Natação Paralímpica: Susana Schnarndorf fala sobre sua vitoriosa participação no Aberto da Dinamarca

Terça-feira, 11/03/2014 - 11:20
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A seleção brasileira de natação paralímpica encerrou sua participação no Aberto da Dinamarca (Danish Open 2014) com grandes resultados. Além das mais de 50 medalhas conquistadas pelos nadadores brasileiros, a comissão técnica ainda pôde comemorar a quebra do recorde das Américas nos 100m costas, classe S4, com Edênia Garcia; e do Brasil nos 50m costas S4, com Ronystony Silva. O Danish Open foi realizado em Esbjerg e contou com a participação de 23 dos principais nadadores brasileiros.

Ao todo, foram 51 medalhas conquistadas no torneio, sendo 40 delas de ouro, oito de prata e três de bronze. As vitórias são reflexo do bom momento da natação brasileira, que alcançou a sexta colocação no último Mundial da modalidade, em Montreal-2013. Leonardo Tomasello, novo técnico-chefe da seleção gostou do desempenho dos atletas, mas ressaltou, principalmente, as quebras de recorde.

— Posso destacar a Edênia Garcia, que estabeleceu o novo recorde das Américas na prova de 100m costas, com 1min53s71, classe S4; e o Ronystony Silva, que quebrou o recorde brasileiro dos 50m costas, com 48s66, classe S4 — contou ele.

Edênia nasceu com polineuropatia sensitiva, doença motora que prejudica o movimento de braços e pernas. Ronystony é cadeirante porque sofreu um acidente de bicicleta e lesionou a coluna cervical.

Outros atletas no grupo verde e amarelo foram Susana Schnarndorf Ribeiro, Clodoaldo Silva, Edênia Garcia, Adriano Lima, Roberto Alcade Rodriguez. A gaúcha Susana ganhou todas as provas em sua categoria, S6 (100m peito, com 1m44s01, 200m medley em 3m23s10 e 400m livre em 6m00s66). Nas provas multiclasse, em que os atletas paralímpicos de várias categorias (por graus de deficiências) competem entre si, Susana foi segunda nos 400m medley e terceira nos 200m medley. Atleta da classe S6, competiu com várias atletas de S1 a S10. Ela explicou que são poucas competições que têm este formato.

— Foi uma competição bem difícil, pois nadei várias provas. Mas deu para fazer bons tempos para esse início de ciclo para as Paralímpiadas 2016 — declarou Susana, que foi recentemente contratada pelo Vasco, mas continuará treinando no CT nacional paralímpico, em São Caetano-SP.

Para Tomasello, o balanço da competição em solo dinamarquês foi positivo. Segundo o treinador, as medalhas representam o esforço dos atletas nesta nova fase de treinamento:

— Viemos à Dinamarca com o objetivo de nadar muitas provas, complementar nosso treino e fazer a primeira avaliação nessa fase de trabalho. Para nós da comissão técnica, o Open foi ideal para isso, porque foi realizado em boa piscina, e com atletas de alto nível técnico. Estamos voltando ao Brasil com a sensação de dever cumprido.

Outro nadador que deixou a comissão técnica animada foi Talisson Glock, da classe S6. O catarinense, que é biamputado (da perna e do braço esquerdos) brilhou nos 200m medley.

— O Talisson foi o segundo melhor nadador de toda a competição com o Índice Técnico (ITC) alcançado nos 200m medley. Os resultados foram muito bons, principalmente pela fase de treino que estamos — destacou Tomasello.

A seleção ainda nada outros três campeonatos abertos internacionais em 2014. Em abril, o grupo volta a competir no Open Internacional de São Paulo e em um aberto na Holanda. Em agosto, a competição é na Califórnia, nos Estados Unidos.

Esta foi a primeira competição sob o comando de Tomasello, contratado em janeiro para conduzir o grupo na preparação para as próximas importantes competições da natação: o Mundial, na Escócia, em 2015; os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015; e os Jogos Paralímpicos do Rio-2016. Além de Tomasello, também foram contratados os professores Felipe Silva e Henrique Oliveira. O trio se juntou aos outros treinadores nacionais do CPB, Alexandre Vieira, Rui Menslin e Marcos Prado, para a melhor preparação dos atletas do Brasil.

As mudanças não se limitaram à comissão técnica. Além de profissionais multidisciplinares contratados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, em janeiro o CPB também deu início às atividades no Centro de Referência, em São Caetano do Sul (SP). A princípio, nove dos principais nadadores do Brasil estão morando na cidade do ABC Paulista e treinando diariamente com Tomasello nas piscinas do Centro Poliesportivo Lauro Gomes e do AD São Caetano. Trata-se de uma parceria com a prefeitura de São Caetano do Sul, cidade que já recebia as semanas de treinamento das seleções paralímpicas principal e de jovens.

A delegação brasileira desembarca no Brasil às 6h desta terça-feira, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Fonte: Globo Online