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NETVASCO - 04/09/2009 - SEX - 14:01 - GloboEsporte.com lista jogos de orgulho e de vergonha dos vascaínos

As listas de orgulho e vergonha dos vascaínos têm, no topo, jogos singulares. No primeiro caso, trata-se de uma vitória que até hoje serve como exemplo de superação, chamada pela torcida de Virada do Século. No segundo caso, está uma comemoração constrangedora de um título que não existiu.

Confira abaixo os rankings elaborados pelo GLOBOESPORTE.COM e veja quais foram os jogos escolhidos pelos internautas.

E leia no blog Memória E.C. a íntegra dos depoimentos de quem esteve nas partidas e mande o seu comentário: quais jogos orgulham e envergonham a torcida vascaína?

Cinco jogos que orgulham

1º lugar: Palmeiras 3 x 4 Vasco, em 2000

Pré-jogo: O time teve início irregular na Mercosul, mas despachou o River Plate na semi. Na final, chegou ao terceiro jogo após vencer um (2 a 0) e perder outro (1 a 0).

Orgulho: A importância desse jogo para os vascaínos pode ser medida pelo fato de que ele alcançou a maior porcentagem nas eleições entre as 12 torcidas. A Mercosul teve vida curta (quatro edições), mas será sempre lembrada graças a essa virada espetacular.

Memória: “Tínhamos empatado por 2 a 2 com o Cruzeiro, e o Oswaldo de Oliveira saiu por causa de um entrevero com o Eurico Miranda. Ficou um clima muito ruim, porque ele tinha o grupo na mão e estava conseguindo os resultados. É ruim trocar o treinador numa hora dessas. Eu, Romário e Juninho Pernambucano fomos falar com o Eurico e o Oswaldo, mas não teve jeito. Conseguimos ganhar do Palmeiras porque tínhamos um time muito bom, um dos melhores da minha carreira. Caso contrário, não conseguiríamos. O primeiro tempo, com o nosso time apático, refletiu essa troca no comando. O primeiro gol do Palmeiras, de pênalti, foi um erro do Júnior Baiano, que admitiu isso. Não sei o que deu na cabeça dele. Mas o grupo era muito unido e superava esses problemas em campo. Após o primeiro gol, nosso time ficou desestabilizado, perdido. Dos males, o menor: o fato de os três gols saírem já no fim do primeiro tempo interrompeu a pressão do Palmeiras. Poderia ter sido pior. Chegamos cabisbaixos ao vestiário, mas conversamos e falamos que tínhamos que jogar. O clima foi ameno, ninguém gritou ou procurou um culpado.

Fomos para o tudo ou nada no segundo tempo, com o Viola, que entrou muito bem. E o Palmeiras nos ajudou, por ter relaxado e recuado. Quando quis acordar, já estávamos em cima, dominando a partida. Alguns jogadores do Palmeiras já achavam que eram campeões. Ouvi gente dizendo isso em campo, o que foi uma infelicidade. Não dava para bobear com o nosso time. Passei a acreditar quando marcamos o primeiro gol. Aí eu já via o Vasco motivado e o Palmeiras com medo. O Palmeiras estava muito recuado, e eu não encontrava espaços na intermediária deles. Então voltava para o campo de defesa e pegava a bola, sem a marcação do Fernando. Aí passei a chegar ao ataque com a bola dominada, em velocidade, e estava numa noite feliz. Foi assim que conseguimos os dois pênaltis. O nosso time nem sentiu quando o Júnior Baiano foi expulso. A adrenalina e a vontade eram tão grandes, que continuamos no mesmo ritmo. Quando empatamos, já consideramos uma vitória levar para a decisão por pênaltis. Ninguém esperava o quarto gol. A adrenalina era tão grande, que eu e o Romário comemoramos daquela maneira, colocando o dedo na boca e pedindo silêncio. Não era um gesto comum meu. Sempre preferi comemorar com a minha torcida. Depois pensei que não deveria ter feito aquilo. Mas era um momento para extravasar”, Juninho Paulista (atualmente diretor do Ituano).

