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NETVASCO - 26/12/2007 - 01:50 - Calisto: 'Se eu pudesse, jogaria de atacante contra o Fla'

Primeiro jogador a ser anunciado pelo Vasco como reforço para a temporada 2008, o lateral-esquerdo Calisto acabou no futebol por acaso. Começou a trabalhar como artesão até fazer um teste em uma peneira e não parou mais de ser um profissional da bola. No currículo, Calisto ostenta o fato de ter sido apontado apontado por Felipão como melhor lateral-esquerdo do país em 2002. Além disso, foi ídolo na Rússia, onde sofreu com o frio e o susto com os skinheads. E, agora no Vasco, mostra nesta entrevista exclusiva ao LANCE! como já sente na pele a maior rivalidade do futebol carioca.

Você era artesão. Como foi o início no futebol?

Nunca pensei em me tornar jogador de futebol. Com 16 para 17 anos, passei a trabalhar como artesão. Jogava futebol como lazer, mas eu sempre dizia que eu não queria aquilo para minha vida. Um dia um amigo me chamou para fazer um teste no Tamoio de Xerém. Eu fui, passei e não parei mais de jogar futebol.

E no início da carreira, pensou em desistir?

Muitas vezes, sim. Na época do Tamoio, eu trabalhava de manhã e trabalhava à tarde no artesanato, ou vice-versa. Passei por muitas dificuldades até chegar ao Bahia e quase desisti. Eu estava sem perspectiva. Todos diziam que era bom, mas nada surgia.

E como você chegou ao Bahia depois disso tudo?

Tive uma boa passagem pelo CRB e, depois, fui para o Corinthians de Alagoas. Conseguimos ser campeões da Seletiva para a Copa do Nordeste no inicio de 2002 e, logo em seguida, fui contratado pelo Bahia.

Nessa época, o Felipão, então técnico da Seleção Brasileira, o apontou como melhor lateral-esquerdo do Brasil. Como foi?

Isso. Fiquei muito feliz, porque foi um reconhecimento de um trabalho que eu estava fazendo há anos. Não só ele, mas outros comentaristas me elogiaram. Fico feliz com isso até hoje.

E como você foi parar no futebol russo?

Havia várias propostas do Brasil, mas a principal foi do Rubin Kazan. Decidi ir. Às vezes, penso que poderia ter ficado mais um ano no Brasil, mas na época de Bahia ainda não tinha nada. Pensei na minha família e deu certo. Em cinco anos na Rússia, consegui estabilidade financeira.

Quais foram as principais dificuldades no país europeu?

Antes de tudo, o frio. Na minha primeira partida, meus dois dedões do pé congelaram. Fiquei três dias com eles congelados, colocando o pé em água quente. Minhas unhas caíram, mas isso foi só no início. Os russos são muito fechados. Por exemplo, depois da preleção, os jogadores são proibidos de conversar no caminho até o local do jogo. Se você esboçar uma conversa, aparece alguém da comissão técnica para reclamar.

E muito se falou do racismo na Rússia. Você sofreu com isso?

Eu não sofri nenhum tipo de racismo, mas existe muito racismo contra os negros na Rússia, muito mesmo. Os skinheads de Moscou são muito violentos, agridem os negros. Teve um jogador do Dínamo que foi perseguido na saída do estádio, e por ele ser rápido, magrinho, conseguiu escapar. Pensei muito, ficamos preocupados com a família. Isso foi uma das causas
para eu decidir voltar.

Você é do Rio e provavelmente teve um time na infância. Qual?

Sou jogador profissional e prefiro não ter time, mas a minha família toda é flamenguista. Pais, irmãos, todo mundo. Mas quero mesmo é marcar um gol contra o Flamengo, será meu ponto alto no Vasco. Se pudesse, eu jogaria de atacante contra o Flamengo (risos). Na minha vida sempre penso alto e não vai ser diferente. No Vasco, chego para acabar com a maldição da camisa 6.

Fonte: Lance


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