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NETVASCO - 27/05/2007 - 03:38 - Valdir e Mauro Galvão falam sobre peso da idade

Até que ponto vale ter um veterano no time? Qual o perfil do jogador acima dos 30 que ainda interessa aos grandes clubes? Perguntas como essas estão em voga graças à nova realidade do futebol brasileiro. A maior paixão do país tem se caracterizado, nos últimos tempos, pelo êxodo crescente de jovens talentos. Quem atua no Brasil é o prodígio em ascensão ou os que padecem na curva descendente da carreira. Assim, nomes como Edmundo, Romário, Petkovic e Vampeta seguem em evidência. Por bem ou por mal.

Segundo o técnico do Palmeiras, Caio Júnior, a grande fase de Edmundo tem a ver com os cuidados que o clube tem para com ele.

- Aos 36 anos, o Edmundo não tem a mesma força e velocidade, mas ganha em técnica e na experiência - ressalta. - Facilito ao evitar que se desgaste. O importante é ele não se violentar, correndo atrás de bolas bobas nas laterais.

Sérgio Parucker, o fisiologista do Figueirense que, em 2005, "ressuscitou" o atacante no momento em que Edmundo estava em baixa, defendendo o modesto Nova Iguaçu, é só elogios à conduta do atleta.

- A disposição dele foi fundamental - conta. - Ele não faltava a treinos, mudou seu estilo de vida e, com a ajuda de vitaminas, sais minerais e aminoácidos, recuperou o seu melhor futebol.

A evolução da medicina teve um papel preponderante na nova ordem do mercado, que aceita de bom grado a presença de veteranos.

- A expectativa de vida do ser humano aumentou em 25 anos - explica Altamiro Bottino, fisiologista do Botafogo que permitiu ao meia Valdo se destacar aos 40 anos de idade, em 2003. - Isso influencia, proporcionalmente, no futebol. Mas há um tripé que caminha junto nessa questão: qualidade do sono, da alimentação e do treino. Não adianta um quesito sem o outro.

Há certas reticências. O técnico Evaristo de Macedo crê que as seguidas transferências de jovens abrem vagas aos mais velhos:

- Se o Brasil não exportasse tantos, estes veteranos, fora poucas exceções, não estariam em grandes clubes. Sem craques, quem está em fim de carreira mas ainda conserva certa técnica tem vez no Brasil.

Mano Menezes, comandante do Grêmio, time que conta com os vividos Tuta e Amoroso no ataque, discorda. Para ele, o veterano que interessa é o bom profissional.

- Se um jogador chega aos 35 financeiramente resolvido, para jogar no Brasil tem que gostar do que faz. É necessário regrar sua vida, para que continue competitivo.

Técnico do Internacional, Gallo, que quando dirigia o Sport solicitou a contratação do ex-santista Giovanni, não escala time por idade.

- Tudo na vida precisa de equilibrio - filosofa. - No futebol, os veteranos trazem os caminhos do campo, têm o jogo na cabeça bem definido, enquanto os mais jovens contribuem com explosão e velocidade. Jogador tem que ser analisado pelo momento, seu dia-a-dia. Não é bom pensar no que fez ou poderá fazer.

Caio Júnior pensa assim. E confia que os veteranos atuarão cada vez mais se forem exigidos de forma mais esparsa.

- A vida dos europeus é mais longa porque lá se joga apenas nos finais de semana, fora um time ou outro. Caso o nosso calendário se mantenha assim, com partidas apenas aos domingos, vários atletas estenderão a carreira.

Artilheiro do Carioca de 2004, pelo Vasco, Valdir Bigode, hoje aos 35 anos e sem clube, é partidário dessa ideologia. Para ele, a presença dos mais experientes só vem a enriquecer o esporte.

- Quando eu era jovem, adorava aprender com os mais velhos. Hoje sou veterano, sim, mas sei que ainda posso jogar mais um ou dois anos. A cultura do futebol brasileiro é que transforma gente de 30 anos em acabado. Mas veja o caso do Maldini, do Milan, que acabou de vencer o torneio mais importante do planeta depois da Copa do Mundo. Quem não o quer?

O ex-zagueiro Mauro Galvão, que encerrou sua trajetória nos campos quase aos 41 anos, em 2002, afirma que o veterano ajuda por já ter passado por muitas situações.

- Só idade não adianta - pondera. - Tem que saber liderar, se relacionar com os mais jovens. Assim, o jogador experiente fica importante não só dentro como fora de campo também.

Fonte: Jornal do Brasil




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