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A QUEDA DO ALAMBRADO DE SÃO JANUÁRIO


A NETVASCO NÃO CULPA, JULGA, CONDENA NEM ABSOLVE NINGUÉM. A NETVASCO BUSCA APENAS ESCLARECER, DENTRO DE SUAS POSSIBILIDADES, O QUE OCORREU EM SÃO JANUÁRIO PARA QUE OS VASCAÍNOS DE TODO O MUNDO POSSAM FORMAR SUAS OPINIÕES.

 

VEJA OS VÍDEOS QUE A GLOBO NÃO REPRISOU, COM EURICO DIZENDO QUE A PRIORIDADE ERA O ATENDIMENTO AOS FERIDOS (Link para Alexandre Bello)

CONHEÇA O MANIFESTO DA TORCIDA NETVASCO

VEJA MAIS FOTOS EXCLUSIVAS DO JOGO VASCO X SÃO CAETANO

CONFIRA A NOTA OFICIAL DO VASCO SOBRE A QUEDA DO ALAMBRADO

VEJA FOTOS EXCLUSIVAS DO JOGO VASCO X SÃO CAETANO EM SÃO JANU

LEIA RELATOS DE VASCAÍNOS QUE ESTIVERAM EM SÃO JANUÁRIO



Em primeiro lugar, nós gostaríamos de dizer que nem de longe era este o Especial que nós queríamos estar fazendo hoje.

No entanto, os acontecimentos do último sábado nos obrigam a falar de outro assunto que não a festa do tetracampeonato, para o qual estávamos torcendo tanto.

Esperamos que as linhas abaixo ajudem o freqüentador da NETVASCO a refletir sobre todas essas questões - superlotação, segurança, interesses econômicos no futebol, desorganização - e nos ajudar a buscar soluções para que o que ocorreu em São Januário no dia 30 de dezembro de 2000 não se repita nunca mais.

1- O QUE ACONTECEU?

Aos 23 minutos do primeiro tempo do jogo Vasco x São Caetano, finalíssima da Copa João Havelange, uma briga entre torcedores causou um empurra-empurra que resultou na queda de parte do alambrado junto às arquibancadas. Na confusão, cerca de 150 pessoas ficaram feridas, três delas com gravidade. O Vice-Presidente do Vasco, Eurico Miranda, era favorável ao reinício do jogo, e a Diretoria do São Caetano era contra. A Defesa Civil e a Polícia Militar deram pareceres favoráveis ao reinício do jogo, mas o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, determinou a suspensão da partida. Houve então pequenos tumultos isolados causados por torcedores revoltados com a suspensão do jogo, logo contornados pela Polícia. De uma maneira geral, a saída dos torcedores foi de forma ordeira. Os jogadores do Vasco deram uma volta olímpica com uma taça (algumas fontes disseram tratar-se de uma réplica) onde se lia "Copa João Havelange", já que o resultado de 0 a 0 daria o título ao Vasco.

2- O QUE PODE ACONTECER, DO PONTO DE VISTA ESPORTIVO?

Uma reunião do Clube dos 13 (entidade formada pelos grande clubes do Brasil, que organiza a Copa JH) se reunirá dentro de alguns dias para decidir quais medidas serão tomadas. As possibilidades são:

1) Realização de uma nova partida. Alguns itens do regulamento prevêem que, em caso de suspensão da partida, ela deverá ser realizada em outra data, se possível no mesmo local. Por isso, há a possibilidade de que Vasco e São Caetano voltem a se enfrentar para decidir o título, embora muitos contratos de jogadores do São Caetano e do Vasco se encerrem no dia 31 de dezembro. Caso uma nova partida seja marcada, apenas os jogadores com condições de jogo quando da interrupção jogo poderiam participar da nova partida. Romário, portanto, não poderia mais jogar.

2) Proclamação do Vasco como campeão. O resultado de 0 a 0 daria o título ao Vasco. Se for mantido o resultado do jogo, o Vasco será proclamado campeão da Copa JH. No entanto, é bem rara a manutenção do resultado de um jogo que só durou 23 minutos.

3) Proclamação do São Caetano como campeão. Alguns itens do regulamento prevêem que a associação (clube) causadora da paralisação da partida deve ser declarada perdedora pelo placar de 1 a 0. Se for entendido que o Vasco, por intermédio de seus torcedores, causou a paralisação, há a possibilidade do Vasco ser declarado derrotado e do São Caetano ser proclamado campeão.

4) A divisão do título entre Vasco e São Caetano. Embora não prevista no regulamento, é uma idéia que ganha força devido à falta de datas para uma eventual realização de uma outra partida partida e ao fato de vários contratos se encerrarem no dia 31 de dezembro de 2000.

3- POR QUE O JOGO NÃO FOI NO MARACANÃ?

