Doriva: 'Queremos criar equipe ofensiva, que jogue futebol atrativo'

Domingo, 11/01/2015 - 18:04
comentário(s)

O pedido não foi nada sutil, como não é característica das intervenções do presidente do Vasco. Eurico Miranda, na apresentação de Doriva, disse ao treinador que ele usasse a escalação e o esquema tático que bem entendesse, "desde que o time jogasse para a frente". Pelo azarão Ituano, com outra responsabilidade e outra estratégia, a defesa se sobressaía ao ataque. Até agora, no Vasco, os primeiros passos de Doriva já mostram uma postura bem diferente. Para o torcedor que se acostumou a ver muitas vezes uma linha de três - com um volante central e dois outros em cada lado do campo - com Douglas quase sozinho na criação, o posicionamento do time de Doriva fica próximo de um tradicional 4-4-2.

Doriva tem usado as palavras “consistente” e “competitivo” quase sempre que descreve o que pretende ter em quaisquer das formações que testa na equipe.

- Com certeza queremos criar equipe ofensiva, que jogue futebol atrativo. A gente sabe que o futebol é muito competitivo, então tem que ter competitiva, aliada à qualidade. Queremos um futebol agradável de se ver, mas eficiente - disse Doriva, na primeira coletiva de imprensa, após sua apresentação, ainda em São Januário.

Na primeira semana de treinos, apesar de serem ainda apenas indícios, já é possível notar a preocupação em equilibrar o setor ofensivo com peças que se complementam. Absolutos, Guiñazu na proteção da defesa e Julio dos Santos, na criação das jogadas, já tiveram como dupla jogadores mais jovens e com características semelhantes. Lucas, Jean Patrick, que também joga na lateral, e Sandro Silva disputam inicialmente a vaga ao lado do argentino. A comissão técnica tem a preocupação de não dar mais responsabilidade na marcação do que Guiñazu já toma para si. Há essa preocupação de dividir essa missão de combate no meio.

Mais à frente, Montoya parece que sai na frente nessa disputa ao lado do paraguaio Julio dos Santos. O colombiano ficou mais tempo na formação do meio de campo. Mas também foram testados Jhon Cley, que é meia ofensivo de origem, mas vinha jogando como segundo e terceiro homem de meio, Matheus Índio e Guilherme, dois meias canhotos.

Para citar exemplos dos últimos treinadores que passaram pelo Vasco, Adilson Batista iniciou a temporada passada com três atacantes - Reginaldo, William Barbio e Edmilson na frente - e três meias sem características mais ofensivas - variaram nos postos Guiñazu, Fellipe Bastos, Aranda, Pedro Ken e até Abuda. As chegadas de reforços e as circunstâncias foram mudando a equipe, que depois chegou a ter Guiñazu, Aranda e Pedro Ken, formando a linha de três meias, com Douglas e mais dois atacantes à frente.

Busca por meia de velocidade

Joel Santana, nos últimos meses do ano, tinha dois esquemas bem definidos. Em casa, usava uma formação mais solta, com Douglas e, quase sempre, Dakson com a responsabilidade de municiar o ataque. Fora de casa, fechava o meio de campo e fazia um desenho tático semelhante ao time de Adilson com Guiñazu, Fabrício ou Aranda e às vezes até Jhon Cley e Pedro Ken. Vice-campeão estadual graças a um gol irregular, o Vasco bateu recordes de empates ano passado e sofreu para subir para a Série A.

Com 12 chegadas, o retorno de Bernardo e as reintegrações de Nei e Sandro Silva, o Vasco de Doriva inicia o ano com mudanças significativas. Jean Patrick passou à frente de Bruno Ferreira e Nei na lateral direita. Aproveitando a ausência de Lorran, Christiano também ganhou espaço sobre Marlon, Erick e Henrique.

É bom lembrar que, além de Madson e Santiago Silva, o Vasco ainda tenta contratar um meia “velocista”. O clube sondou Jorginho, meia-atacante de 23 anos do Atlético-GO, mas os goianos só querem vender o jogador, que também despertou interesse no Grêmio, e a transação ficou bem mais difícil.

Fonte: GloboEsporte.com