Conheça os detalhes do Campeonato Estadual de 1998, vencido pelo Vasco no ano de seu centenário

Domingo, 08/02/2015 - 14:28
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Sobre o Campeonato Carioca de 1998

Recentemente, matéria da ESPN relembrou a conquista do Campeonato Estadual de 1998 pelo Vasco, criando um link com a situação do Campeonato Estadual hoje, mas resumiu a conquista obtida de ponta a ponta pelo clube naquele ano, como resultado da força política de Eurico Miranda em detrimento da dos adversários do Vasco, o que está léguas de distância da verdade.

É fato que o dirigente vascaíno buscou os direitos do clube da primeira à última rodada, mas teve de enfrentar, isso sim, uma grande corrente contra o Vasco, oriunda de seus três principais adversários.

Comprovaremos a seguir o aqui narrado.

Inicialmente republicamos uma matéria do jornal “O Globo”, datada de 21 de abril e 1998, na qual é dito claramente que, de acordo com exigência do Flamengo a Taça Rio, segundo turno do Estadual, começaria em paz e com regras definidas, tal qual se vê abaixo:




A partir de agora um resumo quase diário do ocorrido no segundo turno do Campeonato Carioca daquele ano. Ficará evidenciado pelos fatos o grande movimento contra o Vasco de três equipes muito aquém de seu rival, eliminadas da competição nacional daquele semestre, sem passe para a Libertadores na temporada (exceto pela TV) e protagonistas de vários vexames no período.

Segue abaixo:

21/04/1998 (Terça´Feira – Dois dias após a decisão da Taça Guanabara):

O texto do jornal, ao qualificar o pleito do Flamengo anterior ao início da Taça Rio de 1998 como uma “exigência”, demonstra que o estadual daquele ano, em seu segundo turno, estava devidamente acertado pelos clubes antes de seu início, satisfazendo ao mais queridinho da mídia.

Foi definido, sem brigas, segundo o presidente do Flamengo à época, Kleber Leite, que o fato de o Vasco atuar em competições concomitantemente adiaria o clássico contra o Botafogo marcado para a 3ª rodada da competição. A remarcação do clássico dependeria da continuidade ou não do Vasco na disputa da Taça Libertadores da América. A partida de volta das oitavas-de-final contra o Cruzeiro, no Mineirão, ainda não havia sido marcada e a data mais provável seria o dia 30 (dia em que estava prevista a realização de Vasco x Botafogo).

Naquela ocasião Eurico Miranda avisava que se o jogo do Vasco pela Taça Libertadores fosse marcado para o dia 01/05, o Vasco não enfrentaria também o Fluminense (03/05), pois o clube tinha o direito de adiar a partida nessas circunstâncias, dado o lapso temporal entre uma disputa e outra.

O segundo turno do estadual previa que as últimas duas rodadas fossem dirigidas, em relação à marcação dos jogos principais (Fla x Flu/Vasco x Flamengo), dependendo da performance das equipes para se definir qual clássico pertenceria à derradeira rodada do certame.

O “choro” rubro-negro descrito na matéria, a respeito do jogo decisivo da Taça Guanabara, que se realizara dias antes, foi desmascarado com fotos do jornal “O Extra” – apresentadas no programa de televisão “Bola na NET” pelo jornalista Renato Mauricio Prado – que, na ocasião, demonstravam ter sido a falta reclamada pelo presidente vice-campeão, existente, mas cometida fora da área, conforme ratificou o jornalista Sérgio Noronha em sua coluna no Jornal do Brasil a 23 de abril.

22/04/1998 (Quarta-Feira):

Resultados da 1ª rodada da Taça Rio:
Americano 0 x 1 Vasco
Botafogo 1 x 1 Madureira
Fluminense 1 x 0 Friburguense
Flamengo 0 x 0 Bangu

24/04/1998 (Sexta-Feira):

Como o clássico contra o Botafogo só teria uma definição quanto à sua realização, após a 5ª rodada (conforme se decidira antes do início do turno pelos clubes) o Vasco solicitou a que sua partida contra o Madureira, em casa, fosse adiantada para 29/04, uma quarta-feira, objetivando não ter jogos encavalados mais à frente, tendo sido atendido na ocasião.