Quando o Fluminense foi eliminado pelo São Caetano, no dia 26/11, ficou decidido que o Maracanã entraria em reformas por causa do gramado, atacado por fungos. O Vasco abriu mão de jogar no Maracanã caso chegasse à decisão do Campeonato Brasileiro por ter um estádio com a capacidade pedida pelo regulamento (40 mil espectadores) para tal fase da competição.

Eurico diz que abriu mão de jogar no estádio para que o Maracanã entrasse logo em reformas e ficasse pronto a tempo de sediar os jogos do Torneio Rio-São Paulo e do Campeonato Estadual, que começam em janeiro.

O Governador Garotinho diz que o Vasco não jogou no Maracanã porque não quis e que tem um documento assinado pelo Vasco abrindo mão de jogar no Maracanã nas finais da Copa JH.

O fato é que São Januário já sediou jogos de maior risco e poderia perfeitamente ser palco de um jogo Vasco x São Caetano, mesmo que decidindo um campeonato. Além disso, quando o Maracanã entrou em obras, o Vasco ainda precisava passar por Bahia, Paraná e Cruzeiro para chegar à decisão, disputando paralelamente a Copa Mercosul e desgastado pela maratona de jogos. Só o mais otimista vascaíno achava possível que o Vasco chegasse à decisão. Retardar por um mês as obras do Maracanã, que é indispensável ao futebol carioca, por causa de uma final que talvez nem se realizasse pareceu a todos uma idéia esdrúxula à época, tanto que ninguém se opôs ao início das obras.

4- TERIA OCORRIDO ESSA TRAGÉDIA SE O JOGO TIVESSE SIDO NO MARACANÃ?

O Maracanã não é garantia total de segurança em um jogo de futebol. Na decisão do Campeonato Brasileiro de 1992, entre Flamengo e Botafogo, disputada no Maracanã, houve um acidente mais grave do que o ocorrido em São Januário em 2000. A grade de contenção da arquibancada se rompeu e vários flamenguistas caíram sobre as cadeiras numeradas. Quatro torcedores morreram e mais de 100 ficaram feridos, isso tudo em um Maracanã superlotado e a apenas 30 minutos do início da partida. A partida foi realizada normalmente.

No entanto, em 1999 o estádio passou por reformas a fim de se adequar às normas básicas de segurança da FIFA para que pudesse sediar partidas do Campeonato Mundial de Clubes.

5- SÃO JANUÁRIO TEM CONDIÇÕES DE ABRIGAR JOGOS DESSE PORTE?

Sim. São Januário abrigou dois Vasco x Flamengo pelo Estadual de 1992, e vários jogos Vasco x Fluminense e Vasco x Botafogo na década de 90. Sediou uma decisão de Taça Libertadores da América contra o Barcelona de Guayaquil (segundo testemunhas, neste jogo o estádio estava mais cheio do que contra o São Caetano) e outros jogos de algum risco, como clássicos contra Palmeiras (inclusive pela decisão da Copa Mercosul, poucos dias atrás) e Corinthians. Houve também um jogo da Seleção Brasileira (Brasil x Paraguai) no estádio, em 1993. E não houve maiores problemas em nenhum destes jogos. Desde que haja policiamento eficiente e uma carga de ingressos condizente com o grau de risco do jogo, São Januário pode abrigar qualquer partida.

6- QUAL FOI O PROBLEMA ENTÃO?

Tudo leva a crer que São Januário estava com mais torcedores do que podia estar. Havia torcedores espremidos nas arquibancadas, torcedores em cima das marquises. Nas sociais, havia torcedores em pé devido à falta de lugares sentados. Isso pode ser visto pelas imagens da TV e através de relatos de vascaínos que estiveram no jogo.

7- ENTÃO SÃO JANUÁRIO ESTAVA SUPERLOTADO?

Pelo jeito, sim. Assim como o Maracanã estava superlotado em 1992, na final Flamengo x Botafogo; assim como a maioria dos estádios brasileiros fica superlotada em jogos decisivos. É só pegar os teipes das principais decisões no futebol brasileiro ao longo da História e constatar.

8- QUANTOS INGRESSOS FORAM VENDIDOS, AFINAL?

A Diretoria do Vasco diz que foram postos à venda 30.500 ingressos. No entanto, quem freqüenta São Januário sabe que algumas pessoas entram no estádio sem ingresso, como por exemplo integrantes de torcidas organizadas. Crianças, geralmente, não pagam ingresso. Torcedores teriam subornado roleteiros para conseguir entrar (há matérias nos jornais de hoje denunciando isso) e há também os famosos "caronas". É bom frisar, entretanto, que caronas, roleteiros corruptos e integrantes de TOs são personagens presentes em muitos estádios de futebol brasileiros.

Seria leviano da parte da NETVASCO calcular quantas pessoas estiveram presentes no estádio e qual sua real capacidade. Esse tipo de estimativa cabe à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros.

