Juninho fala sobre relação com o Eurico e afirma que errou ao ir jogar nos EUA

Domingo, 17/11/2013 - 07:18
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Em participação no programa "Liga dos Trepidantes", da Rádio Globo, no último sábado (16/11), Juninho Pernambucano falou sobre sua relação com Eurico Miranda (2º vice geral e vice de futebol durante a 1ª passagem do Reizinho pela Colina, entre 1995 e 2001) e revelou seu arrependimento por ter ido jogar no futebol dos Estados Unidos. Confira:

RELAÇÃO COM EURICO MIRANDA E SE SENTE RAIVA

"Não, não tenha raiva. Eu nunca tive relação, mesmo na minha primeira passagem. Eu sempre fui funcionário. Ele era próximo de pouquíssimos jogadores. Só a estrela do time, no máximo, que iria ser próximo a ele - que fosse do momento ou, então, um ou outro jogador mais velho. Ele sempre teve muito preconceito com os próprios jogadores. Jogador, para ele, não valia nada. Era uma relação normal. Se cruzava poucas vezes e, depois que eu voltei para o Brasil, nunca o encontrei. Voltei para jogar no Vasco, independente de qualquer coisa. Respondo tudo aqui hoje. Não quero me alongar muito porque não quero dar espaço para ele. Não acho que mereça espaço."

VOLTA DE EURICO À PRESIDÊNCIA SER NOCIVO PARA O VASCO

"Eu quero que o Vasco consiga o melhor sempre, que o Vasco vença. Não quero me envolver em política no Vasco. Não me sinto capaz e não quero dizer que sim ou que não, também porque não quero ser injusto na outra passagem dele. Claro que ele não deve ter feito só coisas ruins, mas quem me trouxe de volta foi o Roberto, que foi me buscar fora. Não quero me envolver nessa parte para não dar espaço também."

TER DADO ENTREVISTA QUANDO NÃO PODIA

"Eu cheguei no Vasco com 19 para 20 anos. Convivendo nesse ambiente no dia a dia, eu sempre fui muito contestador, porque me sinto muito mal quando sou cobrado. Não que eu não queira ser cobrado, mas porque tento fazer o melhor. Então, como eu estou tentando fazer o melhor, estou me preparando para fazer o melhor, eu respeito, sigo a regra que tem que ser seguida, me sinto muito mal quando estou sendo cobrado injustamente. Com o passar do tempo, você vai formando a sua personalidade e você vai começando a entender que as coisas não são assim. Os meus últimos anos foram mais complicados porque eu passei a reagir de algumas formas diferentes. Nesse dia da entrevista, foi porque existia, na época, em algumas vezes, essa proibição. Eu não sabia, nesse dia, que era proibido. Eu estava dando entrevista e o assessor, na época, do Vasco, me tirou muito rápido: 'Não, não pode'. Eu falei para os jornalistas: 'Vou tomar banho e termino lá fora'. Quando abriu o portão de São Januário, tinha mais de 50 e eu não ia voltar atrás. Foi mais ou menos assim que aconteceu. Mas não é uma coisa que me incomoda, porque nunca houve uma relação."

SE ENCONTRAR EURICO NA RUA

"Eu tenho educação. É um senhor, é um pai de família. Ele tem netos e tem filhos. Eu respeito os mais velhos. Eu o cumprimentaria, é claro, sem problema nenhum."

SE VOLTARIA AO VASCO COM EURICO NA PRESIDÊNCIA

"Foi feita essa pergunta na época que eu voltei. Eu queria voltar a jogar no Vasco. Então, independente de quem fosse, eu voltaria, porque voltei para o Vasco. Claro que não acho que seria muito fácil. Seria bem mais difícil. A minha relação com o Roberto é muito boa. O Roberto foi me buscar, foi no Catar, foi na minha casa. Eu tenho muito respeito, independente da situação. Eu tenho muito respeito porque são mais de mil jogos com a camisa. É claro que ele é responsável pela situação do clube hoje também, porque ele é o presidente. Claro que ele tem erros. Mas eu tenho muita admiração pelo que ele representou no campo. Todos nós erramos. Eu também errei essa temporada porque não fiz uma temporada boa depois que voltei. Eu reconheço que a minha escolha, de ter ido para os Estados Unidos, do jeito que foi, foi errado. Eu reconheço hoje. Eu tinha medo, na época, de que o Vasco caísse, e fui embora. Acabei tendo um problema com o treinador e qual é o clube que eu ia jogar? O Vasco. De repente, era para eu estar aqui nesse momento. Eu espero que não caia. Não é tão fácil só fazer coisas certas. Eu reconheço também que cometo erros e sei que o Roberto também cometeu. Mas a minha relação com o Roberto foi diferente, porque ele me cumprimenta, ele conversa e ele foi me buscar. Com o Eurico, nunca existiu relação, porque eu não era um ser humano para ele. Eu não era tratado como humano, como ele não tratava ninguém. Só por isso que é lamentável. Eu era tratado como um empregado. Vocês que são chefes e têm funcionários, eu acho que tem que ter um respeito. Na minha casa é assim. Eu trato as pessoas muito bem porque tento que o meu lado humano seja bom e tento melhorar. É mais ou menos assim. Mas eu voltaria a jogar no Vasco."

Fonte: NETVASCO (transcrição)