26/04/1998 (Domingo):

Resultados da 2ª rodada da Taça Rio:
Madureira 2 x 2 Bangu
Vasco 3 x 1 Friburguense
Americano 1 x 1 Fluminense
Flamengo 3 x 3 Botafogo

Após as duas primeiras rodadas de disputa da Taça Rio (haveria apenas mais cinco até o fim do turno) era essa a situação dos quatro grandes na tabela:

Vasco: Dois jogos – 6 pontos ganhos
Fluminense: Dois jogos – 4 pontos ganhos
Flamengo: Dois jogos – 2 pontos ganhos
Botafogo: Dois jogos – 2 pontos ganhos

27/04/1998 (Segunda-Feira):

O Vasco não disputava concomitantemente “apenas” o Campeonato Estadual e a Taça Libertadores, mas também a Copa do Brasil. Flamengo, Fluminense e Botafogo já haviam sido eliminados desta competição em fases anteriores. As duas partidas de mata-mata contra o São Paulo, seu adversário nas quartas-de-final da competição nacional, foram marcadas (em 27/04) para serem jogadas a 07/05 (quarta-feira) e 12/05 (terça-feira).

29/04/1998 (Quarta-Feira):

O Vasco vence o Madureira por 2 x 0 e chega a nove pontos na tabela, em jogo antecipado da 6ª rodada, garantindo o aproveitamento de 100% no turno até ali.

O Flamengo solicitara à FFERJ no dia anterior que não atuasse pelo fato de quatro atletas seus estarem servindo a Seleção Brasileira. Seu pedido foi atendido e a partida contra o Americano, antes marcada para quinta-feira, 30/04, foi remarcada para o domingo, 10 de maio.

A preocupação rubro-negra era a de que o Campeonato Carioca terminasse antes da apresentação do selecionado brasileiro para a Copa do Mundo da França. Diante disso pressionava a Federação objetivando o fim da competição até a data limite, enquanto a FFERJ via como alternativa para solucionar o problema, o atraso em quatro dias para a apresentação dos atletas convocados, prazo, segundo ela, suficiente para a disputa de partidas pendentes.

30/04/1998 (Quinta-Feira):

O Bangu vence o Friburguense por 2 x 0, pela terceira rodada do estadual.

01/05/1998 (Sexta-Feira):

O Fluminense perde para o Madureira em Conselheiro Galvão por 1 x 0, pela terceira rodada, sem aproveitar o cansaço do adversário, que atuara contra o Vasco dois dias antes.

Tabela de classificação após a disputa da 3ª rodada:

Vasco – Três jogos – 9 pontos ganhos
Bangu – Três jogos – 5 pontos ganhos
Fluminense – Três jogos – 4 pontos ganhos
Flamengo: Dois jogos – 2 pontos ganhos
Botafogo: Dois jogos – 2 pontos ganhos

02/05/1998 (Sábado):

O Vasco empata com o Cruzeiro pela Taça Libertadores da América e se classifica para as quartas-de-final da competição.

03/05/1998 (Domingo):

Estava marcada a quarta rodada da Taça Rio e o clássico Vasco x Fluminense não pôde ser realizado, pois a equipe jogara no dia anterior diante do Cruzeiro. O Flamengo derrotou o Madureira por 3 x 2, mas o Botafogo caiu diante do Bangu pelo placar de 2 x 1. Ficou assim a classificação, após quatro rodadas disputadas.

Vasco – Três jogos – 9 pontos ganhos
Bangu – Quatro jogos – 8 pontos ganhos
Flamengo: Três jogos – 5 pontos ganhos
Fluminense – Três jogos – 4 pontos ganhos
Botafogo: Três jogos – 2 pontos ganhos

04/05/1998 (Segunda-Feira):

Em função dos últimos resultados obtidos por suas equipes, dirigentes de Fluminense e Botafogo resolvem tirar o clássico de dois dias depois entre eles do Maracanã e levá-lo para a Rua Bariri, campo do Olaria, pretendendo com isso diminuir despesas e o prejuízo dos dois clubes.