9- A DECISÃO DE NÃO REINICIAR A PARTIDA FOI ACERTADA?

Agora que tudo já passou e que o estádio foi evacuado com sucesso, é fácil falar que a decisão foi acertada.

Mas o fato é que num caso desses, a decisão de dar reinício ou não à partida é sempre muito difícil. O primeiro pensamento, óbvio até, é: "em respeito às pessoas feridas, não pode haver jogo". Porém, às vezes esse argumento perde força quando percebe-se que o simples cancelamento do jogo pode gerar uma revolta ainda maior dos torcedores e resultar em mais feridos ainda. Por outro lado, se o jogo for recomeçado, ninguém pode garantir que um lance polêmico não vá criar outro tumulto com vítimas.

Em 1985, antes do jogo entre Liverpool e Juventus, que decidia a Copa dos Campeões da Europa, em Bruxelas, houve um tumulto em que morreram 39 pessoas. O jogo foi disputado. Em 1992, no já citado caso do Maracanã superlotado na decisão Flamengo x Botafogo, houve mais de 100 feridos e um morto na hora, e o jogo aconteceu normalmente.

Em outros casos, as autoridades decidiram suspender os jogos após tumultos, como por exemplo em recentes quedas de alambrados ou arquibancadas ocorridas no Peru, na Colômbia e na Grécia.

O que importa (e o que o bom senso manda) é que a decisão seja tomada por autoridades capacitadas para tal (Defesa Civil, Polícia, Bombeiros) e que não se deixem influenciar por dirigentes, treinadores, narradores ou quaisquer pessoas que estejam emocionalmente ou economicamente envolvidas no episódio.

O que causou estranheza no caso do jogo Vasco x São Caetano é que tanto a Polícia Militar quanto a Defesa Civil já haviam dado garantias de segurança e o jogo estava para ser recomeçado quando uma ordem do Governador mudou o rumo dos acontecimentos.

10- O QUE CAUSOU A BRIGA, AFINAL?

A versão mais aceita até agora é a de que após a saída de Romário por contusão aos 21 minutos de jogo, dois torcedores da Força Jovem discutiram e brigaram. O empurra-empurra causado pela briga teria acarretado a queda do alambrado. A discussão teria ocorrido porque um dos torcedores estaria criticando Romário e exaltando Edmundo. Realmente há uma divisão da torcida entre os que gostam mais de Romário e os que gostam mais de Edmundo.

Especula-se que um dos dois torcedores que brigaram (ou ainda um terceiro) teria puxado uma arma, causando pânico e o corre-corre que resultou na queda do alambrado.

11- OS ALAMBRADOS DE SÃO JANUÁRIO SÃO SEGUROS? ESTAVAM ENFERRUJADOS?

São Januário foi construído em 1927 e passou por uma grande reforma na década de 80. De qualquer forma, qualquer parecer deve ser dado após uma perícia e pelos engenheiros do CREA, e seria leviandade na NETVASCO tirar conclusões sem nenhum embasamento técnico.

12- EURICO MIRANDA TEVE, AFINAL, ALGUMA CULPA NO EPISÓDIO?

Se for apurado que o estádio estava realmente superlotado e/ou que não apresentava boa conservação, é de se esperar que a administração do estádio responda pelos erros que tiver cometido. Se Eurico Miranda, na qualidade de Vice-Presidente do Vasco, pode ou não ser responsabilizado criminalmente pelo que ocorreu no estádio, é matéria para juristas e advogados.

É importante salientar, no entanto, que devido ao fato de Eurico Miranda ser uma figura que não goza da simpatia de alguns setores da mídia, muitos busquem creditar a ele grande parte da culpa pelo ocorrido antes mesmo de que todos fatos sejam apurados.

 

A NETVASCO NÃO CULPA, JULGA, CONDENA NEM ABSOLVE NINGUÉM. A NETVASCO BUSCA APENAS ESCLARECER, DENTRO DE SUAS POSSIBILIDADES, O QUE OCORREU EM SÃO JANUÁRIO PARA QUE OS VASCAÍNOS DE TODO O MUNDO POSSAM FORMAR SUAS OPINIÕES.

 

ALGUMAS FOTOS DA DECISÃO VASCO X SÃO CAETANO
EM SÃO JANUÁRIO

Clique na foto para vê-la ampliada

 

 

 


 

Romário leva a mão à coxa. O início de tudo?
 
Arquibancadas lotadas e torcedores sobre as marquises
 
 
 
 
O alambrado cede: momento dramático
 
Torcedores tentam se safar como podem
 
 
 
 
O gramado de São Januário se transforma num
Pronto-Socorro
 
Eurico Miranda com o alambrado caído ao fundo
 
 
O árbitro Godoy acata ordem do Governador e suspende o jogo
 
Time dá a volta olímpica. O título já é mesmo nosso?

 

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