torcedores: em alguns casos, a catraca indicava que o ingresso apresentado já havia passado por alguma entrada do estádio naquele dia. Uma curiosidade chamou a atenção de Fiorentini: em todos os casos, a primeira passagem do ingresso tinha sido no mesmo horário, 13h28.

- Não posso afirmar se era um ingresso falso, se houve revenda de um ingresso já usado, quando um torcedor sai do Maracanã com vários bilhetes já utilizados e os repassa do lado de fora, como cambista, ou se aconteceu um problema operacional na catraca. Cabe à concessionária explicar o que houve, porque foram muitos casos de ingressos que entraram originalmente no mesmo horário - afirmou Fiorentini.

Outro problema ocorrido na decisão foi a retirada de torcedores vascaínos do setor Norte, onde estava a torcida do Botafogo. Embora alguns deles tenham ido ao Jecrim reclamar que não estavam torcendo para o Vasco, o comandante do Gepe defendeu a ação.

- Todos aqueles que foram retirados pelo Gepe estavam efetivamente torcendo pelo Vasco, inclusive cantando músicas de uma torcida organizada, e incitando a torcida do Botafogo. Foram os próprios vascaínos que nos pediram proteção, e tivemos de montar uma barreira policial para retirá-los de lá em segurança. Eram cerca de 400 torcedores. Mas outros vascaínos que estavam lá, quietos, sem provocar os botafoguenses, puderam permanecer. Tanto que, ao fim do jogo, quando a torcida do Botafogo já tinha ido embora, foi possível ver uma grande quantidade de torcedores do Vasco que ficaram naquele setor para comemorar o título - relatou o tenente-coronel.

Fonte: O Globo Online