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NETVASCO - 17/12/2009 - QUI - 13:40 - Em artigo, Coelho acusa diretoria e chama Mandarino de 'novo Eurico'

O ex-vice-presidente de marketing do Vasco e presidente do MUV José Henrique Coelho publicou nesta 5ª-feira o seguinte artigo no site Supervasco (link original aqui):

"José Henrique Coelho

Presidente do Movimento Unido Vascaíno (MUV) e ex-vice de marketing do Club de Regatas Vasco da Gama.

Quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Novos “Comandantes” com Velhos Hábitos e um futuro de incertezas

O anuncio da não renovação do contrato do técnico Dorival Júnior me levou lembrar da conversa que tive com o treinador no dia em que foi pela primeira vez ao Vasco-Barra.

Naquela manhã, junto com o também recém-chegado Diretor de Futebol Rodrigo Caetano, circulamos por todas as instalações do C.T.. Fiquei com uma ótima impressão de ambos. Durante a conversa e sendo conhecedor do problema da inadimplência do clube com o proprietário do C.T. Vasco-Barra fiz uma pergunta ao Dorival: - Qual a sua avaliação das necessidades de um C.T. mínimo, após experiências no Cruzeiro e Coritiba? A resposta dele foi clara, objetiva e tranqüila: - “Com menos de seis campos não dá para um clube do tamanho do Vasco. Não façam como fez o Cruzeiro: - construir dois C.T.’s é uma coisa que sequer os clubes europeus, com recursos, fazem. Cria-se um custo fixo duplicado nas áreas comuns e sabemos que os clubes não têm como suportar estas despesas. É preciso pensar como administrador e não como torcedor”.

Diante da nitidez da fala e da experiência vivida pelo técnico, a confirmação do que eu já estudara. Tínhamos um C.T. pequeno e que não atenderia ao clube no futuro, mas ruim com ele e pior sem ele. Perguntei ao Rodrigo Caetano como seria treinar sem um C.T.? No CEFAN, na Urca? Ele me respondeu:- “Seria como voltar 20 anos atrás”. Durante toda a campanha eleitoral do MUV sempre defendi como prioridade máxima o investimento de qualquer centavo do clube e dos vascaínos num Centro de Treinamento. Quando renunciei ao cargo de V.P. em fevereiro informei aos vascaínos que o presidente e o seu V.P. de Futebol não tinham esta prioridade. Até as negociações iniciadas pelo V.P. eleito Dr. Luso foram sabotadas pelo então V.P. Administrativo e Financeiro. De lá para cá, nada foi feito. E agora o que fazer para 2010 sem C.T.? Se o discurso oficial do “estamos buscando...” for para valer vamos ver quando for apresentado o orçamento para 2010 até o fim do mês.

Ainda sobre 2009 quero dar os parabéns ao responsável pela estrutura montada para o Vasco neste ano, Sr. Carlos Leite. Como empresário fez o seu papel como investidor. O empresário investe os seus recursos num negócio, investe num mercado de risco e quando acerta colhe os seus frutos. O Sr. Carlos Leite investiu em jogadores e trouxe para gerenciar o seu investimento primeiro o treinador e em seguida o diretor de futebol. Todos eles merecem os parabéns pelo objetivo alcançado.

Quanto às condições do negócio, bom ou mal, para o clube, dependem da capacidade do presidente e do seu negociador. No Vasco, ao contrário da promessa de campanha quanto à transparência, esta negociação não teve nenhuma transparência mesmo dentro da diretoria. Ninguém sabe de nada. Neste tipo de negociação o difícil é estabelecer as regras de entrada e saída dos recursos e manter sob controle os custos variáveis, os valores dos contratos dos jogadores, da comissão técnica e as “luvas”, pois pode acontecer que através destes contratos tente se “pagar de volta” o investimento do empresário, fazendo o clube pagar duas vezes pelo mesmo investimento. Porque tantos contratos possuem “luvas”? Outra condição deve ser como será o modelo de negociação: um diretor decide tudo sozinho ou a diretoria toma as decisões? Eu sempre defendi que deveria ser a diretoria, além de mais transparente internamente o nível de exigência nossa é maior e assim é o clube que sairá ganhando.

O modelo de negócio adotado também é importante, pois para o empresário o melhor negócio é comprar barato para vender caro com o mais baixo risco, o que a segunda divisão permitiu e ainda nos deu a chance de sermos campeões, mas este modelo não servirá na primeira divisão, com patamar esportivo mais elevado, portanto com investimentos e valores muito superiores e assim de maior risco.

Foi com base em respostas erradas do presidente que começaram os nossos problemas de hoje. O que fez o presidente? - “concedeu todos os poderes” para um único negociador. Este negociador deu um monopólio a um empresário. Por quê? Nada mais obscuro do que este modelo. Quem foi que negociou o contrato do empresário e demais contratações? A diretoria? Não. Quem negociou foi o ex-V.P. Administrativo e depois também ex-V.P.Financeiro do clube que agora “tomava” a V.P. de Futebol. O mesmo vascaíno que durante os últimos nove anos sequer ia aos jogos do Vasco acompanhando os companheiros do MUV em campanha. Sempre respondia: - “enquanto o Eurico estiver lá eu não vou ver nenhum jogo”. “Ele não vai me ver lá!”. Cá entre nós, quem o conhecia antes do MUV?

