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NETVASCO - 10/04/2010 - SÁB - 19:47 - Dodô exalta Adriano e Vágner Love: 'Eles são melhores'

O frio da sexta-feira chuvosa já apressava os jogadores, mas foi ali, sob finos pingos d’água, que Dodô preferiu dar entrevista. “Não sinto frio. Sou paulista”, antecipou-se, com a paciência de quem uma vez por semana dirige da Barra da Tijuca até a Penha para assistir aos cultos evangélicos da Assembleia de Deus.

As viagens à Penha resumem-se a isso. Nada de festinhas estranhas com gente esquisita. Mas ainda há uma semelhança entre o Dodô, religioso, e o Imperador profano: a infância pobre, num conjunto habitacional na periferia de São Paulo.

No campo, Dodô novamente foge de qualquer comparação. Humilde como ninguém no futebol, ele se coloca alguns degraus abaixo da dupla de atacantes do Flamengo, Vagner Love e Adriano. “É covardia”, descarta, deixando para os adversários o favoritismo pela artilharia e cravando Adriano como vaga certa na Copa da África do Sul.

Mas, hoje, Dodô é mais o Vasco. Está confiante no time e, também, na possibilidade de ter um dos melhores aniversários de sua vida: em 2 de maio, dia da decisão do Campeonato Estadual, Dodô completa 36 anos. Enquanto a mulher, Tatiana, vai planejando a festa, ele abre um sorriso de quem espera um presente em forma de taça. “Estou muito confiante, mesmo”.

Passou algum aperto com essa chuva?

Não, mas a gente fica falando de futebol, questionando quem vai vencer, se o Vasco ou o Flamengo, mas não pode se esquecer dessas coisas ruins que estão acontecendo. Mas Deus sabe das coisas.

Você falou em Deus. A religião tem peso na sua vida?

Sou evangélico há 10 anos e isso veio da minha mãe. É a religião dela.

Nunca teve outra religião? Não foi batizado na igreja católica?

Não. Fui batizado há 10 anos, pelo pastor da minha igreja. E continuo frequentando. Uma vez por semana, vou à igreja, na Penha.

Seu adversário, Adriano, também gosta da Penha, mas por outra razão. Você não gosta das festas que ele frequenta?

(Risos). Sou muito família, casado há 10 anos com uma mulher que conheço há 15. Mas compreendo o Adriano. Cresci na Cohab 1 de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, um conjunto habitacional muito pobre. Meu pai trabalhava como mecânico de elevador para eu estudar e jogar futebol. Cresci no meio de um monte de gente de todo tipo. Depois que saí de lá, tive notícia de amigos que debandaram para um lado nada bom.

Ainda vai lá?

Não vou, mas algumas pessoas de lá vêm até mim.

Você é o artilheiro dos gols bonitos. Qual é o gol mais bonito que marcou?

Foi um bem recente, pelo Fluminense, pela Libertadores (contra o Arsenal, no Maracanã). Peguei de primeira. Acho que nunca mais vou fazer um igual (risos).

Como não? Você não é o artilheiro dos gols bonitos?

Não sei. O pessoal é que gosta de falar isso.

Apesar de tantos gols bonitos, você só foi convocado cinco vezes para a seleção brasileira. Faltou na sua carreira ter marcado posição com a Amarelinha?

Faltou, sim. Mas tinha jogadores muito melhores do que eu. Antes da Copa de 98, eu estava muito bem. Em 2002 e 2006, também. Mas havia caras melhores. Quando eu parar de jogar, vou dizer que faltou isso na minha carreira, mas não posso reclamar.

E a carreira vai se encerrar quando?

Não sei. É uma pergunta que ainda não sei responder. Mas, estando bem fisicamente como hoje, posso dizer com certeza que jogo esse ano e mais um.

No dia 2 de maio, decisão do Campeonato Estadual, você estará completando 36 anos. É coincidência ou um presente?

Pois é... Acho que é coincidência, né? Não fico pensando lá na frente. Vou vivendo cada dia, e já é bem difícil viver.

Vai ter festa ou tristeza?

Minha mulher é quem cuida disso. Mas, com certeza, vai ter festa para os meus filhos.

Com 11 gols, você briga pela artilharia do Estadual com o Vagner Love (12) e o Adriano (11). Há um significado especial nisso, depois de tudo o que passou?

Fiquei um ano e meio parado e voltei por prazer total. Voltei porque adoro jogar futebol, e a minha condição física me ajuda. Mas, com os atacantes que estão aí no futebol carioca, achava difícil brigar pela artilharia. O importante pra mim é ser campeão. E, se estou no Vasco, tenho que superar tudo. Pra ser campeão, o Vasco tem que jogar bem. E, se o time jogar bem, eu faço gols.

O que acha dos seus adversários de hoje, Vagner Love e Adriano?

São ótimos jogadores. São de seleção brasileira. O Adriano vai para a Copa, e o Love está brigando. É covardia eu brigar com eles pela artilharia (risos). Eles são melhores.

Seus filhos vão jogar bola?

O Pedro (5 anos) é artilheiro da escolinha do Anglo-Americano. Faz gol, leva jeito e tem tudo para ser melhor do que o pai. O Enrico (2) também adora esporte.

Por que no último jogo contra o Flamengo você teve personalidade para bater o segundo pênalti depois de ter perdido o primeiro e, agora, não quer mais bater?

Eu tinha que bater, para assumir a responsabilidade. Não podia deixar os meninos naquela situação difícil. Agora, é diferente. O Gaúcho mandou eu treinar pênaltis, e eu falei: ‘vamos deixar a poeira baixar um pouco’.

Se o Vasco passar pelo Flamengo, você ainda bate pênaltis nesse Campeonato?

Eu não tenho como fugir disso. Já errei na seleção brasileira, com o Rivaldo em campo, mas sempre fui batedor. Deve ter a ver com o fato de eu ser um cara frio. E já fiz gol de pênalti no Bruno.

Por que perdeu?

Porque bati muito mal.

Tem noção de quanto foi xingado naquele dia?

(Risos). Tenho, sim, porque meus amigos estavam no estádio. Mas, quando chegaram perto de mim, eu disse: “Não precisa me contar nada”.

Foi difícil encarar o porteiro do prédio no dia seguinte?

Os caras do prédio são os primeiros que você vê. Não foi fácil, mas todo mundo me conhece. Tive que encarar a situação. Fazer o quê?

Você se refere aos jogadores do time chamando-os de meninos. Sente-se fora do ninho?

Não é isso. É que eu sou o mais velho e eles me perguntam muitas coisas, principalmente antes dos jogos. E me respeitam demais.

Esses meninos vão dar conta, com você, dessa reta final? Qual é o seu palpite?

Meu palpite é a vitória do Vasco. Vou te dizer: estou muito confiante, mesmo.

Fonte: O Dia

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