Número de alunos que ganharam kits do projeto Enquanto Houver um Coração Infantil quase triplicou em 1 ano

Terça-feira, 27/01/2015 - 08:24
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Um projeto criado em 2013 pela paraibana Ângela Diniz, torcedora do Vasco da Gama, vem tomando proporções cada vez maiores. Em 2014, o “Enquanto Houver um Coração Infantil” atendeu 58 crianças na cidade de Taperoá, interior da Paraíba. Mas neste ano, o saldo foi quase três vezes maior. Realizado neste final de semana, 151 estudantes da rede pública de ensino dos municípios de Patos e Mossoró (na Paraíba e no Rio Grande do Norte respectivamente) foram contemplados.O projeto, que está no seu segundo ano, premia alunos cadastrados que tiveram bom rendimento escolar durante o ano letivo.

Cada criança aprovada na escola ganhou uma camisa personalizada do Vasco da Gama e um kit escolar contendo lápis, borracha, apontadores, lápis de cor e outros itens do clube, incluindo o livro “Meu Pequeno Vascaíno”, escrito por Fernanda Abreu.

A idealizadora do evento conversou com a reportagem e falou sobre as novas conquistas do projeto:

- Eu poderia resumir o projeto deste ano em apenas uma palavra: "sucesso". Tudo ocorreu bem. Os voluntários fizeram um trabalho excelente fora da sala de aula. Realizamos encontros bimestrais, quando falávamos da importância do estudo e também da história do Vasco da Gama, que é muito linda. A maioria das crianças foi aprovada com notas muito boas – resumiu Ângela, comemorando também a melhoria do desempenho escolar médio das escolas contempladas com relações a outras da região.

O projeto surgiu após uma sobrinha de Ângela pedir uma camisa do Vasco para ela. A tia resolveu atender ao pedido, mas só com uma condição: a menina tinha que estudar e ter um bom rendimento escolar. A ideia deu certo e a criança conseguiu ser aprovada na escola. Ângela então percebeu que poderia unir sua paixão pelo Vasco e seu desejo de ver nascer cada vez mais torcedores do clube, com o combate à evasão escolar e o incentivo aos estudos. E em pouco tempo, a brincadeira virou o projeto "Enquanto Houver um Coração Infantil", que já está em seu segundo ano e tem como padrinho o ex-jogador e ídolo do clube de São Januário, Juninho Pernambucano.

Além dos kits escolares e das camisas personalizadas, o projeto ainda vai sortear uma camisa autografada por Juninho Pernambucano e pelo volante Guiñazú,que chegou ao clube no ano passado. Ângela disse que o sorteio deve acontecer até a segunda semana de fevereiro.

Apesar de ser criado e usar o nome do Vasco da Gama, o projeto não tem ligação direta com o clube e trabalha com a doação de torcedores vascaínos. Além disto, ele conta com alguns parceiros ligados ao clube, como a Cruzada Vascaína, o Vasco Dívida Zero, o Vascaíno é Sangue Bom, o Caldeirão Vascaíno, a Petrovasco, entre outros.

Durante o ano de 2014 foram realizados três encontros com as crianças inscritas: o primeiro tratou de falar sobre a importância da educação em todos os âmbitos, o segundo encontro foi contada a história do Clube de Regatas Vasco da Gama e o terceiro serviu para tratar de temas importantes com base na história do Vasco, como o combate ao racismo.

Projeto atendeu cinco crianças com surdez

Em 2015, o projeto atendeu pela primeira vez cinco estudantes com surdez. E quatro delas conseguiram a aprovação escolar. Para Ângela, o fato é um marco na ainda breve história do projeto.

- Este ano tivemos cinco alunos deficientes auditivos em Patos e em geral eles tiveram resultados positivos. Apenas um estudante não conseguiu passar de ano, mas a gente abriu uma exceção e também a contemplou com a camisa. Isso é um marco histórico no projeto – comemorou.

Possível expansão para novas cidades

Se em 2015 o projeto quase triplicou o número de beneficiados, a ideia de Ângela é aumentar cada vez mais. Porém, ela não quer dar um “passo maior que a perna”. Ela explicou que o fato de trabalhar com doações não permite que o projeto tome proporções maiores.

- Se a gente quisesse, pelos contatos que já recebemos, abraçaríamos até o Brasil, sem querer soar pretensiosa. Iríamos fazer jus ao hino, “Norte a Sul, Norte a Sul deste país”. Mas como o trabalho é feito de doação, a gente não pode abraçar um número grande de cidades para não correr o risco de não cumprir nossas metas e frustrar as crianças. Porque trabalhar com criança é complicado. Então temos que nos limitar, colocar a mão até onde alcança. Mas vamos nos reunir com todas as pessoas que querem se voluntariar e apresentar o que viveu em Taperoá, em Mossoró e em Patos – explicou.

Deixando a rivalidade de lado, Ângela admitiu que gostaria que torcedores de outros clubes do Brasil tomassem a mesma iniciativa que ela. Para a idealizadora, o futebol tem um poder muito forte e poderia usar isto para incentivar as crianças a se dedicarem cada vez mais aos estudos e colherem no futuro o fruto plantado agora.

- Os clubes têm uma força muito grande e se você usa essa força para fazer o bem, você consegue ajeitar o país. Eu queria que os outros clubes copiassem a ideia. Coisas boas têm que ser copiadas e o Vasco ainda assim seria o pioneiro (risos). Mas precisamos fazer um trabalho de formiguinha e só dessa maneira daremos um futuro melhor para essas crianças e para o Brasil – finalizou.



Fonte: GloboEsporte.com