“Pelos gols no primeiro tempo, muitos jogadores acharam que o Palmeiras já era campeão. Ficaram empolgados com a comemoração da torcida e criaram clima de oba-oba no vestiário. Não vou citar nomes, mas muitos nem estavam em campo. O clube passava por mudanças, com a Parmalat saindo, e por isso tínhamos vários jogadores jovens. Eu e o Arce éramos os mais experientes do elenco e já tínhamos disputado várias finais. Ficamos revoltados e batemos na tecla de que o jogo não estava ganho, pois o Vasco tinha um timaço e era mais experiente do que o Palmeiras. Fazer 3 a 0 numa final é importantíssimo, mas tem que estar atento até o fim. E o Vasco teve uma reação positiva, foi guerreiro. No segundo tempo, eu e o Arce continuamos cobrando em campo, pois não estávamos focados na marcação. O Juninho Paulista pegava a bola com o zagueiro e vinha até o nosso gol. Foi o jogador mais importante daquela final. Eu atuei como zagueiro nesse jogo e pedia para pararem as jogadas, sem violência. Mas tínhamos que administrar a partida e deixar o adversário nervoso. Passamos 45 minutos só nos defendendo, com o Vasco massacrando. Tínhamos o jogo na mão, mas o Vasco soube reagir. Acho que 60% do resultado foram por mérito do Vasco, e 40% por erros nossos.”, depoimento de Galeano (atualmente na Traffic).

PALMEIRAS 3 x 4 VASCO

PALMEIRAS: Sérgio, Arce, Gilmar, Galeano e Tiago Silva; Fernando, Magrão, Taddei e Flávio; Juninho e Tuta (Basílio).
Técnico: Marco Aurélio.

VASCO: Hélton, Clébson, Odvan, Júnior Baiano e Jorginho Paulista; Nasa (Viola), Jorginho (Paulo Miranda), Juninho Pernambucano e Juninho Paulista; Romário e Euller (Mauro Galvão).
Técnico: Joel Santana.

Gols: Arce, aos 37, Magrão, aos 38, e Tuta, aos 45 minutos do primeiro tempo; Romário, aos 14 e aos 24, Juninho Paulista, aos 41, e Romário, aos 48 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Flávio, Juninho e Fernando (Palmeiras); Nasa, Odvan, Júnior Baiano, Jorginho Paulista e Hélton (Vasco).
Cartão vermelho: Júnior Baiano.
Estádio: Palestra Itália.
Data: 20/12/2000.
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas.
Público: 29.993.

2º lugar: Flamengo 1 x 4 Vasco, em 1997

Pré-jogo: O Vasco chegava à penúltima rodada da segunda fase do Brasileirão com três pontos a mais do que o rival, vice-líder. Uma vitória, portanto, garantiria vaga na decisão.

Orgulho: A goleada, mesmo com um a menos por 55 minutos, foi uma síntese do campeão. Sabia se fechar quando necessário, era preciso nos contragolpes e tinha um craque em fase inspirada. Edmundo se tornou o maior artilheiro numa só edição antes dos pontos corridos.

Memória: "Atuamos um tempo naquela partida com um jogador a menos, mas nosso time se fechava bem. E tinha uma arma mortal: o Evair recuava um pouco, confundia o adversário e abria espaço para o Edmundo surpreender, entrando em diagonal. O Lopes treinava muito essa jogada. O Evair se sacrificava, atuando quase como um meia, e o Edmundo estava numa forma física incrível. Geralmente, até o adversário perceber, já estávamos ganhando. Nosso primeiro gol contra o Flamengo, aliás, foi dessa maneira. Estávamos numa fase de grupos, e esse jogo era fundamental, porque se tratava de um rival e do adversário direto pela vaga na final. Uma vitória teria um peso muito grande. Nesse jogo, atuei ao lado do Alex, que era mais técnico e com menos força do que o Odvan. Além disso, tivemos César Prates na lateral esquerda e Filipe Alvim na direita, a posição com mais mudanças naquele campeonato. O Flamengo tinha um grande time. Eles tomaram a iniciativa no clássico, mas tivemos tranquilidade. O time do Vasco era consciente do que devia fazer em campo, se defendia bem e contava com um atacante que marcava gols, o que fez a diferença", Mauro Galvão (atualmente diretor executivo do Grêmio).

