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NETVASCO - 11/07/2007 - 02:36 - Prestes a ser pai, Jorge Luiz quase abandonou o futebol por duas vezes

Depois de viver momentos de altos e baixos em São Januário, Jorge Luiz definitivamente parece ter conquistado seu espaço na Colina. Desde a chegada de Celso Roth, há quase três meses, o zagueiro reconquistou sua posição entre os titulares e não saiu mais da equipe. A prova da confiança do treinador no futebol de Jorge Luiz foi confirmada com a braçadeira de capitão, na ausência de Romário.

- Realmente é uma honra ser capitão do Vasco. Batalhei muito para reconquistar meu espaço. Atravesso a melhor fase da minha carreira, mas quero melhorar ainda mais - disse.

A gravidez da esposa Cláudia, que, em setembro dará à luz a primeira filha do casal, Maria Eduarda, apenas confirma a boa fase do novo capitão cruzmaltino, que sonha com dias ainda melhores na Colina.

- Até agora, considero 2007 o melhor ano de minha vida. Minha esposa está grávida e tive o reconhecimento de meu trabalho com a braçadeira de capitão. No mínimo, quero a classificação para a Libertadores, mas também sonho com o título brasileiro - disse o zagueiro.

Carioca de Bangu, Jorge Luiz rodou até conseguir destaque em sua cidade de origem. Uma experiência marcante foi a passagem pelo Confiança (SE), onde ficou cerca de sete meses sem salários, mas conquistou o primeiro título da carreira, o Campeonato Sergipano de 2003.

Embora se considere um líder, dentro de campo, Jorge Luiz é um capitão de poucas palavras. Mais do que falar ou gritar, ele acredita que passa suas melhores instruções quando está em ação.

- Em campo sou muito dedicado, mas falo pouco. A determinação é meu lema. Não desisto nunca de uma jogada e, dessa maneira, acabo inflamando toda a equipe. Nunca havia trabalhado com Celso Roth, mas ele confia no meu poder de liderança - disse.

Com contrato até dezembro, ele despertou o interesse de um clube de Portugal, mas a proposta foi rechaçada pelo Vasco.

Jorge quase abandonou o futebol

A jornada de Jorge Luiz até aportar em São Januário foi marcada por muitos percalços. Ele começou a carreira no Bangu, clube que defendeu dos 13 aos 19 anos. Até os 17 anos, o dinheiro da passagem para os treinos vinha do salário como mecânico de bicicletas na oficina do irmão Rogério. A dor da dispensa em 2001 aumentou ainda mais após a morte de seu pai, Jorge Justino, seu maior admirador.

- Foi um momento delicado. Meu sonho de virar jogador parecia mais distante e, depois da morte de meu pai, pensei em abandonar tudo - disse o zagueiro, que também cogitou a aposentadoria na época em que defendeu o Confiança (SE):

- Estava com 21 anos, uma idade importante na vida. Não recebia havia sete meses. Tive medo, mas insisti no meu sonho e estou tendo a recompensa agora.

TRAJETÓRIA NO VASCO

Início: Sob o comando de Renato Gaúcho, Jorge Luiz disputou 44 partidas como titular, mas perdeu a vaga após a chegada do argentino Emiliano Dudar.

Sem chances: após a chegada do zagueiro Júlio Santos, Jorge chegou a ser a quarta opção para a zaga e nem sequer ficou no banco de reservas em algumas partidas.

Redenção: Na Era Celso Roth, o zagueiro é absoluto. Homem de confiança do treinador, ele reconquistou a posição entre os titulares e tem sido o mais regular dos três zagueiros do esquema 3-6-1. Seu bom momento foi coroado com a braçadeira de capitão do Vasco.

NOVO XERIFE

10 PARTIDAS seguidas disputou Jorge Luiz sob o comando de Celso Roth.

3 VEZES Jorge Luiz já desempenhou a função de capitão no Brasileiro.

Fonte: Lance