Lembro quando ele era V.P. Administrativo: - durante o seu mandato não fez nada:

- não fez a auditoria que sempre fez parte do programa do MUV (a auditoria que foi contratada por uma comissão da qual não quis fazer parte, somente contratou o ajuste do balanço). A auditoria que deveria ter sido realizado dos últimos oito anos não foi adiante.

- não fez a reforma administrativa prometida durante a campanha e que hoje continua pesando nas costas do clube.

- analisou o quadro de pessoal e o desequilíbrio salarial e só tratou de dar um segundo emprego um funcionário da sua própria empresa no Vasco, ganhando um “segundo” salário de R$ 13 mil como Diretor Financeiro, mas que dava expediente dentro da sua própria empresa no centro, segundo ele, “trabalhando para o Vasco”. Mesmo após a chegada em março de 2009 do novo V.P. de Finanças, que trouxe consigo mais um, “o seu”, Diretor Financeiro, o Diretor do “Dr.” Mandarino continuou na folha até julho, mas trabalhando na empresa do patrão. Quanta imoralidade administrativa, como se já não nos bastasse às contratações dos familiares, amigos e cabos eleitorais do presidente.

- contratou “o seu segurança” para fazer aquela segurança “do gás de pimenta” como ficou conhecida, ou a mesma que apreendeu as 60 cervejas de um ambulante irregular dentro do clube em dia de jogo e depois “sumiu” com toda ela, ou ainda abrindo portões para entrar sem ingresso “os amigos dos amigos”.

- não implantou qualquer processo de cobrança do antigo cadastro de sócios.

- negociou com o HSBC um patrocínio para o investimento dos primeiros computadores da tesouraria do clube e logo após receber os recursos usou-os para pagar contas atrasadas.

- durante os seis meses que foi V.P. Administrativo-Financeiro nenhum balancete foi apresentado, pior que a gestão anterior.

- neste período nenhum documento foi encaminhado ao Conselho Fiscal, conseguiu ser pior do que a administração anterior onde “ao menos” os membros da situação tinham acesso aos documentos.

- em dezembro de 2008 foi o mandatário da maquiagem do orçamento para 2009, no melhor estilo da administração anterior, mas temendo ser questionado em público, foi “passar uns dias” no Uruguai na semana da reunião do Conselho Deliberativo e deixou a “maquiagem” ser apresentada pelo conselheiro que viria a substituí-lo no cargo.

Ele não gosta de ser questionado, não gosta de reuniões, quer decidir sozinho. Nasceu o “novo eurico”, um alpinista de cargos.

Numa das raras reuniões de diretoria que ocorreram este ano já falando como V.P. de Futebol proferiu sua frase de “novo eurico”: - “Não me interessa se a dívida do clube vai chegar a R$500 milhões, eu quero é ser campeão!” Frase típica de “apostador de cocheira”, figura que conhecemos e que sabemos que não fica para pagar a conta, “some” para cuidar “dos netos” ou para descansar no Uruguai. O resultado será sempre um clube quebrado e sem títulos por anos na primeira divisão. Este era o cenário do “novo eurico” quando assumiu a V.P. de Futebol.

A primeira negociação foi justamente a do treinador. Dorival já tinha realizado um ótimo trabalho nas suas passagens pelo São Caetano, Fortaleza e Coritiba. Sempre teve um discurso compatível com o seu trabalho: - equilibrado e eficiente. Agora chegara a hora de aproveitar a promoção para um grande clube. O que se negocia então? Sem nenhuma lógica profissional na negociação diante desta situação o V.P. de Futebol “oferece” uma base salarial e mais “luvas para o treinador”, pagando quatro vezes mais do que este recebera em 2008 no Coritiba. Esta má negociação criou uma situação insustentável para o futuro que chegou agora. O desequilíbrio do contrato entre o treinador e a situação financeira do clube, conforme informei ao público vascaíno, impediu a sua renovação. Relembro que além da média salarial, entre luvas e ordenados de R$280 mil mensal, registrou-se em contrato um prêmio pessoal de mais R$ 1,2 milhões de reais, para qualquer das quatro colocações que trouxessem o Vasco de volta a primeira divisão. Ou seja, ao fim do ano a média mensal foi para R$ 380 mil reais. Como renovar? Quem causou o problema? O técnico? Acho que não.

A culpa foi do “novo eurico”.

Em muitos outros contratos a situação se repetiu, como no caso do Fernandinho. Luvas de R$ 350 mil e salário de R$ 90 mil por mês. Como no caso do Aloísio e de tantos que passaram por São Januário este ano. Que se dane a administração ou o clube amanhã, mas o garçom sempre traz a conta no fim. O nosso rebaixamento em 2008 foi entre outras coisas a conta de nove anos do velho eurico.