FLAMENGO 1 x 4 VASCO

FLAMENGO: Clemer, Leandro Silva, Júnior Baiano, Juan e Gilberto; Jamir, Bruno Quadros (Renato Gaúcho), Iranildo (Lê) e Athirson; Lúcio e Sávio.
Técnico: Paulo Autuori.

VASCO: Carlos Germano, Filipe Alvim (Maricá), Alex, Mauro Galvão e César Prates; Nasa, Nélson, Juninho Pernambucano (Moisés) e Ramon; Edmundo e Evair (Fabrício Carvalho).
Técnico: Antônio Lopes.

Gols: Edmundo, aos 16 minutos do primeiro tempo; Edmundo, aos dez, Júnior Baiano, aos 39, Edmundo, aos 42, e Maricá, aos 45 minutos do segundo tempo.
Cartão vermelho: Nelson (Vasco)
Estádio: Maracanã.
Data: 03/12/1997.
Árbitro: Paulo César de Oliveira. Público: 75.493.

3º lugar: River Plate 1 x 1 Vasco, em 1998

Pré-jogo: No jogo de ida pela semifinal da Libertadores, o Vasco vencera (1 a 0) no Rio. Seria uma decisão antecipada, já que o outro confronto reunia Cerro Porteño-PAR e Barcelona-EQU.

Orgulho: Foi o jogo que abriu caminho para que o Vasco se tornasse o único brasileiro campeão da Libertadores no ano do centenário. O River tinha cinco jogadores que haviam ido à Copa (Burgos, Astrada, Gallardo, Ayala e Pizzi), além de Sorín e Solari.

Memória: “O River tinha um grande time e, independentemente do resultado na primeira partida, nosso respeito por eles era enorme. Era um time com grandes jogadores, e todos preocupavam, mas era a velocidade deles o que causava mais cuidados. Era comum nos defendermos fora de casa, e ali tínhamos tudo contra e havíamos ganhado no Rio. É normal esperar o adversário, apesar de não termos ficado tão atrás assim. Arriscamos alguma coisa, mas sempre com cautela. O Vasco tinha um grupo com grandes jogadores, mas sempre chateia quando saímos do time titular, ainda mais na fase em que estávamos. Mas o Lopes era um grande treinador e sabia o que fazer. Sempre procuro ver o jogo quando estou no banco de reservas. Estava vendo que precisávamos sair mais, até porque a derrota por 1 a 0 levava para os pênaltis. Não podíamos era tomar outro gol. Quando entrei, o Lopes pediu pra fechar e dar dinâmica ao jogo. Não acho que aquele gol tenha consolidado minha posição como titular. Todos éramos titulares. E minha relação com a torcida sempre foi muito boa. É claro que hoje lembram bem disto, o que me emociona, pois aquele gol foi importante para chegarmos à final. Já revi aquele confronto, e foi um grande jogo. Mas não acho que tenha sido uma final antecipada, pois o jogo com o Barcelona foi bem duro.”, Juninho Pernambucano, (atualmente no Al Gharafa-QAT) por e-mail.

RIVER PLATE 1 x 1 VASCO

RIVER PLATE: Burgos, Hernán Díaz, Ayala (Sarabia), Berizzo e Sorín; Escudero (Montserrat), Astrada, Solari e Gallardo; Pizzi (Rambert) e Angel.
Técnico: Ramón Díaz.

VASCO: Carlos Germano, Válber, Odvan, Mauro Galvão e Felipe; Luizinho, Nasa, Ramon (Alex) e Pedrinho (Vágner); Donizete e Luizão (Juninho).
Técnico: Antônio Lopes.

Gols: Sorín, aos 21 minutos do primeiro tempo; Juninho, aos 37 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Escudero (River Plate); Carlos Germano, Odvan, Nasa, Ramón e Mauro Galvão (Vasco).
Estádio: Monumental de Nuñez (Buenos Aires).
Data: 22/07/1998.
Árbitro: Guido Aros (CHI).

4º lugar: Vasco 3 x 1 Manchester United, em 2000

Pré-jogo: Na estreia pelo Mundial, o Vasco batera o South Melbourne-AUS, enquanto o Manchester empatara com o Necaxa-MEX. Se perdessem, os ingleses estariam eliminados.

