Eurico responde declarações de Juninho: 'Não sabe nada de nada, não tem a menor condição'

Terça-feira, 19/11/2013 - 07:53
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Em participação no programa "Casaca no Rádio" da última 2ª-feira (18/11), o ex-presidente do Vasco Eurico Miranda (atual presidente do Conselho de Beneméritos do clube) respondeu às declarações de Juninho Pernambucano, que, no último sábado (16/11), em entrevista ao programa "Liga dos Trepidantes", da Rádio Globo, disse, entre outras coisas, que Eurico não o tratava como um ser humano. Confira:

"Eu ia deixando passar em branco aqui uma situação. Eu não ia nem responder a isto, porque era uma coisa que não merece resposta. Mas a verdade: por que razão que a Globo - e tem que ser sempre ela -, que a Rádio Globo vai perguntar ao Juninho do relacionamento dele com Eurico Miranda? Eu queria saber o seguinte: nesta altura do campeonato, o que interessa o relacionamento do Juninho com Eurico Miranda? O que isso modifica? O que isso contribui a favor? Ou faz parte de um plano, devidamente orquestrado, em relação à imagem do Eurico Miranda? O Juninho, que é considerado Reizinho no Vasco, que é considerado, por muitos, um jogador acima da média normal de jogador de futebol, não sabe nada de nada, não tem a menor condição. O mesmo cara que afirma que saiu do Vasco porque tinha medo do Vasco cair, e agora quer se tornar líder ou representante do Vasco, aí a gente vê que tipo de pessoa que ele é. E chegar ao ponto de falar que eu não o tratava como ser humano, eu até posso achar que isso é uma opinião dele. Mas dizer que eu não tratava ele como ser humano e os outros também, aí é que vai um absurdo. A Rádio Globo está cansada de falar com inúmeros jogadores, inúmeros profissionais, como é que era o relacionamento comigo. Mas deixou passar isso em branco. No sentido de quê? É o problema da imagem. Isso me afeta alguma coisa? Não. Eu só não queria deixar isso sem resposta, porque eu não preciso contar a história do Juninho. Mas o Juninho tem um problema, que ele vai morrer com isso engasgado na garganta: ele deu um golpe no Vasco. Claro, não foi ele. Ele não tinha como dar um golpe no Vasco. Com empresários, se aproveitando do início de uma lei - estava se iniciando essa lei, que tinha extinguido o passe -, se aproveitou e deu um golpe no Vasco. E simplesmente largou o Vasco. Ganhou um belo dinheiro, os empresários ganharam um belo dinheiro, e o Vasco não ganhou nada. Só que eles esperavam que esse negócio ficasse por isso mesmo, e não ficou. Nós fomos às últimas consequências para que o Vasco não fosse lesado, como foi, na verdade, a tentativa deles. O Vasco ainda acabou sendo lesado, porque recebeu uma indenização muito aquém do que deveria receber. Entretanto, esse negócio, essa indenização, não veio por parte do clube, o Lyon. Quem pagou foi o Juninho. Saiu dele. Por isso que ele não perdoa: saiu dele. Ele teve que indenizar, porque ele é que recebeu a maior parte, então ele teve que pagar o Vasco. O Vasco recebeu dois milhões que, na verdade, era algo que não chegava nem perto do que o Vasco deveria ter recebido. Mas ele não perdoa a mim, não. Ele não perdoa é ao Vasco. Claro que a mim, porque corri atrás disso, porque não ia deixar. Esse é o problema dele com o Vasco, porque história, no Vasco, ele só tem uma: ter feito o gol contra o River Plate. Só tem essa história. Não tem mais nada, rigorosamente mais nada. As efetivas decisões do Vasco não tiveram a participação dele. Jogadores que tiveram participação muito maior e não são sequer lembrados. Ele não pode ter a postura de Reizinho, jogando alguns outros jogadores para escanteio. Sem dúvida nenhuma, ele teve uma participação que marcou, porque, primeiro, não disputou nem a partida. Entrou no meio do segundo tempo da partida com o River Plate. Mas fez realmente aquele gol, que foi um gol que marcou. Ele ficou marcado com esse gol e aí julga ter, no Vasco, uma importância que efetivamente não tem. Mas o Juninho não é o único caso. Nós já tivemos o Juninho e outros profissionais. O Vasco, nesta administração, teve manifestação de Dorival Júnior e de outros que ali passaram, René Simões e jogadores, Fernando Prass, fazendo manifestações inimagináveis na nossa época e na época em que ele participava do Vasco. Ele, uma vez, levou uma reprimenda séria - ele diz que foi um atrito comigo: não - porque, com todos, chegou-se a uma conclusão que não era interessante dar entrevista. Quando estava saindo do Vasco, deu uma entrevista para os jornalistas e foi devidamente repreendido. Ele achava, e tinha sempre um complexo muito grande, que ele devia estar no nível do Romário, que ele devia estar no nível do Edmundo. Só que ele nunca esteve no nível do Romário e nem no nível do Edmundo. E ele achava que tinha que estar nesse nível. Daí ele achar que ele não era tratado como ser humano, que o foi. Foi tratado até melhor do que normalmente se trata um jogador de futebol, até porque muita gente esquece: o Juninho veio para o Vasco de contrapeso. Quem contratou fui eu. Não foi ninguém, não, eu contratei. Eu fui contratar o Leonardo, aí tinha um outro jogador, o Juninho, então contratei os dois jogadores. No final, tinha um valor a ser pago. Eu preferi - o Leonardo não deu certo - devolver o Leonardo e ficar com o Juninho, pagando aquela importância que estava estipulada. Esse foi o início dele no Vasco. Ele não era nada. Ele se fez, se projetou rigorosamente no Vasco. Deve ao Vasco toda a projeção que acabou tendo. Depois, foi lá para a França e foi bem. Lógico que ele tem os seus méritos. Mas que não dá a ele o direito de chegar, de falar e de se pronunciar da forma como ele se pronunciou."

Fonte: NETVASCO (transcrição)