06/05/1998 (Quarta-Feira):

A rodada é disputada, com a exceção da partida entre Vasco e Bangu, pois o time cruzmaltino atuaria em São Paulo, contra o tricolor paulista, no dia seguinte. Fluminense e Botafogo empatam pelo placar de 1 x 1 e o Flamengo derrota o Friburguense por 1 x 0.

Na partida entre Fluminense e Botafogo verificou-se um público de 194 pagantes apenas e o jornal “O Globo” (edição do dia 07/05) cravava que com aquele resultado ambos “enterraram de vez qualquer pretensão de ganhar o estadual”.

Ao final da rodada, que terminaria no dia seguinte com o jogo Americano 1 x 0 Madureira a classificação ficou assim:

Vasco – Três jogos – 9 pontos ganhos/ Nenhum ponto perdido
Bangu – Quatro jogos – 8 pontos ganhos/ 4 pontos perdidos
Flamengo: Quatro jogos – 8 pontos ganhos/ 4 pontos perdidos
Fluminense – Quatro jogos – 5 pontos ganhos/ 7 pontos perdidos
Botafogo – Quatro jogos – 3 pontos ganhos/ 9 pontos perdidos

07/05/1998 (Quinta-Feira):

Começa o circo.

Sabedor que teria pela frente o Vasco no jogo de domingo (dia 10/05), o Botafogo se insurge contra isso. Afirma que o correto seria atuar contra o Friburguense nesta data, afirmando só aceitar jogar com o Vasco após a equipe de São Januário atuar contra o Fluminense, mesmo sendo o clube conhecedor da tabela e nela estar expressa a realização do jogo Vasco x Botafogo anteriormente ao outro clássico.

O clube da estrela solitária sabia perfeitamente que a rodada, como originariamente estava marcada, não poderia ocorrer, pois o Flamengo atuaria (fazia questão disso) contra o Americano em jogo adiado, o que impediria a realização do clássico Fla x Flu. Pelo mesmo motivo, o confronto entre Bangu x Americano também não seria disputado. Já a partida entre Vasco x Madureira fora realizada de forma antecipada, a 29/04. O domingo serviria apenas para a realização de dois jogos adiados: Flamengo x Americano e Vasco x Botafogo.

08/05/1998 (Sexta-Feira):

Circo armado é hora de se saber quem faz parte dele.

O Botafogo usa como argumento para não enfrentar o Vasco, o fato de que o clássico só poderia ocorrer após a 5ª rodada, conforme definido antes do início da Taça Rio. Na sua conta como nenhuma equipe grande havia disputado ainda cinco jogos, tal rodada não havia existido. Mas a comprovação do contrário era o fato de que o Friburguense já atuara cinco vezes e o Madureira seis vezes (contando aí o jogo contra o Vasco na partida adiada da 6ª rodada, disputada em 29/04).

Mais que depressa Flamengo e Fluminense se posicionaram ao lado do Botafogo. Tumultuar o campeonato àquela altura era talvez a única alternativa para impedir o título do Vasco, pois nenhum de seus adversários dependia mais de si para conquistar o campeonato.

O Flamengo, apesar de se mostrar favorável à reivindicação alvinegra, afirmava que o estadual teria de ser encerrado no dia 19, embora soubesse ser impossível isso se o Vasco não vencesse a Taça Rio, pois neste caso estava previsto a disputa de uma decisão em dois jogos entre os campeões das taças Guanabara e Rio.

Eduardo Viana, presidente da FFERJ afirma que quem comandou a alteração da tabela do 2º turno foi o Flamengo, bem como relembra terem os clubes autorizado a mudança de datas dos jogos do Vasco em função deste estar disputando a Taça Libertadores e a Copa do Brasil concomitantemente ao Campeonato Estadual. Finaliza afirmando que o regulamento prevê um W.O. se uma equipe não for a campo em jogo confirmado pela entidade.

10/05/1998 (Domingo):

Dos dois jogos adiados apenas o do rubro-negro foi realizado e o time da Gávea venceu o Americano por 4 x 2. O Botafogo não compareceu ao estádio do Maracanã, dando de mão beijada os pontos para o Vasco. Ficou assim a tabela de classificação:

Vasco – Quatro jogos – 12 pontos ganhos */Nenhum ponto perdido
Flamengo – Cinco jogos – 11 pontos ganhos/ Quatro pontos perdidos
Fluminense – Quatro jogos – 5 pontos ganhos/ 7 pontos perdidos
Botafogo: Cinco jogos – 3 pontos ganhos */ 9 pontos perdidos

* Em se confirmando o W.O. no TJD a favor do Vasco, conforme previsto no regulamento.