Orgulho: Foi uma alegria em dose dupla para a torcida, que viu o Vasco acabar com o então campeão mundial em 45 minutos e vibrou com o que parecia a reconciliação entre os desafetos Edmundo e Romário - que mostraram perfeito entrosamento.

Memória: “Existia pressão, porque tínhamos tudo a favor. Era uma grande oportunidade, depois da derrota para o Real Madrid em 1998. Era um time que estava sempre ganhando e conquistava muitos títulos. Jogávamos no Rio, e ainda com muitas contratações. O meio-campo tinha apenas o Amaral na marcação porque ele vivia uma fase espetacular. Era o motor do time e marcava por todos. O Felipe jogava mais recuado, ao lado dele, e eu e Juninho Pernambucano fazíamos a mesma função desde 1997. Era um grupo tão forte, que tinha o Viola no banco. Contra o Manchester, cada jogador entrou em campo sabendo sua função tática e como atuava o adversário. O Antônio Lopes sempre foi detalhista, estuda muito o outro time e passa tudo para o grupo. O time havia feito uma excelente pré-temporada, folgando só um ou dois dias no Natal e no Ano-Novo. O calor também nos favoreceu. Começamos o jogo querendo matar logo o adversário. Tínhamos um time tão bom quanto o do Manchester. Marcamos forte e saímos com velocidade no contra-ataque. Todos estiveram bem na parte técnica, e nossos dois atacantes, o Edmundo e o Romário, aproveitaram as chances que tiveram. Eram dois grandes jogadores e não tinham problema dentro de campo. Tinham consciência do que o Mundial representava e de que o Vasco estava acima de tudo. Depois do Mundial, fui para o Atlético-MG porque a proposta financeira era boa para o Vasco e para mim. Saí, mas tive a felicidade de retornar em 2002″, Ramon (atualmente no Vitória).

VASCO 3 x 1 MANCHESTER UNITED

VASCO: Helton, Jorginho (Paulo Miranda), Júnior Baiano, Mauro Galvão e Gilberto; Amaral, Juninho Pernambucano (Alex Oliveira), Felipe e Ramon (Nasa); Edmundo e Romário.
Técnico: Antônio Lopes.

MANCHESTER: Bosnich, Gary Neville, Silvestre, Stam (Jordi Cruyff) e Irwin; Butt, Keane, Philip Neville e Giggs (Fortune); Solskjaer (Sheringham) e Yorke.
Técnico: Alex Ferguson.

Gols: Romário, aos 23 e aos 25, e Edmundo aos 42 minutos do primeiro tempo; Butt, aos 30 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Jorginho, Júnior Baiano e Nasa (Vasco); Sheringham e Keane (Manchester).
Estádio: Maracanã.
Data: 08/01/2000.
Árbitro: Saad Kameel Mane (QAT).

5º lugar: Vasco 5 x 2 Corinthians, em 1980

Pré-jogo: Roberto voltara ao Vasco, após uma curta passagem pelo Barcelona, e jogaria pela primeira vez diante da sua torcida. A partida era válida pela segunda fase do Brasileirão.

Orgulho: Após a decepção com a saída do ídolo e o susto com a possibilidade de vê-lo no Flamengo, veio a expectativa com o retorno dele ao Maracanã. Uma multidão compareceu ao estádio e assistiu a uma goleada com todos os gols marcados pelo atacante.

Memória: “O técnico do Barcelona saiu três jogos depois da minha chegada e ainda ocorreram outros problemas. Para mim, não adiantava ficar no Barcelona sem poder fazer o que mais gostava, jogar futebol. Por isso, optei por voltar ao Brasil. Talvez hoje eu pudesse tomar outra atitude, mas não me arrependo. O Flamengo foi a Barcelona, mas os espanhóis procuraram ouvir o Vasco. Soube que os torcedores do Vasco foram contra a minha possível ida para o Flamengo e cobraram da diretoria, dizendo que não aceitavam. Foi uma vitória dupla: voltar ao Brasil e marcar cinco gols no Corinthians… e ainda com torcedores do Flamengo na arquibancada, já que havia uma preliminar contra o Bangu. Foi uma vitória inesquecível e que vai ficar na lembrança do torcedor do Vasco e também do Corinthians. O dia foi de muita alegria para mim e para os outros jogadores. O gol que fechou a goleada, num chute de longe, foi o mais bonito. Mas todos foram marcantes. E bem diferentes um do outro, o que é legal”, Roberto Dinamite (atualmente presidente do Vasco).

