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NETVASCO - 15/04/2010 - QUI - 09:15 - Conheça a história da Cruz de Cristo e suas variações

Nota da NETVASCO: O texto abaixo foi publicado pelo colunista do site do Casaca Carlos Eduardo.


É Cruz de Cristo e ponto final!

Continuando no mesmo tema, vou “estar escrevendo” nessa coluna sobre a “nova” cruz do “Novo Vasco”. A que se tornou a “Cruz do Ignorante”.

http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=a_Pb0vzXPo8C&oi=fnd&pg=PA23&dq=Hist%C3%B3ria+%26+Ancestralidade&ots=-dS8__P92d&sig=yn6MIgu62X8ldETLDFdH-nMd7mw#v=onepage&q&f=false

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Vamos começar, como na anterior, com a definição do que se entende como “Cruz de Cristo”. “Cruz de Cristo” é o nome dado a cruz usada pela Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo foi fundada em 14 de Março de 1319, a pedido do rei D. Diniz, por bula do papa João XXII (Ad ea ex-quibus), para suceder no reino de Portugal e dos Algarves à extinta Ordem dos Templários.

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, melhor conhecida como Ordem dos Templários é uma Ordem de Cavalaria criada em 1118, na cidade de Jerusalém, por nove cavaleiros de origem francesa, entre os quais Hugo de Payens e Geoffroy de Saint-Omer, visando à defesa dos interesses e proteção dos peregrinos cristãos na Terra Santa.

Após a consolidação da sua força na Europa, quando passaram a ser proprietários de vastas áreas e de diversas fortalezas, os Templários foram os precursores do cheque e do sistema financeiro internacional. Evidentemente, transportar riquezas na Idade Média representava um enorme risco. Assim, qualquer viajante poderia depositar determinada quantia numa fortaleza templária e receberia um documento cifrado que poderia ser descontado em qualquer outra fortaleza, pagando-se uma percentagem por tais serviços. Além disso, os templários fizeram empréstimos a diversos reinos, o que demonstrava o seu poder econômico.

Como a função inicial da ordem era proteger os peregrinos que se dirigiam a Terra Santa, a ordem passou a manter relações diplomáticas com vários não-cristãos. Para evitar conflitos, tolerava os ritos e as crenças dos muçulmanos e judeus e muitos de seus membros aprenderam idiomas dos não-cristãos para evitar a negociação por meio de intérpretes. Tais fatos foram amplamente usados nas acusações feitas mais tarde contra a ordem.

De certa forma, a ascensão meteórica dos Templários levou à sua própria queda. Segundo alguns autores, as razões de sua queda foram causadas pelo fato de Filipe IV, o belo, ter tentado entrar para a ordem templária, mas ter sido recusado. Além disso, durante um levante de seus súditos, o rei francês foi obrigado a se refugiar dentro de uma fortaleza templária até que a situação fosse controlada. O sentimento de impotência diante da ordem templária, aliado as dificuldades financeiras pelas quais os cofres do reino se encontravam, além da ambição por documentos contendo informações sobre tecnologia naval (que seria posteriormente usada por Colombo, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama) motivou a idéia de destruição dos templários e apropriação dos seus vastos recursos. Assim, com medo do Estado dentro do seu próprio Estado, o rei Filipe IV, com apoio do Papa Clemente V, que devia favores ao rei e foi eleito papa devido à pressão das tropas francesas, planejou a destruição da Ordem do Templo.

Quando os Templários passaram a ser perseguidos na França, Portugal recusou-se a obedecer à ordem de prisão dos seus membros. Na verdade os portugueses tinham os Templários em alta conta, já que ajudaram nas guerras de Reconquista que expulsaram os mouros da península Ibérica, e possuíam grande tecnologia de locomoção terrestre e marítima, útil a D. Dinis (1279-1325).

Assim, após a aniquilação dos Templários na maior parte da Europa, a Ordem continuou em Portugal, como Ordem de Cristo (da qual o Infante D. Henrique foi grão-mestre). Toda a hierarquia foi mantida e na cruz vermelha sobre o pano branco, símbolo templário, foi acrescida uma nova cruz branca em seu centro, simbolizando a pureza da ordem.

