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| NETVASCO - 21/12/2007 - 02:00 - HÁ 10 ANOS, VASCO INICIAVA ERA VITORIOSA COM TRI BRASILEIRO por Alexandre Mesquita* “Ah! Eu tô maluco! Ah! Eu tô maluco!”. Era esse o grito enlouquecido que ecoava em todo o estádio ao término do empate sem gols diante do Palmeiras, repetindo o placar da semana anterior no Morumbi. Quase cem mil vascaínos soltavam a voz e comemoravam o terceiro campeonato brasileiro, o primeiro na década de 90. Tendo Edmundo, o Animal, como MC (mestre de cerimônia) da equipe, o time de São Januário, tendo a vantagem do empate por ter tido melhor campanha do que o adversário, não ficou só encolhido atrás e buscou a vitória para homenagear a enorme torcida que compareceu confiante ao maior do mundo. Foi um jogo equilibrado, nervoso e com poucas chances claras de gol como podia se esperar. Ambas as equipes tinham grandes jogadores com passagens pela seleção brasileira, como Mauro Galvão, Evair, Edmundo, Cléber, Zinho e Viola. Mas o Clube da Colina mostrou equilíbrio e maturidade mais do que suficientes para se credenciar como o melhor da temporada. Carlos Germano, quando acionado, fez duas defesas salvadoras em chute de Euller e cabeçada de Oséas, essa última já no fim da partida. Edmundo teve a maior chance da final, quando enfileirou a zaga adversária, mas na linha do gol impediram a abertura do marcador. Seria o êxtase total para a empolgada torcida cruzmaltina. Logo ele, que esteve arriscado de não atuar na decisão, pois havia sido expulso no primeiro encontro em São Paulo. Porém, mais uma vez, aqui se faz, aqui se paga: da mesma forma como havia feito na final do Paulistão de 94, o Verdão agora sofreu na pele o mesmo ato que naquela oportunidade partiu dele próprio. Conseguindo antecipar nos bastidores o julgamento do Animal (absolvido por goleada pelo STJD da CBF - 6 a 1), o Vasco se fortaleceu para a batalha derradeira. E Edmundo, assim como em 94 quando defendia a equipe paulista, pôde atuar, ser o principal astro da festa e levantar a taça. Se o gol dele não saiu, pelo menos ele mostrou vontade, disposição e garra de arrepiar até mesmo os adversários. Foi o ano do Animal! FICHA TÉCNICA VASCO 0 X 0 PALMEIRAS Domingo, 21 de dezembro de 1997. Maracanã - 17 horas Público pagante: 89.200 (97.000 presentes) Renda: R$ 1.380.000,00 Árbitro: Sidrack Marinho dos Santos (SE) Cartão amarelo: Edmundo, Zinho e Carlos Germano VASCO: Carlos Germano, Válber, Odvan, Mauro Galvão, Felipe, Luisinho, Nasa, Juninho Pernambucano (Pedrinho), Ramón (Alex), Edmundo e Evair (Nélson). PALMEIRAS: Velloso, Pimentel, Roque Júnior, Cléber, Júnior, Galeano (Marquinhos), Rogério, Alex (Oséas), Zinho, Euller e Viola (Cris). A CAMPANHA 33 jogos, 21 vitórias, 7 empates, 5 derrotas, 69 gols pró, 37 gols contra, 32 gols de saldo.  ARTILHARIA 29 gols: Edmundo 08 gols: Evair 07 gols: Ramón 05 gols: Pedrinho 04 gols: Juninho 03 gols: Mauro Galvão 02 gols: Maricá 01 gol: Brener, Felipe, Filipe Alvim, Luís Cláudio, Mauricinho, Odvan, Sorato, Válber; Baiano, do Santos, contra; Adílson, do Juventude, contra; e Branco, da Portuguesa, contra. ELENCO  OS RECORDES Parte I Desde 1977, quando o craque-garoto Reinaldo, do Atlético-MG conseguiu fazer 28 gols no Brasileirão daquela temporada, poucas vezes seu reinado esteve por cair. Apenas Careca em 86 e Túlio em 95 estiveram próximos de sua marca. Vinte anos depois, sua marca parecia que continuaria intocável, mas, da metade para o fim da competição, Edmundo começou a acreditar que essa meta não era algo impossível. Ainda mais da forma como ele vinha atuando, mostrando um ímpeto de artilheiro que nem mesmo na sua passagem fantástica pelo Palmeiras em 93/94 ele havia exibido. E foi justamente contra o arqui-rival Flamengo que saiu o gol histórico que pôs fim àquele recorde. No dia 3 de dezembro de 1997, seu terceiro gol no jogo, fazendo 3x1 no Urubu fez a galera ir à loucura no Maracanã. Aos gritos do funk que era sucesso na época, os vascaínos extasiados tinham vários motivos para comemorar aquele momento inesquecível: a eliminação dos rivais, a vaga na final e o recorde do seu ídolo! Clique aqui e veja o Especial dos 10 anos do jogo Vasco 4 x 1 Flamengo com Edmundo batendo o recorde de gols numa edição do Campeonato Brasileiro.
 Parte II Foi em uma quinta-feira, em São Januário, no dia 11 de setembro de 1997 (data que ficaria marcada quatro anos mais tarde pela queda das Torres Gêmeas em Nova Iorque), com apenas 1.313 pagantes, que Edmundo alcançou um feito inédito em Campeonatos Brasileiros: ao marcar seis gols em um mesmo jogo (por sinal, todos os gols daquela noite), ele se tornou o maior artilheiro em uma só partida em toda a história. Anteriormente, apenas seis atletas haviam conseguido anotar cinco gols em um só encontro, dentre os quais o ídolo Roberto Dinamite. Os outros eram Ronaldo (Cruzeiro), Edmar (Guarani), Nunes (Flamengo), Bira (Remo) e Anselmo (Botafogo-PB). Clique aqui e veja o Especial dos 10 anos do jogo Vasco 6 x 0 União São João com Edmundo batendo o recorde de gols num jogo de Campeonato Brasileiro.
VÍDEOS (Youtube - Clique no jogo para ver o vídeo)
*Alexandre Mesquita é pesquisador de futebol e autor do livro "Clássico Vovô", juntamente com Jefferson Almeida, 2006, edição dos autores. |
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