VASCO 5 x 2 CORINTHIANS

VASCO: Mazarópi, Paulinho Pereira, Juan (Ivã), Leo e Paulo César; Pintinho, Guina e Dudu; Wilsinho (João Luis), Roberto Dinamite e Catinha.
Técnico: Orlando Fantoni.

CORINTHIANS: Jairo, Zé Maria, Mauro, Amaral e Wladimir; Caçapava (Djalma), Basílio e Sócrates; Píter, Geraldo (Toninho) e Wilsinho.
Técnico: Jorge Vieira.

Gols: Caçapava, aos 11, Roberto Dinamite, aos 13, 27, 37 e 39 minutos do primeiro tempo; Roberto Dinamite, aos 27, e Sócrates, aos 42 minutos do segundo tempo.
Estádio: Maracanã.
Data: 04/05/1980.
Árbitro: Carlos Sérgio Rosa Martins (RS).
Público: 107.474.
Renda: Cr$ 8.648.760.


Cinco jogos que envergonham

1º lugar: Botafogo 1 x 0 Vasco, em 1990

Pré-jogo: Campeão do turno, o Vasco passara pelo Fluminense (vencedor do returno) e iria enfrentar o Botafogo (time com maior número de pontos) na final do Carioca.

Vergonha: A situação já era embaraçosa. Apoiado numa mudança de regulamento (mesmo sem unanimidade), o Vasco foi derrotado e exigiu que houvesse prorrogação - o que não aconteceu. Para piorar, deu volta olímpica com uma caravela dada na hora por um torcedor.

Memória: “Era normal que houvesse uma queda do primeiro para o segundo turno do Carioca. Estávamos ganhando tudo, e depois dividimos as atenções com a Libertadores. Era um time muito qualificado, mas que dependia dos avanços dos laterais, porque do meio-campo para frente não havia tanta velocidade. Então William e Tita, principalmente, trabalhavam a bola para o meu avanço e o do Mazinho. Para esse jogo contra o Botafogo, o Eurico nos passou que não haveria problema, que o título seria nosso, qualquer que fosse o resultado. Isso nos deu autoconfiança e tirou um pouco da concentração. O Vasco era superior e tinha um time mais preparado, tanto que vinha de uma sequência muito boa na Taça Guanabara. O jogo foi igual. Criamos chances de gol, mas o Botafogo marcou e segurou o resultado. Após os 90 minutos, ficamos aguardando para ver se haveria prorrogação. Disseram que podíamos dar a volta olímpica porque conseguiriam o título. No fim foi frustrante, porque era um time com capacidade para ser campeão. Não me arrependo da volta olímpica, porque cumprimos uma determinação da diretoria. Mas você acaba sofrendo chacota dos torcedores adversários, porque desfila com uma caravela, enquanto o troféu está com o outro time. Nossa diretoria era competente. Podem falar do Eurico, mas ele defendia o Vasco com unhas e dentes e sempre foi muito bom para mim.”, Luís Carlos Winck (atualmente técnico do Manaus).

BOTAFOGO 1 x 0 VASCO

BOTAFOGO: Ricardo Cruz, Paulo Roberto, Wilson Gottardo, Gonçalves e Renato Martins; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Djair (Gustavo); Donizete, Valdeir e Carlos Alberto Dias.
Técnico: Joel Martins.

VASCO: Acácio, Luiz Carlos Winck, Célio Silva, Quiñonez e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antônio Boiadeiro e Bismarck; Tita, Sorato e William (Roberto Dinamite).
Técnico: Alcir Portela.

Gol: Carlos Alberto Dias, aos 33 minutos do segundo tempo.
Estádio: Maracanã.
Data: 29/07/1990.
Árbitro: Cláudio Garcia.
Público: 35.083.

2º lugar: Atlético-PR 7 x 2 Vasco, em 2005

Pré-jogo: Na 15ª rodada do Brasileiro, os dois times brigam para sair das últimas posições - no caso atleticano, por ter poupado os titulares para a Libertadores em seus primeiros jogos.

