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NETVASCO - 19/03/2008 - QUA - 02:31 - Estiloso Jonílson teve infância difícil

Um pequeno salão de Copacabana recebeu com burburinho um visitante ilustre na manhã de ontem. Para manter em dia as trancinhas afros, o volante Jonílson cumpriu o ritual que faz religiosamente a cada 15 dias. Depois de olhar atentamente o álbum com vários modelos e de discutir o estilo mais adequado com a cabeleireira Fátima, o jogador finalmente fez a sua escolha: um penteado que demora mais de duas horas e meia para ficar pronto.

- O cabelo é uma pitada de sal para dar um gostinho a mais na comida - disse o sempre bem-humorado jogador, que, entre uma brincadeira e outra, não poupou nem a autora do penteado. - A Fátima faz muito bem à minha cabeça.

Jonílson incorporou as trancinhas ao seu look desde que deixou o Vegalta Sendai, do Japão, no ano passado. Devido ao frio extremo da cidade japonesa, ele parou de raspar o cabelo e o deixou crescer. Quando chegou este ano ao Rio, resolveu experimentar um penteado afro. E como a mulher, Édila, e os amigos aprovaram, não parou mais.

Infância sofrida

Quem vê o extremo cuidado do jogador com o cabelo e com o visual - mesmo de bermuda, calçava um tênis Armani e usava um relógio da Dolce & Gabbana - acha que está diante de mais um narciso do futebol. Mas os perfumes e os cremes de marca, a roupa sempre produzida e o grosso cordão de prata maciça usado no pescoço são apenas pequenos mimos para compensar uma infância sofrida na cidade natal, Pinheiral (RJ), próximo a Volta Redonda.

- Quando chovia lá em casa, a gente não sabia se caía mais água no chão de terra batida da sala ou fora dela - relembra o jogador, que ficou órfão com 10 anos.

O pai morreu em um acidente de trabalho. O garoto mal se recuperava do baque quando perdeu a mãe em uma nova tragédia, um acidente de carro, apenas nove meses depois. Criado pela tia Hilda, Jonílson assimilou o golpe jogando futebol nos campinhos da cidade. Foi com a bola, amiga inseparável, que ele via no pequeno aparelho de TV os seus ídolos do futebol dando autógrafos. Sonho que ele acalentava repetir no futuro.

Determinado a driblar o destino, Jonílson roubou a cena no Volta Redonda, clube onde foi revelado e jogou durante sete anos, até se transferir para o Botafogo, em 2005. No ano seguinte, foi para o Cruzeiro e, em 2007, para o Vegalta Sendai.

- Gostei de lá, apesar das dificuldades com a língua, o frio, o horário e o volante do carro.

Tia Hilda

Em todos os clubes por onde passou, Jonílson sempre levou a sua alegria contagiante e a sua determinação. Fruto de sua fé em Deus e em Nossa Senhora Aparecida, e dos conselhos da Tia Hilda, que morreu antes de ver o sucesso do sobrinho famoso.

- Ela sempre me disse para ser a mesma pessoa, independentemente do dinheiro que ganhasse. Trato todo mundo do mesmo jeito. Quando lembro de onde vim e o que sofri, tento aproveitar tudo ao máximo.

Depois do penteado pronto, Jonílson namorou o espelho por algum tempo.

- Ficou nota 10, a patroa vai gostar. A produção foi para ela.

Fonte: Jornal do Brasil


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