Futebol Americano Feminino: Confira entrevista com Tatiana Sabino, presidente e capitã do Vasco Patriotas

Quinta-feira, 19/02/2015 - 08:41
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MENINAS DO VASCO BIG RIDERS VIRAM PATRIOTAS, DEIXAM A AREIA E MIGRAM PARA O FUTEBOL AMERICANO

O 11 Jardas bateu um papo com Tatiana Sabino, presidente e capitã do Vasco da Gama Patriotas – Feminino, sobre o time que começou como Big Riders, ainda na areia, depois se associou com o Vasco da Gama, virando Vasco Big Riders, e recentemente migrou para o futebol americano todo equipado, adotando o mesmo nome do time masculino, campeão do Torneio Touchdown VI em 2014, Vasco da Gama Patriotas.

O primeiro desafio da equipe no futebol americano todo equipado será o Torneio End Zone, competição de F.A. feminino pioneira, que chega em sua 2ª edição em 2015. O torneio organizado pela Liga Feminina de Futebol Americano – LIFEFA ainda está em aberto, pois o processo de inscrições de times está em andamento, até o dia 28 de fevereiro [ficha de inscrição on line, aqui]. Só em março teremos a confirmação de quantos serão os times participantes e quais serão eles. Tatiana já nos confirmou a presença do Patriotas feminino na competição!

Confira a entrevista completa:

- Quando e como foi criado o Big Riders?

Tatiana Sabino: O Big Riders foi criado em Julho de 2004. Decidi fundar uma equipe feminina depois que me vetaram de jogar o Carioca Bowl pelo Saquarema Tsunamis. Quando comecei a jogar, não existiam equipes femininas e eu jogava na masculina mesmo. Joguei alguns amistosos e o Primeiro Saquarema Bowl. Mas quando a AFAB (na época a AFAB geria somente o RJ ainda) vetou expressamente a minha participação no campeonato carioca, decidi que era hora de investir no FA Feminino.

- Quando surgiu a parceria com o Vasco da Gama?

T.S.: A parceria com o Vasco da Gama surgiu em 2012. Foi quando migramos a equipe de Saquarema para o Rio de Janeiro.

- Conte um pouco da trajetória do time, conquistas, momentos importantes.

T.S.: O Big Riders além de ser a equipe pioneira de futebol americano feminino no país, também foi a primeira campeã carioca, em 2005. Fomos campeãs de diversos Saquarema Bowls, de campeonatos interestaduais e torneios tanto de flag quanto flackle, quanto 9×9 (a modalidade de beach football que foi praticada por mais tempo no RJ).

Nunca passamos por mudanças e reestruturações. Na verdade, a parceria com o Vasco e a união com o Patriotas são as únicas mudanças que já fizemos. Sempre mantivemos a mesma base, mesma filosofia, mesmo formato. E dá certo né? São 11 anos de história!

- Qual o seu momento inesquecível no Big Riders?

T.S.: Olha, são tantos! Eu estive em TODOS os momentos da vida da equipe. Os bons, os ruins, os maravilhosos!

Mas nada me proporcionou o que a equipe de hoje me proporciona. Temos um elenco extremamente forte e unido, onde a equipe toda tá disposta a fazer dar certo. Abraçou as metas que traçamos e tem se dedicado muito para alcançar nossos objetivos. Estamos sonhando juntas e trabalhando juntas para que esse sonho se torne realidade. Isso tem renovado a minha motivação dia após dia.

- O que levou o time a migrar para o futebol americano todo equipado? Vocês já tinham essa intenção?

T.S.: No início de 2014 surgiu a ideia, quando soubemos que haveria o Torneio End Zone. Cogitamos entrar no campeonato, unindo jogadoras dos times do Rio. No entanto, pensei melhor e vi que, não adiantava ter pressa. Que era muito mais importante consolidar a equipe, para depois investir num projeto tão grandioso. Assim, passamos o ano de 2014 inteiro recrutando, arrecadando e juntando dinheiro, comprando equipamentos, nos estruturando para que esse ano fosse o nosso ano. E tá sendo. Migrar para o full pads era uma consequência. Aqui no RJ já estávamos saturadas de jogar o beach football sempre contra nós mesmas. O RJ, de um modo geral, sempre teve a intenção de evoluir.

- Adotar o PATRIOTAS no nome foi algo natural? Qual era a relação do Big Riders com eles?

T.S.: Sempre tivemos uma relação de ajuda mútua. A nossa entrada para o Vasco da Gama contou com a ajuda deles. E nesses quase 3 anos de parceria com o Clube, sempre fizemos com que as equipes agissem juntas, mantivessem o apoio mútuo. Acho que a união através do nome é algo natural sim. Unificar as equipes faz com que a nossa identidade com o Clube e com a torcida só aumente.

- O Vasco Big Riders teve alguma atleta no Cariocas F.A., time que disputou (e venceu) o Torneio End Zone 2014?

T.S.: Sim, a Natalia Andrade, que é jogadora do time desde 2005, atuava como FullBack no Cariocas. E a Fernanda Pato, que está entrando para o elenco agora, atuava como Cornerback.

- O Vasco da Gama Patriotas feminino está confirmado na 2ª edição do Torneio End Zone?

T.S.: Estamos sim! Inscrição já realizada.

- Como está o elenco de vocês, tem um número confortável de atletas para disputar torneios?

T.S.: Temos sim. Passamos o ano de 2014 nos preparando para os dois maiores empecilhos advindos da modalidade: número de jogadoras elevado e alto custo dos equipamentos e viagens. Recrutamos um bom número de jogadoras. Temos um elenco bem mesclado. Metade com experiência e metade sem experiência alguma. Mas todas com muita vontade e determinação.

- Quais o procedimentos para quem tem interesse de jogar/treinar com o Vasco Patriotas feminino? Quais os requisitos?

T.S.: Não é necessário qualquer requisito. Não fazemos seletivas. Não limitamos o número de jogadoras. No Vasco, quem quer fazer parte, tem seu espaço. Para entrar para a equipe, basta comparecer em um dos nossos treinos. Divulgamos durante toda a semana na nossa fanpage.

- O time da areia/flag continua ou a partir deste ano só full pads?

T.S.: Na areia, encerramos atividades. Mas a equipe de flag continua sim. Treinando forte para o Circuito Nacional de Flag Feminino 5×5.

>> Treinos abertos do Vasco da Gama Patriotas feminino:

TODO DOMINGO – QUINTA DA BOA VISTA (gramado em frente ao lago principal) – Rio de Janeiro.

9h – Flag football (5×5 sem contato)
15h30 – Football (com equipamento)

- Qual sua expectativa para esta temporada?

T.S.: A expectativa não é menos que uma dobradinha da equipe feminina e da equipe masculina. A diretoria e os atletas estão trabalhando para nada menos que isso. Nós queremos levar essa alegria para a torcida vascaína. Que nos apoia sempre e tanto. Que vibra, torce, vai aos jogos, acompanha as nossas fanpages e torce pelo nosso sucesso.

- Como a avalia a situação das mulheres no futebol americano do Brasil no geral? Incluindo o flag.

T.S.: Hoje, estamos em ascendência. Mas já estivemos em decadência. Ainda sofremos muito preconceito e isso dificulta o acesso e interesse de mulheres no esporte. Mas aos poucos estamos galgando nosso espaço. O flag football tem sido o grande responsável por essa ascensão também. Com o inicio do Circuito e as duas idas seguidas da seleção brasileira feminina de flag aos mundiais, o nome do Brasil tem sido consolidado no cenário internacional também.



Fonte: 11jardas.com