Vergonha: Atordoado, o Vasco sofreu sua maior derrota na história dos Brasileiros. E poderia ter sido de mais, tantas foram as chances do Atlético. Renato Gaúcho foi o primeiro a ridicularizar o time, que, segundo ele, sofreria gol até de uma grávida naquele dia.

Memória: “O Vasco vivia um momento ruim e trocava de goleiro a toda hora. Na minha estreia, contra o Flamengo, disseram que fui um dos melhores em campo. Depois ganhamos do Santos na Vila e perdemos para o Corinthians em São Januário, mas fui aplaudido no aquecimento e me apontaram como um dos destaques do jogo. Mesmo quatro anos depois, ainda sou lembrado como o goleiro que levou sete gols. Mas não me abalo com isso. Doni e Marcos já levaram sete, mas é mais fácil falar do Elinton. O problema não foi desse jogo contra o Atlético-PR. As coisas já estavam erradas, vinham sendo plantadas, e uma hora elas aparecem. Quando cheguei ao clube, senti um clima ruim, pesado. Ninguém jogou bem contra o Atlético-PR. O primeiro tempo terminou 4 a 0 para eles. Se eu pudesse, naquela hora pegaria um ônibus em direção ao aeroporto. O Renato Gaúcho não disse nada no intervalo, simplesmente porque não havia o que dizer. A nossa fragilidade e o momento ruim eram nítidos. Ninguém pensava em conseguir o empate por 4 a 4. Na volta do intervalo, um jogador - acho que foi o Alan Bahia - disse para o Morais que o Antônio Lopes havia pedido para ir com tudo e ganhar de dez, se desse. Na saída de bola do segundo tempo, o Anderson rolou para o Alex Dias, que tocou para trás. E vieram seis jogadores do Atlético-PR correndo na nossa direção. Os jogadores do Vasco devem ter pensado: ‘Eles não vão parar?’. E a torcida continuava cantando. Sobre a declaração do Renato (de que até uma grávida faria gol no Vasco), não levei para o mau caminho. Claro que concordo. Se colocasse alguém numa cadeira de rodas, também faria gol. A minha vovozinha também. Falo isso com a maior naturalidade. Até hoje peço desculpa por esse jogo, mas não por mim, e sim pelo time. A torcida do Vasco não merecia isso. Sei que fiz o meu melhor. Dos sete gols, posso ter falhado em dois. Mas o meu DVD deve ter uns 30 lances desse jogo, porque eles chutaram umas 50 bolas.”, Elinton (atualmente no Olympique-FRA).

ATLÉTICO-PR 7 x 2 VASCO

ATLÉTICO-PR: Diego, Jancarlos, Danilo, Paulo André e Marcão; Cocito, Alan Bahia (Marcos Vinícius), Fabrício e Evandro; Lima (Finazzi) e Aloísio.
Técnico: Antônio Lopes.

VASCO: Elinton, Luciano, Éder e Gomes; Wagner Diniz, Felipe Alves, Ygor, Morais (Fernandinho) e Diego; Alex Dias e Anderson (Elbinho).
Técnico: Renato Gaúcho.

Gols: Paulo André, aos nove, Evandro, aos 15, Lima, aos 19, e Jancarlos, aos 46 minutos do primeiro tempo; Lima, aos cinco, Anderson, aos nove, Aloísio, aos 37, Alex Dias, aos 45, e Finazzi, aos 47 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Alan Bahia e Paulo André (Atlético): Fernandinho, Éder e Felipe Alves (Vasco).
Estádio: Arena da Baixada.
Data: 27/07/2005.
Árbitro: Márcio Resende de Freitas (SC).

3º lugar: Vasco 2 x 4 Figueirense, em 2008

Pré-jogo: Em penúltimo lugar, a 11 rodadas do fim do Brasileiro, o Vasco enfrentava o 15º colocado, que estava três pontos na frente e tinha a pior defesa do campeonato.

Vergonha: Com uma formação kamikaze, o Vasco expôs a defesa e levou gol praticamente a cada investida do Figueirense. Não sofreu uma goleada histórica pois o adversário relaxou com 4 a 0. Foi a primeira vez, no ano da queda, em que acabou uma rodada na lanterna.

