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NETVASCO - 01/08/2008 - SEX - 10:34 - Tiago e Roberto comentam dificuldades dos goleiros para defender pênaltis

No jogo entre Portuguesa e Flamengo, no dia 23 de julho, o assistente mandou voltar duas cobranças de pênaltis, uma para cada lado, porque os goleiros teriam se adiantado. Porém, o que chamou a atenção foi a falta de critério da arbitragem, já que Bruno e Sérgio se adiantaram mais nos lances em que irregularidade alguma foi marcada (assista ao lado). Depois de reclamar das paradinhas, os arqueiros se dizem mais uma vez prejudicados.

- Tem muito exagero aí. No jogo do Flamengo contra a Portuguesa, o lance que mandaram voltar na defesa do Bruno foi brincadeira. Eu sabia que isso um dia aconteceria: o goleiro cai, o cara chuta a bola nele e o juiz manda voltar mesmo assim. O problema é que não tem critério. O que costumo dizer é o seguinte: todas essas regras para prejudicar os goleiros significam que somos melhores do que os atacantes. A gente não pode fazer nada. O cara tem a bola parada, tem um gol daquele tamanho na frente dele, e o goleiro não pode nem se mexer. Se eu ficar em cima da linha e pular para o lado bato com a cabeça na trave – garante Clemer, do Internacional.

Segundo Bosco, reserva de Rogério Ceni no São Paulo, pular antes de o cobrador bater é o único recurso que o camisa 1 tem.

- O batedor tem a paradinha e o goleiro não tem recurso algum. Se a gente dá uma passada, por menor que seja, o bandeira manda voltar. Já tem muita coisa a favor do batedor, como uma baliza de dois metros de altura por sete metros de comprimento, e para o goleiro só tem o recurso de pular antes. E este nosso recurso acaba sendo impedido - afirma.

’Podiam tirar de uma vez os goleiros’

O rubro-negro Bruno, que participou do polêmico jogo contra a Lusa, é o mais revoltado com a arbitragem.

- Acho que podiam tirar de uma vez os goleiros na hora do pênalti. Se deixam o atacante dar a paradinha, podiam liberar para adiantar um pouco. Defender pênalti hoje só se fizer milagre. Tudo é contra os goleiros, não podemos fazer nada, tudo é proibido - dispara.

Roberto, camisa 12 do Vasco, exige os mesmos benefícios que ele diz ter os atacantes.

- Sou contra a parada. Porque o goleiro não pode fazer nada. Você está concentrado para defender e de repente o jogador pára. Então, se ele pode usar este artifício, o goleiro também tem que poder se adiantar. Já que o jogador tem a qualidade para dar a paradinha, que também tenha qualidade para deslocar o goleiro. Sou totalmente contra. Desequilibra completamente. Quanto à arbitragem, não dá para falar. Cada um tem um critério, pensa de um jeito. Os jogadores não falam que são habilidosos para dar paradinha? Então, que sejam habilidosos para deslocar o goleiro - diz o vascaíno.

Para o corintiano Felipe, seria importante que os árbitros usassem um mesmo critério.

- Seria bom que todos os árbitros seguissem um mesmo pensamento. Em alguns lances, os goleiros se adiantam e o árbitro manda voltar, o que não acontece com outros. É muito ruim ter esta diferença de critério. É uma sensação muito ruim pegar um pênalti e o árbitro anular o lance por você ter dado um passo para frente - conta.

Goleiros que não se adiantam

Por outro lado, há goleiros que preferem seguir a regra.

- Nós treinamos para não sair antes das cobranças. Esperamos o cobrador bater na bola e procuramos defender o pênalti. Acho que os juízes têm de cumprir melhor a lei. Se não pode adiantar, não pode e acabou - afirma Fernando Henrique, do Fluminense.

O vascaíno Tiago discorda de seu reserva Roberto e, assim como FH, não quer correr o risco de o árbitro mandar voltar o lance.

- Prefiro esperar em vez de me adiantar. O risco é grande de o juiz mandar voltar. Às vezes, você pode se adiantar e ele não marcar nada. Mas eu prefiro ficar e esperar a posição do cobrador. É uma situação que está na lei, e o árbitro pode marcar – diz.

Douglas, do Santos, não defende a tese de que o goleiro tem que se adiantar sempre, mas tampouco critica quem o faz.

- Pênalti é complicado. Quando você escolhe o canto, tem de ir determinado de que vai pegar. Cuca costuma falar para mexermos com o psicológico de quem vai bater, falando, por exemplo. Se na cobrança você se adiantar, o juiz não mandar voltar e você conseguir pegar, melhor para o goleiro – afirma.

’Claro que me adiantei’

Marcos, camisa 1 do Palmeiras, lembra de um pênalti defendido por ele, que foi cobrado por Marcelinho Carioca na semifinal da Libertadores de 2000. A assume que se adiantou.

- Já fiz grandes defesas, mas todo mundo diz que a mais importante foi o pênalti que defendi de Marcelinho Carioca, na Libertadores. Eliminar o Corinthians, pegando um chute dele, realmente ficou marcado. E claro que me adiantei. Se o goleiro não fizer isso, ele bate com a cabeça na trave - conta.

E no Uruguai?

