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NETVASCO - 22/10/2009 - QUI - 11:17 - Presidente da ABR diz que S. Januário terá que passar por reforma completa

A lenda diz que, em 1823, o estudante William Webb Ellis jogava futebol em sua escola, na Inglaterra, quando pegou a bola com as mãos e partiu em direção à área adversária. Verdade ou não, 186 anos depois de sua provável criação, o rúgbi reúne fãs por todo o mundo e é considerado o segundo esporte mais praticado, perdendo apenas para o próprio futebol. No Brasil, no entanto, a modalidade ainda é vista com estranheza e poucos são os adeptos.

No entanto, um anúncio do Comitê Olímpico Internacional (COI), há duas semanas, fez com que o esporte ficasse um pouco mais próximo à realidade do país. Nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, o rúgbi estará de volta às Olimpíadas, após ficar fora por 92 anos. A modalidade escolhida, porém, não é a mais tradicional, com quinze jogadores. O seven, como é conhecido, mantém a maioria das regras do original, como a proibição de passar a bola para frente, e a bola oval, parecida com a do futebol americano, mas reúne sete atletas de cada lado, em dois tempos de sete minutos. Em jogos decisivos, passam a ser dez minutos em cada etapa.

- As regras são basicamente as mesmas, com pequenas adaptações. A gente sempre costuma comparar com o vôlei de praia. São pequenas diferenças de interpretação em relação ao vôlei de quadra, mas o princípio é o mesmo. O que a gente precisa lembrar é que o seven já é uma categoria altamente desenvolvida no mundo inteiro – disse Aluísio Dutra, presidente da Associação Brasileira de Rugby (ABR), em entrevista por telefone ao GLOBOESPORTE.COM.

Com a escolha pelo seven, os nomes mais conhecidos do rúgbi tradicional dificilmente estarão nos Jogos em 2016. Aluísio Dutra, no entanto, minimiza o fato. O dirigente afirma que a modalidade já é altamente difundida e não vê a possibilidade de que os atletas mais famosos mudem de categoria para participarem dos Jogos. Para isso, volta a citar o vôlei de praia como comparação.

- São jogadores especialistas. Voltando à comparação com o vôlei, seria como se pusessem, de repente, Ricardinho e Giba para jogarem vôlei de praia nas Olimpíadas e achar que vão ganhar. Não vão. Existem especialistas neste esporte, melhores do que eles. Com o seven é a mesma coisa - afirmou o dirigente.

Seleção feminina é a principal esperança

Entre os praticantes de rúgbi no Brasil, a escolha pelo seven foi comemorada. No país, esta é a categoria em que os atletas têm mais experiência internacional. Quarta força no continente entre os homens, atrás de Argentina, Uruguai e Chile, o rúgbi nacional deposita suas maiores esperanças nas mulheres. Pentacampeã sul-americana, a seleção feminina terminou em décimo lugar em sua primeira Copa do Mundo, neste ano, em Dubai.

Capitã da seleção em Dubai e moradora de Niterói, no Rio de Janeiro, Beatriz Futuro, conhecida como “Baby”, aposta no crescimento do esporte no país após a inclusão nos Jogos de 2016.

- Acho que é questão de estrutura. Não temos muita, mas acho que vai melhorar bastante com os Jogos. Temos que fazer intercâmbio com outras seleções, entender mais. Ficamos em décimo lugar na Copa do Mundo, mas poderíamos ter ido melhor se tivéssemos mais jogos. Mas agora deve ter uma divulgação legal. É um esporte formador de personalidade. A ideia é estar dentro das escolas. Tem um projeto em parceira com a prefeitura de São José dos Campos, em São Paulo. Lá, já existem crianças carentes jogando nas escolas. Temos que ir para a base. Enquanto não for assim, não vamos crescer.

Para que haja este crescimento, Aluísio Dutra afirma que já existe um projeto a ser apresentado para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para promover o esporte no país.

- Já temos um projeto pronto para ser mostrado. A gente deve discutir em pouco tempo com o COB, mas existem coisas que já estamos fechando. Alguns patrocínios já estão fechados. Temos a declaração do presidente (Carlos Arthur) Nuzman de que vamos ser incluídos na Lei Agnelo/Piva, o que é importante. A partir daí, teremos condições de evoluir – disse.

Projeto para fazer esporte crescer no país

O presidente da ABR, no entanto, reconhece que o esporte ainda tem muito a evoluir no país para fazê-lo chegar a um patamar de modalidades mais difundidas, como o vôlei e o basquete.

- Falta muita coisa. Se a gente imaginar que falta para o basquete, imagina para o rúgbi. A gente tem muita esperança que, com a visibilidade que os Jogos de 2016 vão trazer, o brasileiro desperte muito mais com o esporte. O Brasil é muito concentrado no futebol, mas não adianta ficar reclamando. Temos que criar esse espaço, como o vôlei. Temos que fazer o mesmo com o rúgbi. Vamos levar para as escolas e mostrar o valor educacional, como ele é usado no mundo.

Apesar do investimento que o esporte deve ter nos próximos anos no país, o Brasil ainda não está garantido nas Olimpíadas de 2016, embora seja país sede. Há uma controvérsia no sistema de classificação, mas o dirigente afirma que a questão já está sendo discutida, apesar de não ser a prioridade no momento.

- Existe ainda uma certa controvérsia quanto a isso, mas eu acredito que deve ser respeitada esta tradição de país sede. Nós ainda não estamos pensando nisso. Temos que fazer um planejamento para sermos competitivos. Sendo assim, estaremos classificados. É o que me parece ser razoável, mas não vamos abrir mão de qualquer discussão. Vamos defender a tese de que deve ter a garantia. É uma opinião nossa - afirmou o dirigente.

Antes mesmo de ter sua volta anunciada aos Jogos, o rúgbi já conhecia o seu local de disputa em 2016. Estádio do Vasco, São Januário foi escolhido pelo COB como sede do esporte nas Olimpíadas. Para o dirigente, foi uma escolha acertada, apesar das reformas necessárias. Nesta semana, a diretoria do clube carioca anunciou a intenção de criar escolinhas em parceria com a ABR para crianças de escolas públicas e comunidades carentes.

- Deve sofrer uma reforma completa. Nós não podemos pensar em São Januário como é hoje. Não tem condições de receber uma competição internacional. Mas temos a convicção de que vai atender às demandas. Como brasileiro, acho que deve ter sua serventia após os Jogos. Mas eu acho que é uma garantia muito interessante. É um clube de muita torcida, então a gente tem a garantia de que não vai ser um elefante branco como todo mundo tem dito – disse.

Fonte: GloboEsporte.com

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