Memória: “Tenho dez anos de Vasco, por isso foi muito difícil chegar àquela situação. Passei por pré-mirim, mirim, infantil, juvenil… fiz poucos jogos nos juniores e subi cedo para o profissional, com 18 anos. Tinha sido artilheiro das competições nas categorias de base e começava a viver um sonho. Ainda era garoto, mas tinha muita responsabilidade. A pressão começou a aumentar, o que me atrapalhou. Hoje eu entendo melhor tudo o que eu vivi. Não faltou vontade para os jogadores daquele time, tenho certeza, nem competência. Cada um tinha sua vida fora de campo, mas todos chegavam bem para treinar. Fomos mal no confronto direto com quem estava lá embaixo: empatamos com Atlético-PR e perdemos para Náutico, Ipatinga e Figueirense. Se tivéssemos vencido esses últimos três, seriam nove pontos a mais, e três a menos para eles. Esse foi um fator importante, porque foram derrotas horríveis. Contra o Figueirense, usamos dois meias ofensivos e três atacantes porque tínhamos que correr riscos mesmo. Precisávamos ganhar. E não é porque usamos essa formação que não vamos marcar. Isso varia de acordo com o treinador e a análise tática. Tudo foi treinado, mas saímos com o resultado adverso, pois havia 11 profissionais do outro lado também. Chegamos a levar 4 a 0, o que foi complicado.”, Alan Kardec (atualmente no Inter).

VASCO 2 x 4 FIGUEIRENSE

VASCO: Tiago, Baiano (Eduardo), Eduardo Luiz, Fernando e Valmir (Pedrinho); Victor, Madson e Alex Teixeira; Edmundo, Leandro Amaral e Alan Kardec.
Técnico: Renato Gaúcho.

FIGUEIRENSE: Wilson, Bruno Aguiar (Alex Bruno), Bruno Perrone, Asprilla e Alex Cazumba (Leandro Carvalho); Magal, Diogo, Marquinho e Cleiton Xavier; Bruno Santos (Rodrigo Fabri) e Tadeu.
Técnico: Mário Sérgio.

Gols: Marquinho, aos 19 minutos do primeiro tempo; Asprilla, a um minuto, Marquinho, aos sete, Cleiton Xavier, aos 14, Leandro Amaral, aos 21, e Edmundo, aos 43 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Victor, Madson, Baiano e Eduardo Luiz (Vasco); Alex, Leandro Carvalho e Alex Bruno (Figueirense).
Cartão vermelho: Madson (Vasco).
Estádio: São Januário.
Data: 04/10/2008. Árbitro:
Alicio Pena Júnior (MG).
Público: 18.904.
Renda: R$ 371.980.

4º lugar: Vasco 0 x 3 Baraúnas, em 2005

Pré-jogo: Os times voltavam a se enfrentar pelas oitavas da Copa do Brasil, após um empate por 2 a 2 em Mossoró, no jogo de ida.

Vergonha: O Vasco caiu diante de um time que em seguida levaria 12 gols do Cruzeiro nos dois jogos das quartas de final. E que cairia na mesma fase do Campeonato Potiguar. Romário, com 39 anos, foi ofuscado por um gordinho de 40, Cícero Ramalho. E Joel Santana perdeu o emprego.

Memória: “Sempre tive o sonho de atuar no Rio, pois meu futebol combina com o estilo carioca. Pude jogar ao lado do Romário, de quem sou amigo até hoje, tive exposição em mídia nacional e ganhei música da torcida. Depois do empate por 2 a 2 em Mossoró, todos achavam que o jogo no Rio seria tranquilo. Excesso de confiança causa esse tipo de situação. Partimos para cima no início do jogo, pois em São Januário não poderia ser diferente. Depois o Baraúnas começou a contra-atacar e fez 1 a 0. Não quero comentar sobre a defesa, pois é chato falar de companheiros. Mas realmente se trocava muito de goleiro e de jogador da defesa na época do Joel. Quando fizeram 3 a 0, a vaca foi para o brejo. A torcida cobrou, pois deveríamos ter entrado com outra postura. Mas ela sempre me poupou. Às vezes eu nem estava em campo, e ela gritava o meu nome. Só não poupou quando eu saí do Vasco, porque o Eurico me jogou contra ela. Acho que aquele time tinha condições de chegar à final. Depois do jogo houve muitos protestos e xingamentos, e eu só soube da demissão do Joel quando estava chegando em casa”, Alex Dias (atualmente no Vila Nova-GO).

