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NETVASCO - 23/03/2008 - DOM - 02:00 - Último título estadual do Vasco, ganho em cima do Flu, completa 5 anos

por Alexandre Mesquita*

Exatamente em um domingo, dia 23 de março de 2003, o Vasco vencia de 2 a 1 o Tricolor das Laranjeiras, na segunda partida das finais do Campeonato Carioca daquele ano, levando mais uma taça para sua sala de troféus. O gol da vitória nasceu após uma jogada antológica de uma jovem revelação vascaína chamada Léo Lima. Este seria o 22º troféu estadual levantado pelo Gigante da Colina em oitenta e um disputados.

A trajetória

Mesmo sem cumprir uma brilhante campanha na Taça GB (turno único da competição, já que o regulamento daquele ano foi diferente do habitual), o Vasco conseguiu vencê-la. Para isso, não foi necessário ganhar nenhum clássico - foram três empates - e, de quebra, ainda houve um tropeço diante do Americano (derrota por 2x1), única equipe que bateu o Almirante no Carioca. A vitória na Taça GB afastou do time de São Januário a chance de enfrentar Fla ou Flu nas semifinais da competição, respectivamente 2º e 3º colocados, deixando como adversário a perigosa equipe do Caixa d’Água, que desbancou o Botafogo, ficando em 4º lugar. Mas a vantagem seria toda vascaína, já que o regulamento previa jogos apenas no Maracanã nessa fase do campeonato. Além disso, a equipe cruzmaltina jogaria por dois resultados iguais por ter sido a primeira colocada no turno.

Sem dificuldades, o Vasco conseguiu vencer seus dois confrontos contra o time de Campos, vingando-se da derrota na Taça GB. Melhor que isso: o futebol do time começou a aparecer na hora decisiva. Isso tudo, mesmo sem contar com o sérvio Petkovic, que largou a nau vascaína para jogar na China. Do outro lado, porém, estaria um adversário aguerrido, que vinha de uma surpreendente goleada de 4 a 0 sobre o time da Gávea nas semifinais, e que lutava por um bicampeonato.

O Vasco, dono da melhor campanha, tinha a vantagem de jogar por dois empates nos jogos finais. Mas parte pra cima logo no primeiro encontro, superando a pressão inicial do Flu, que domina, mas não leva perigo. A chuva amarra um pouco o jogo no meio, mas o Vasco tem uma arma mortal nas bolas paradas. Na primeira oportunidade, Marcelinho Carioca obriga Kléber a fazer difícil defesa. Mas em cobrança de escanteio não teve jeito: Jadílson tenta cortar o cruzamento e acaba desviando contra o próprio gol. O juiz dá o gol para o Pé-de-anjo.

O segundo tempo começa com o Fluminense apertando. O ritmo intenso quase dá resultado e, em duas falhas da defesa adversária, o Tricolor chega perto da igualdade: primeiro, em chute de Ademílson; depois, em cabeçada de Marcão. O Almirante responde com mais eficiência: Marcelinho bate lateral para Russo, ele cruza para Souza que escora para o fundo da meta. Alex Oliveira cobra falta ao lado da área e diminui. Mas o time de São Januário segura o resultado de 2 a 1. Além de dar importante passo para a conquista do título, o Gigante da Colina tira uma invencibilidade de treze jogos do time das Laranjeiras.

O jogo do título

Na segunda partida, os cruzmaltinos poderiam até perder por um gol de diferença que seriam campeões. Mas mesmo assim, o Vasco começa arrasador. Logo aos 44 segundos, Souza recebe dentro da área e chuta para defesa de Kléber. Pouco depois, ele mesmo toca para Marques que domina, mas demora a chutar, sendo desarmado. Mas na seqüência do lance, Djair erra o lançamento, a bola bate no juiz e cai a feição para a bomba venenosa de Marcelinho Carioca. Kléber rebate a bola nos pés de Léo Lima que abre o marcador. O Flu parece não sentir o golpe e menos de dois minutos depois, Fábio Bala cruza e Ademílson empata. Porém, o árbitro anula alegando falta do atacante. Mas o Flu não desiste. Tampouco Ademílson. Em jogada pela direita, ele recebe na área e, impedido, empata. O jogo esquenta. Faltando poucos minutos para o fim, Marcelinho recebe falta violenta e discute com Marcão. Ambos são expulsos. Antônio Lopes fica irritado com a marcação de uma falta de Léo Lima em Alex Oliveira e joga a bola em cima do atleta tricolor, que estava caído no chão. Djair vai para cima de Lopes e a bulha se forma, paralisando o jogo por dez minutos.