Embora a orientação da Fifa seja a mesma para todos os países, os árbitros brasileiros são os mais rigorosos na hora de mandar voltar a cobrança de pênalti. Quem garante é o uruguaio Castillo, camisa 1 do Botafogo.

- Realmente, tem árbitros que mandam voltar com muitos passos e outros com poucos. No Uruguai, os árbitros só marcam irregularidade com um adiantamento grosseiro. No Brasil, às vezes se marca até uma movimentação pequena - garante Castillo.

Após a paradinha, passo à frente do goleiro gera confusão nos pênaltis

A partida entre Flamengo e Portuguesa, na última semana, no Canindé, trouxe à mídia mais uma polêmica envolvendo cobranças de pênaltis. Depois das questionadas paradinhas, o foco agora é sobre os goleiros, que na maioria das vezes se adiantam para tentar a defesa. Afinal, qual é o critério para se dizer se o goleiro se movimentou ou não na hora da cobrança?

No Brasil, árbitros não se entendem na hora de marcar a infração. Na partida no Canindé, o assistente mandou repetir uma cobrança de Diogo, da Portuguesa, porque o goleiro Bruno teria se adiantado. O mesmo aconteceu com a cobrança de Ibson, do Flamengo, no final do segundo tempo (veja o vídeo acima). Para o comentarista da TV Globo, Renato Marsiglia, o problema está na leitura dos juízes em cada lance.

- A regra não é sem critério. A falta de critério é dos árbitros, que tomam decisões diferentes para situações idênticas. O primeiro passo, do impulso, o árbitro deve ignorar. Até para o goleiro não bater com a cabeça na trave. Fora isso, ele tem que mandar voltar sempre, independentemente de ser covardia com o goleiro. Claro que algumas situações são mais fáceis de serem vistas. Sobre a diferença entre árbitros brasileiros, outros sul-americanos e europeus, a orientação da Fifa é a mesma para todos os países - afirma.

Orientação varia de acordo com a Federação

O chefe da Comissão de Arbitragem do Rio, Jorge Rabello, segue uma linha de pensamento parecida, mas acredita que os árbitros têm de ter mais cuidado na hora de mandar repetir a cobrança.

- É notório que os árbitros estão sendo extremamente exagerados. Na ultima Copa do Mundo, não houve uma repetição de pênalti sequer. Não acontece na Copa do Mundo, na Eurocopa e em outras competições. Por que acontecer aqui? Em um pênalti durante uma partida, cabe ao assistente ficar de olho para verificar se o goleiro se adiantou. Mas há um exagero extremo. Aqui no Rio, deixamos bem claro que os assistentes não devem interferir tanto nas decisões dos árbitros. Essa história de se mexer só sobre a linha é a história do Boitatá - diz.

Em São Paulo, porém, o chefe da comissão de arbitragem, coronel Marcos Marinho, afirma que os assistentes devem seguir a recomendação da Fifa. Ou seja: se o goleiro se adiantar, manda repetir a cobrança.

- Existe uma orientação da Fifa. O que se verifica é que quando o executor cobra o pênalti, o passo à frente configura o adiantamento. Mas, no salto, é a impulsão, e não há o adiantamento - afirma.

Comentaristas também divergem quanto à regra

O comentarista José Roberto Wright acredita que a conduta deve ser rigorosa. Para ele, o passo à frente para impulso já configura o adiantamento. Apesar disso, ele acredita que seja complicado seguir esta determinação sempre.

- Quem tem que ver se o goleiro se adiantou é o assistente. De qualquer forma, tanto para o árbitro quando para o assistente é muito complicado observar ao mesmo tempo se houve invasão e se o goleiro se adiantou. Não é critério. A regra diz que o goleiro pode se movimentar para os lados. Mas é difícil ter um olho no padre e outro na missa. Os goleiros costumam dar um passo à frente em busca da bola. O árbitro tem de marcar quando vê. Ele não pode se adiantar. O problema é olhar simultaneamente se o goleiro se mexeu e a batida do cobrador. Não vai ter solução enquanto for só o olhar humano. É complicado e não tem como fugir disso. O negócio é marcar sempre que observar que o goleiro se adiantou - diz.

Para Arnaldo Cezar Coelho, é praticamente impossível o goleiro não se movimentar. Por isso, ele diz que os árbitros devem ser mais condizentes com a regra.

- Quando o jogador cobra o pênalti e o jogador faz a paradinha, é difícil não se adiantar. O goleiro vai ser punido pelo fato de o atacante ter feito a paradinha? A CBF mandou uma carta para o representante da Fifa na América do Sul. A Fifa tem que se posicionar. Se o goleiro der um passo à frente para tomar um impulso, ele não infringiu o espírito da regra. Caso o goleiro se adiante para, aí sim, pular para a defesa, tem que mandar voltar - afirma o comentarista.

Seguir a regra integralmente, diz a Fifa

A reportagem do GLOBOESPORTE.COM tentou entrar em contato com os responsáveis pela arbitragem da Conmebol e da Fifa, sem sucesso. Através de um e-mail, a entidade máxima do futebol mundial declarou que a recomendação é seguir a integralmente a regra. O chefe da comissão de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa da Silva, também foi procurado, mas as ligações caíram em caixa postal.

Fonte: GloboEsporte.com


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