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NETVASCO - 04/03/2008 - TER - 09:54 - Calisto fala em entrevista sobre o Vasco e sua experiência na Rússia

Ele se destacou tardiamente no futebol, aos 27 anos, e, para dar mais conforto aos familiares, encarou um desafio que poucos suportam por muito tempo: jogar na fria Rússia. Calisto, lateral-esquerdo do Vasco, ficou lá por cinco anos e venceu. Agora, aos 32, volta para perto da família e para enfrentar outra missão complicada, agradar os exigentes torcedores vascaínos. A torcida em casa, que já contava com a esposa Cristiane e a filha Isabela, de seis anos, vai ficar ainda maior. Em julho, nascerá Rafael, segundo filho do casal.

Com a chegada do novo integrante, uma das salas do confortável apartamento que Calisto vive, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, vai virar um quarto. Trabalho para a mãe Cristiane, que vai ter que arrumar outro lugar para os quadros e medalhas que o jogador exibe no cômodo.

Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, o camisa 6 cruzmaltino contou sobre as suas experiências na Rússia e as expectativas para esta temporada na Colina. Entre outras coisas, ele revelou que mantém informado um amigo russo, torcedor do Vasco, e que guarda em DVD os elogios feitos pelo técnico Luis Felipe Scolari, então treinador da seleção brasileira.

Se arrepende de ter deixado o Brasil para um país em que o futebol não é tão tradicional?

Não me arrependo, mas acho que até poderia ter ficado por mais um ano. Tinha propostas de diversos clubes para sair do Bahia, do próprio Vasco, do São Paulo, do Atlético-MG... O lado financeiro pesou, eu já tinha 27 anos.

Quando o técnico Luis Felipe Scolari comandava a seleção, ele elogiou muito você. Acredita que, caso tivesse permanecido no Brasil, poderia ter uma chance com a amarelinha?

O Felipão me elogiou depois de um jogo que fiz contra o Internacional, em Porto Alegre. Fiquei muito orgulhoso. Tenho o DVD gravado com o programa até hoje. Mas fui para a Rússia e acabei ficando um pouco desaparecido.

Como foram os cinco anos que ficou na Rússia?

Me destaquei bastante. A minha última temporada que não foi muito boa, tive uma contusão de ligamento cruzado do joelho e fiquei quatro meses e meio parado. Já estava negociando para renovar, mas aí acabou dando uma esfriada. Depois, consegui essa oportunidade no Vasco. Meus pais só me viram jogar um ano na minha carreira, quando eu disputei a Série A pelo Bahia e alguns jogos passavam na televisão. Agora eles vão ao estádio me ver, é um orgulho para mim.

Como era o relacionamento com os brasileiros que jogavam por lá?

Joguei junto com o Roni lá, saíamos sempre juntos. Ele e o Aloísio também. Não cheguei a jogar contra o Jean (hoje companheiro no Vasco) porque na partida contra o Saturn ele estava fora. Conheci ele no aeroporto de lá, e depois acabamos fazendo amizade. Fico feliz de estar junto com ele agora e não ter que marcá-lo, é um jogador muito rápido.

Conseguiu se habituar com a vida e os costumes russos? Há alguma coisa que os jogadores russos fazem que os brasileiros não?

Eu tentava fazer lá o que fazia aqui. Sempre reuníamos os sul-americanos e fazíamos alguma coisa. Os maiores problemas eram a alimentação e o clima. Alguns costumes dos jogadores eram muito estranhos para a gente também. Por causa do frio, alguns bebiam um copo de vodka antes das partidas para esquentar. A mesma coisa que nada para eles.

Como foi ir para um país estranho com uma filha de apenas um ano? Como foi a adaptação?

Na época que eu fui para a Rússia, minha filha Isabela tinha apenas um ano. Mas a adaptação acabou sendo mais fácil para ela do que para a gente. Apesar do frio, ela nunca ficou doente. Hoje em dia brincamos com ela dizendo que vamos voltar para lá e ela diz que não quer. Já se acostumou, adora ir para a escola.

Conseguiu aprender o idioma local? Ainda se comunica com pessoas que você conheceu na Rússia?

Falo bem o russo. Alguns amigos ainda me ligam, perguntam sobre o carnaval, querem saber se a violência é igual ao que eles ficam sabendo pelos noticiários. O Rustan, um taxista de lá e que acabamos fazendo amizade, torce pelo Vasco e me liga ou manda mensagens pelo computador para saber sobre o time.

Sua posição é considerada carente no clube há alguns anos. O último que marcou foi Felipe. Está preparado para mais esse desafio?

Espero me manter no time e melhorar o meu rendimento. Sei que posso render mais. Depois do Felipe, passaram pelo clube bons jogadores, mas que não rederam o esperado. Aos poucos vou ganhar o meu espaço no coração dos torcedores.

O clube vive um incômodo jejum de títulos. Este assunto é lembrado sempre entre o grupo?

Nós jogadores estamos sempre conversando para acabar com isso. Esse início bom na Taça Rio foi importante, ganhamos motivação.

Você chegou ao Vasco e pouco depois houve o desentendimento do técnico Romário com a diretoria. Como viu esse episódio?

Procuramos não nos envolver. Estávamos acostumados com o Romário, que brigava muito pelo grupo.

Seleção ainda é um sonho para você? Quais os planos para o futuro?

Apesar de ter 32 anos, sempre vou almejar a seleção. Se aparecer a oportunidade, vou abraçá-la. Acho também que seria uma oportunidade boa para mim encerrar a carreira no Vasco. Minha intenção é ficar, o clube me acolheu de braços abertos.

Fonte: GloboEsporte.com


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