Antes de começar a segunda etapa, mais confusão. Eurico tenta furar o bloqueio dos policiais, que tentavam evitar novas invasões de campo, e ameaça não voltar com o time para o segundo tempo. O técnico Lopes, que havia sido expulso, acompanha o jogo do gramado. O atrapalhado árbitro Samir Yarak, estava mesmo sem moral: depois de uma falta de Carlos Alberto já com a bola rolando, ele mete a mão no bolso para aplicar o cartão. Todavia, só naquele instante ele nota que os havia esquecido no vestiário. Que papelão! Os jogadores resolvem dar uma força ao espetáculo e fazem um jogo movimentado, garantindo mais emoção para a fase final. Russo perde um gol feito de frente pro crime. Pouco depois, vem o lance sensacional da partida. Léo Lima, junto à lateral esquerda do campo, cruza de letra e coloca a bola no outro lado da área. Cadu ajeita de cabeça para trás e Souza completa para as redes. A torcida delira com o belo tento e com a criatividade do jovem Léo Lima, bisneto de Isaías, craque dos tempos do Expresso da Vitória, a quem se atribui a invenção desta jogada. Depois da nova vantagem, o time de São Januário trata de se fechar e, sem muita dificuldades, segura o Pó-de-Arroz, que pouco ameaça. Fim de jogo. O placar eletrônico aponta novo triunfo vascaíno por 2 a 1 e a taça vai merecidamente para o Club de Regatas Vasco da Gama.

FICHA TÉCNICA

VASCO 2 x 1 FLUMINENSE

Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).
Data: 23/03/2003 (domingo).
Hora: 17h (horário de Brasília).

Árbitro: Samir Yarak (RJ).
Auxiliares: Francisco Victor Augusto (RJ) e Elson Passos Senna Filho (RJ).

Público: 77.590 presentes.
Renda: R$ 691.808,00.

Cartões Amarelos: Henrique, Léo Lima, Marcelinho, Souza, Alex (VAS); Carlos Alberto, Marcão, Alex Oliveira, Zé Carlos, Jadílson (FLU).

Cartões Vermelhos: Marcelinho 39'/ºT (VAS); Marcão 39'/ºT (FLU).

Gols: Léo Lima 1'/1ºT (VAS), Ademílson 21'/1ºT (FLU), Souza 15'/2ºT (VAS).

VASCO: Fábio; Russo, Alex, Wellington Paulo e Edinho; Henrique (Rogério Corrêa, intervalo), Bruno Lazaroni, Léo Lima (Rodrigo Souto 27'/2ºT) e Marcelinho Carioca; Marques (Cadu 5'/2º) e Souza. Técnico: Antônio Lopes.

FLUMINENSE: Kléber; Jancarlos (Zada), César, Zé Carlos e Jadílson; Marcão, Djair (Fernando Diniz 32'/2ºT), Carlos Alberto e Alex Oliveira (Marcelo 32'/2ºT); Ademílson e Fábio Bala. Técnico: Renato Gaúcho.

Clique aqui para conferir a campanha vitoriosa do Vasco


Marcelinho Carioca, Petkovic e Wellington Monteiro com a Taça Guanabara


Reportagem do "Globo Esporte" no dia seguinte ao da final


*Alexandre Mesquita é pesquisador de futebol e autor do livro "Clássico Vovô", juntamente com Jefferson Almeida, 2006, edição dos autores. Está, também, finalizando o livro "Um Expresso chamado Vitória", que será lançado no dia 21 de agosto deste ano e pode ser adquirido por intermédio do e-mail expressovasco@ig.com.br.

Fonte: NETVASCO


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