VASCO 0 x 3 BARAÚNAS

VASCO: Fabiano Borges, Coutinho, Marcos, Adriano e Jorginho Paulista; Osmar (Diego), Ygor, Allann Delon (Rubens) e Róbson Luiz (Gustavo Corrêa); Alex Dias e Romário.
Técnico: Joel Santana.

BARAÚNAS: Isaías, Da Silva, Nildo, Pedroza e Agnaldo; Célio, Amarildo (Edinho), Álvaro (Hermano), Val e Tony; Cícero Ramalho (Henrique).
Técnico: Miluir Macedo.

Gols: Cícero Ramalho aos 25 minutos do primeiro tempo; Álvaro, aos 12, e Henrique, aos 22 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Osmar e Coutinho (Vasco): Amarildo e Pedrosa (Baraúnas).
Estádio: São Januário.
Data: 20/04/2005.
Árbitro: Édson Esperidião (ES).
Público: 2.254.
Renda: R$ 11.260.

5º lugar: Vasco 1 x 2 Gama, em 2007

Pré-jogo: O jogo, que trazia expectativa pelo gol mil de Romário, era válido pela segunda fase da Copa do Brasil. No Distrito Federal, houvera empate por 2 a 2.

Vergonha: A festa estava armada. O árbitro avisara que no momento histórico paralisaria o jogo, transferido para o Maracanã e com 30 mil pessoas. No fim, o que parecia apenas a quarta tentativa frustrada de Romário mudou de figura. A eliminação despertou a ira da torcida.

Memória: “Toda a expectativa em torno do milésimo gol do Romário fez com que o foco não fosse 100% no jogo. Atrapalhou de alguma maneira. E é o tipo de situação que motiva muito o goleiro adversário. Para ele e para outros jogadores do Gama, aquela partida ajudou a projetar a carreira. No jogo anterior, contra o Botafogo, fiz minha centésima partida pelo Vasco e fui muito bem. Já considerava até a possibilidade de seleção. O Gama fez gol no primeiro e no último chute. O campo do Maracanã era mais duro na linha da pequena área. A bola quicou ali e ganhou altura. Fiquei chateado, mas logo depois fiz outras defesas. Para o goleiro, o jogo começa no aquecimento. Se faz um bom aquecimento, vai bem no jogo. Se o aquecimento não é tão bom, você fica cismado. No fim, o rapaz teve competência de acertar uma falta no ângulo, num chute forte. Com a eliminação, tiveram que arranjar alguém para Cristo, e fui eu. A torcida gritou ‘Edmundo’ no fim, mas não acho que tenha sido direcionado para o Romário. Sempre gritavam ‘Edmundo’ quando as coisas não iam bem. O Romário era ídolo, mas não era endeusado pela torcida, como o Edmundo. Não era algo que perturbava os jogadores, mas é claro que preferíamos que gritassem os nossos nomes. Antes de levarmos o segundo gol, a partida estava tranquila. Perdemos algumas chances de gol e, chegando aos últimos minutos do jogo, é normal você querer se resguardar.”, Cássio (atualmente no Paços de Ferreira-POR).

VASCO 1 x 2 GAMA

VASCO: Cássio, Wagner Diniz, Fábio Braz, Dudar e Rubens Júnior (Guilherme); Roberto Lopes, Amaral, Renato (Abedi) e Morais (Conca); Leandro Amaral e Romário.
Técnico: Renato Gaúcho.

GAMA: Juninho, Cleber Carioca, Augusto e Denis; Márcio Goiano, Ricardo Araújo, Valdeir (Lei), Rodrigo Ninja e Marcelo Uberaba; Neto Potiguar (Dendel) e André Borges (Índio).
Técnico: Gilson Kleina.
Gols: Rodrigo Ninja, a um minuto, e Renato, aos 15 minutos do primeiro tempo; Marcelo Uberaba, aos 48 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Ricardo Araújo, Cleber Carioca, Rodrigo Ninja e Dendel (Gama).
Estádio: Maracanã.
Data: 04/04/2007.
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR).
Público: 32.681.
Renda: R$ 490.955.

Fonte: GloboEsporte.com

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