11/05/1998 (Segunda-Feira):

Sabedor que o Botafogo não tinha qualquer argumento cabível para impedir a perda por W.O. o rubro-negro se via cada vez mais longe do título. Para ter alguma chance seria obrigado a derrotar o Fluminense na penúltima rodada, o Vasco na última e ainda torcer para os cruzmaltinos não vencerem banguenses e tricolores, respectivamente.

A penúltima rodada previa originariamente Vasco x Madureira (partida que já havia ocorrido, pois fora antecipada), Bangu x Americano, Friburguense x Botafogo e Flamengo x Fluminense. Como o Vasco já havia atuado contra o Madureira a 29/04, o time – que jogaria contra o São Paulo pela Copa do Brasil em 12/05 – tinha a quinta-feira livre para atuar no estadual.

A solução foi antecipar em um dia a partida do Bangu (que folgara no fim de semana) diante do Americano. O restante dos jogos da sexta rodada foram confirmados para a quarta-feira, dia 13/05 (Fla x Flu, Friburguense x Botafogo). Na quinta-feira, 14/05, seria então realizada a partida entre Bangu x Vasco.

Pode-se dizer que a medida foi de bom senso. Caso o Fla x Flu fosse antecipado para terça-feira (e não o jogo Bangu x Botafogo), tanto o Flamengo como o Fluminense seriam prejudicados. O Fla por ter atuado apenas dois dias antes, na rodada anterior, e o Fluminense por ter de jogar dois clássicos no espaço de 48 horas. Mesmo cabendo ao Bangu enfrentar dois adversários no espaço de 48 horas (Americano e Vasco), jogaria contra ambos em casa, sendo apenas um dos confrontos considerado clássico pelos banguenses.

O discurso da dupla Fla e Flu, entretanto, era o de dar força ao pleito do Botafogo e ameaçavam ambos se retirar do campeonato caso fosse confirmada a derrota alvinegra por W.O.

O Fluminense ficou do lado de seus dois coirmãos por serem todos signatários da Liga Carioca, dirigida pelo ex-presidente do Flu e ex-gerente remunerado do Flamengo, Francisco Horta, que sonhava com um torneio no ano seguinte (em substituição ao Campeonato Carioca) do qual fariam parte os quatro grandes do Rio, mais convidados de Minas Gerais. Caso o Vasco não aquiescesse em participar seria substituído por algum clube da Bahia e, na visão do dirigente, estaria sob o risco de falência, por não acompanhar o grupo rebelde, uma vez que, segundo ele, aquele seria o último Campeonato Estadual da história.

O então vice-presidente de Relações Externas do Flamengo, Julio Cesar Leitão, afirmava, em nome do clube que este só atuaria contra o Fluminense após o Vasco ter jogado contra o Botafogo, ignorando o fato de o principal rival ter ido a campo no dia anterior e só não duelado contra o alvinegro nas quatro linhas pela ausência do próprio na ocasião.

12/05 (Terça-Feira):

No decorrer do dia a dupla Fla x Flu foi informada oficialmente que a partida entre os dois clubes estava marcada para o dia seguinte, porém a bronca agora era outra. O presidente da FFERJ Eduardo Viana havia marcado o jogo para o estádio do Bangu e não no Maracanã, devido um problema relacionado à segurança, segundo a Liga, de responsabilidade da Federação.

À noite Bangu e Americano empataram sem gols em Moça Bonita.

Já em São Januário um partidaço entre Vasco e São Paulo deu aos cruzmaltinos a vaga para a semifinal da Copa do Brasil, após a vitória sobre o tricolor paulista por 4 x 3 (o jogo de ida havia terminado empatado em 1 x 1).

13/05 (Quarta-Feira):

A dupla Fla x Flu não vai a campo, sob a argumentação de que a marcação do clássico para Moça Bonita fora uma arbitrariedade e representados pela Liga Carioca, não reconhecida nem pela FFERJ nem pela CBF, obtém uma liminar na Justiça Comum que segundo os dois clubes impediria a aplicação de qualquer sanção a eles.