Nada mais parecido com a administração anterior do que a centralização das decisões na figura do “novo eurico”. Reunião de diretoria do Vasco? Só se for “no centro”, na empresa do “novo eurico”! O “novo eurico” também já levou o “seu euriquinho” ao Vasco. O pimpolho pediu ao pai: - Posso participar das reuniões com o Rodrigo Caetano e com o Dorival no vestiário? Pode filho. Pai, posso tratar do assunto dos ingressos? Pai, posso conhecer aquele empresário do propinoduto? Vai lá filho. Posso fazer perguntas lá na divisão de futebol amador? Pode meu filho, lá esta “o futuro”!

Foi este estilo de gestão que levou o Vasco ao rebaixamento de 2008 e agora volta a se repetir pela “ausência” de um presidente e pela ocupação de espaços de um “novo eurico”.

A dura realidade financeira para 2010 nos avisa que será um ano difícil, com cobranças maiores no campo esportivo e no financeiro, onde ambos pedem mais dinheiro. A dívida herdada, quase toda em execução manterá a asfixia do orçamento do clube, não o orçamento de mentira, aquele que o V.P. de Finanças apresenta, mas o real, aquele que prevê o pagamento das contas. A dívida nova, criada todos os dias com as centenas de contas que são contratadas e não são pagas vão gerar só este ano um novo “passivo Roberto Dinamite” de mais de R$12 milhões. O ídolo que ganhou a eleição, agora presidente, não sabe o que fazer para administrar o clube. A sua má administração se vê no descontrole interno que se apresenta ora pelos desvios “as centenas” do caro e “vendável” material esportivo “original do clube” encontrado em camelos sem que o V.P. de Futebol saiba o que fazer, ora pelos freqüentes assaltos ao almoxarifado do futebol (já foram três), ora pela doação de ingressos aos milhares às torcidas organizadas, ora por funcionários fantasmas ou cabos eleitorais na folha de pagamento, ora por salários não pagos a alguns e pagos em demasia e em dia aos parentes. Este é o descontrole e a imoralidade administrativa da atual diretoria, que contrasta com o discurso de “ajustes” na hora das demissões de funcionários que não são parentes do presidente. Por último, o descontrole mais grave, aquele da falta de controle dos “grandes números” do futebol que voltaram a ser administrados como no passado, por um “novo eurico” com os métodos do velho eurico. A não renovação do contrato do técnico Dorival nos expõe diante da “hora da verdade” para 2010.

Como vamos responder?

Durante a campanha eleitoral os pilares foram competência, credibilidade e transparência. O presidente iniciou seu mandato acolhendo parentes e amigos na administração e na folha de pagamento do clube numa política digna de “responsabilidade social”, o “Bolsa Família Oliveira”. Colocou no Colégio Vasco da Gama, as nossas custas, alunos que sequer disputam qualquer modalidade pelo clube, em mais um passo do “Bolsa Oliveira”. Alterou o resultado de concorrência de licenciamento em detrimento do clube para beneficiar um fornecedor amigo seu acabando com os critérios profissionais para as escolhas do clube. Sem balancetes ou documentos apresentados derrubou a transparência prometida que incomoda ao presidente. O presidente e sua diretoria abandonaram as promessas de campanha.

Por último quero parabenizar A Torcida do Vasco. Diante da esperança frustrada em 2008 com o rebaixamento respondeu em 2009 com a grandiosidade que o clube sempre teve, independente de seus dirigentes. Mostrou-se presente em todo Brasil, apoiando e incentivando o time. Esta torcida de milhões de vascaínos esta de parabéns. É esta a nossa torcida, que compra o ingresso e enche os estádios, veste com orgulho a camisa do clube. Esta torcida não pede nada além de empenho, sacrifício, dedicação e respeito com o nosso emblema. Posso garantir sempre fiz parte dela e que durante “os anos de chumbo” – 2001 a 2008 – dei o melhor de mim para resgatar aquele Vasco que nos fez Vasco, apostando num futuro melhor. Infelizmente o presidente rasgou o Plano de Gestão, abandonou as promessas de campanha, mudou o rumo da caravela e agora com novos “comandantes” repete os velhos hábitos nos deixando com um futuro de incertezas.

Aproveito para apresentar a carta resposta que recebi do Presidente do Conselho Deliberativo que confirmou a existência na folha de pagamento do clube do “cabo eleitoral” Gelson Araújo na “Assessoria da Presidência”. Pena que o Presidente do Conselho entenda, ao contrário do estatuto, que nada pode fazer. É verdade, terá problemas com o Presidente-Deputado.




À família Vascaína os meus votos de um Feliz Natal e até a próxima conversa sobre mais um orçamento de mentirinha para 2010.

* As informações, notícias e opiniões expressadas neste espaço são de inteira responsabilidade do colunista."


Fonte: Supervasco

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