Em Portugal, os bens dos Templários ficaram reservados por iniciativa do rei, transitando para a coroa entre 1309 e 1310, enquanto decorria o processo, não sem que o monarca rejeitasse o administrador nomeado por Clemente V – Estêvão de Lisboa. A Ordem de Cristo herdou todos os bens dos Templários portugueses em 26 de novembro de 1319, sendo que o papa concedera a exceção aos reis de Castela e Leão, Aragão e Portugal, que se coligaram para contrariar a execução da medida que ordenava a sua transferência para a Ordem do Hospital (discutida na coluna anterior). Além dos bens a nova ordem também recebeu templários de toda a Europa que mantiveram as suas classes. Além disso, o lema da ordem era o mesmo: “Non nobis, Domine, non nobis, sed Nomini Tuo ad Gloriam” (Não para nós, Senhor, não para nós, mas para Glória de Teu Nome).

A nova ordem desempenhou um papel fulcral nos descobrimentos portugueses. Por um lado, emprestaram recursos para a coroa portuguesa financiar os avanços marítimos, por outro, transmitiu à chamada Escola de Sagres todo o vasto conhecimento que já dispunham sobre navegação após anos singrando o mar Mediterrâneo. Essa ligação íntima explica porque as caravelas portuguesas tinham as suas velas pintadas com a Cruz Templária.

Peraí: é Cruz Templário ou Cruz de Cristo!? Vamos deixar a história de lado e ir direto ao assunto?

Com certeza. A resposta é AS DUAS!

E para os que gostam de uma bibliografia, aqui vai a única, com número de página e tudo: História & Ancestralidade publicado por Valton Sergio von Tempski-Silka (não, não é o Frias) em 2008, páginas 187 e 188. Lá ele diz e ilustra:

“A marca distintiva da Ordem de Cristo, a cruz sofreu as seguintes transformações (cores vermelho e branco):”




Como podemos ver, a primeira cruz a esquerda é a cruz da Ordem do Templo. A segunda da esquerda para a direita é a PRIMEIRA CRUZ USADA PELA ORDEM DE CRISTO, usada até 1357 quando a ordem é transferida de Castro Marim, no Algarve, para o antigo convento dos templários em Tomar. A cruz é baseada na da Ordem do Templo. Com o passar dos anos ela foi se modificando, incorporando uma cruz grega branca sobreposta a cruz vermelha (nada de cruz vazada, pelo amor de Deus!). Se analisarmos bem a terceira cruz da esquerda para a direita, podemos notar que se trata de uma “Cruz de Malta” de oito pontas com uma cruz grega branca sobreposta. Logo, a Ordem de Cristo também usou uma cruz semelhante cruz usada pela Ordem de Malta.

Óbvio pelas datas acima que a cruz usada na caravela de Vasco da Gama não era a primeira Cruz de Cristo. Era a última. Mas é mais do que claro que a cruz usada pelo Vasco é uma cruz que representa todas essas ordens e que simboliza a fé dos nossos fundadores, a fé que moveu os nossos descobridores. A cruz do Vasco não é de ninguém especificamente, mas sim de todos que têm fé.

Concluindo:

1- A cruz usada pelo Vasco é na verdade a primeira Cruz de Cristo. Então dizer que não usamos a Cruz de Cristo está ERRADO.

2- A cruz usada pelo Vasco também já foi usada pela Ordem de Malta. Então dizer que a cruz do Vasco não é Cruz de Malta está ERRADO.

3- As cruzes sofreram modificações de padrão com o passar do tempo. Isso é normal, assim como os logotipos de empresas sofrem modificações estéticas. Dizer que a cruz do Vasco é a Cruz Pátea também vai estar ERRADO, pois as formas usadas nas camisas do Vasco já foram parecidas com a Cruz Formée, com a Cruz de Cristo 45º sem a cruz grega (última cruz da figura acima) e etc.

O que devemos fazer é respeitar as tradições. Explicações estapafúrdias para “corrigir” o uniforme do Vasco são desculpas para algo muito grave. Daqui a pouco a faixa diagonal vai ser modificada porque o caminho feito por Vasco da Gama para as Índias não foi reto. Vão querer fazer uma faixa cheia de curvas, toda irregular. Haja presepada!

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Aproveito aqui para agradecer ao grande vascaíno Dr. Paulo, pai do nosso Paulo Miller.

CASACA!

Fonte: Casaca

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