14/05 (Quinta-Feira):

Os jornais anunciam que o Vasco poderia ser campeão, caso vencesse o Bangu naquele dia. A desculpa da dupla Fla x Flu pelo não comparecimento soou esfarrapada. Era evidente um conluio entre Flamengo, Fluminense e Botafogo para tentar manchar o título do Vasco.

À noite, em Moça Bonita, o Vasco buscava o gol do título, mas o Bangu segurava o 0 x 0.

No intervalo a notícia que punha o clube da colina cada vez mais perto da conquista: no TJD fora confirmado o W.O. do Vasco no Botafogo.

No segundo tempo a pressão aumentou, mas o goleiro adversário, Alex, fazia bela partida e ainda contava com a sorte. Exatamente aos 45 minutos da segunda etapa as luzes do estádio do Bangu se apagaram. A equipe da casa queria o fim do jogo sem os descontos, enquanto o Vasco exigia do árbitro Ubiraci Damázio que os desse quando a luz voltasse.

Após o retorno de energia, o árbitro cumpriu a promessa feita no breu, ante a indagação do Vasco, desde seu treinador, Antônio Lopes, até seu dirigente maior ali presente, Eurico Miranda: daria três minutos de acréscimo. No segundo deles Mauro Galvão foi lançado, desviou do goleiro e marcou o gol do título cruzmaltino.

Em campo e nos vestiários a festa vascaína foi intensa. Com uma rodada de antecipação o campeonato fora conquistado.

A Liga Carioca, não reconhecida nem pela FFERJ, nem pela CBF, produziu nota na qual disse que a FFERJ esteve comprometida com o Vasco durante a competição.

Pela imprensa Eurico disparou que aquilo feito por Flamengo, Fluminense e Botafogo era atitude de quadrilheiros. E alertava para o cometimento de um crime: a televisão pagara pelos jogos do campeonato e tanto Flamengo, quanto Fluminense e Botafogo não apareciam para jogar. Recebiam, portanto, o valor do produto, mas não o disponibilizavam para quem o comprou.

17/05/1998 (Domingo):

Em sua coluna no jornal “O Globo”, sob o título de “Fujão”, o jornalista Renato Mauricio Prado criticou veementemente a atitude do Flamengo, mais propriamente de seu presidente, Kleber Leite, por abandonar o campeonato pelo segundo ano consecutivo, mesmo sabedor antes de quais eram as regras. Prado não deixou de citar de forma grosseira Eurico Miranda e o presidente da FFERJ, mas a grande grosseria do campeonato fora mesmo cometida contra o clube e teve do Vasco o devido desprezo, mesmo porque motivada pelo acovardamento e despeito de seus principais adversários na cidade.

Na hora marcada para o confronto daquela data o rubro-negro não foi ao campo, tal qual se previa, fazendo às vezes de um autêntico rubro-marrom, dando de bandeja mais três pontos ao Vasco, que seriam confirmados pelo TJD dias depois, bem como o duplo W.O. sofrido pelo clube da Gávea e seu “pai” no futebol, Fluminense

21/05/1998 (Quinta-Feira):

Com o campeonato já decidido, Vasco x Fluminense se tornou meramente o jogo das faixas e foi realizado dois dias antes da partida decisiva contra o Cruzeiro em São Januário, que poderia levar o representante do Rio à final da Copa do Brasil. Sem a equipe titular em campo e devolvendo o desprezo ao adversário que oito dias antes havia feito um papelão duplo com quem veio de sua costela no futebol, menos de mil vascaínos estiveram presentes no estádio e a derrota cruzmaltina para o tricolor por 2 x 0 foi apenas um detalhe na festa entre jogadores e comissão técnica dentro de campo, com a entrega da taça.

O Vasco não passaria pelo Cruzeiro na Copa do Brasil, mas por Grêmio, River Plate-ARG e Barcelona-EQU na Libertadores, tornando-se bicampeão sul-americano 97 dias depois.

Casaca!

Fontes de Pesquisa: “O Globo”/”Jornal do Brasil”

Fonte: Casaca