Natação Paralímpica: Susana Schnarndorf se despede da Rio 2016 e diz que está feliz por servir de inspiração

Sexta-feira, 16/09/2016 - 10:31
comentário(s)

A única certeza que Susana Schnarndorf tinha nos últimos anos é que gostaria muito de disputar os Jogos Paralímpicos do Rio. Como e em que condição chegaria à competição, no entanto, era muito difícil prever. Nesta quinta-feira, em sua prova de despedida, os 200m medley SM5, a brasileira que tem uma grave doença degenerativa saiu da piscina feliz. Não só por encerrar sua participação com mais uma final, além da medalha de prata no 4x50m livre misto até 20 pontos conquistada na última sexta, mas, principalmente, por servir de inspiração para outras pessoas que passam por problemas de saúde parecidos com o dela.

- Estou muito feliz por conseguir a medalha de prata, ajudar o revezamento do Brasil. Foi uma competição difícil para mim, tive que fazer uma reclassificação há pouco tempo, muda adversário, muda estilo. Mas nadei feliz, com alegria. Acho que era essa a minha missão aqui, inspirar pessoas e todo mundo que tem doenças degenerativas como eu a não perderem as esperanças, pois a vida sempre guarda momentos especiais para gente como esse - afirmou a nadadora de 48 anos.

A atleta gaúcha, que tem uma doença degenerativa chamada Múltipla Falência dos Sistemas (MSA), tem perdido gradativamente a coordenação motora e precisou reaprender a nadar para disputar os Jogos do Rio. Determinada, nadou cinco provas nos Jogos do Rio e subiu ao pódio em uma delas, com a prata no revezamento misto 4x50m livre até 20 pontos, ao lado de Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Joana Neves, na última sexta.

A despedida foi nesta quinta, com mais uma final, na prova dos 200m medley (classe SM5). A disputa começou com um atraso de quase uma hora, devido a um problema na bomba da piscina. Susana e as outras nadadoras já estavam se preparando para a largada quando foram orientadas a voltarem para a sala de concentração. Para a brasileira, que ficou em sétimo lugar (3m50s69), a longa espera acabou atrapalhando seu desempenho.

- Atrapalhou bastante. Para mim, o aquecimento é muito importante porque o meu músculo fica travando. Mas fiz o melhor que pude. O sétimo lugar foi comemorado como uma medalha de ouro. Foi o que eu podia fazer de melhor agora. Estou feliz, agora é partir para a próxima.

Apesar do problema, os aplausos e gritos da torcida brasileira durante e depois da prova tornaram o momento especial. A gaúcha, que foi triatleta antes de descobrir a doença, há 12 anos, saiu da piscina muito emocionada e realizada por ter concluído o tão sonhado objetivo.

- Fiquei emocionada com essa torcida e, quando eu sai, vi a minha filha, ela fez aquele sinalzinho de “Eu te amo”, e isso acabou comigo. Eu me emocionei muito. É a competição da vida. Foi muito bacana essa carinho, essa torcida toda - disse, ainda emocionada.



Fonte: GloboEsporte.com