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NETVASCO - 06/05/2007 - 14:29 - Natação: Pan do Rio não terá atletas de clubes cariocas

Os clubes do Rio de Janeiro já foram os grandes celeiros da natação brasileira. Neste domingo, com o final do Troféu Maria Lenk, antigo Troféu Brasil e última chance de classificação para os Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho, o verbo no passado não poderia ser mais adequado. Após formar a base do time de natação no Pan de Winnipeg, há oito anos, no Pan do Rio de Janeiro, os clubes da cidade não terão nenhum representante.

"Não é surpresa nenhuma. Só tem representantes no Pan-Americano quem trabalha. E hoje nenhum clube do Rio de Janeiro trabalha esportes olímpicos", dispara o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes.

Em 1999, Flamengo e Vasco formaram supertimes, contando com atletas como Fernando Scherer e Gustavo Borges. Quatro anos depois, em Santo Domingo-2003, as duas equipes já estavam em declínio, mas ainda tinham representantes, como a musa Mariana Brochado, nadadora do Flamengo, que ganhou duas medalhas na República Dominicana.

Hoje, Mariana é justamente o retrato do ocaso da natação carioca. A atleta, que já foi considerada uma das esperanças da natação brasileira, não vai ao Pan. Ainda atleta do Flamengo, ela era a única esperança real do Rio de Janeiro de contar com uma representante no time brasileiro.

Em sua especialidade, os 400m livre, foi apenas a quinta colocada, vendo Monique Ferreira e Manuella Lyrio ficar com os lugares no time brasileiro. Apesar de não culpar a falta de apoio, seu técnico, Marcos Lamá, admitiu que a opção por continuar no Rio de Janeiro pode ter sido um dos motivos para o fracasso. "Ela tinha proposta de outros clubes. Mas não saiu porque estuda (direito) na PUC e mora na Gávea", tentou explicar Lamá.

O êxodo, aliás, é a grande solução para os atletas que surgem na cidade. Apesar de não contar com nenhum representante de um clube do Rio de Janeiro no Pan, a equipe brasileira na competição terá, sim, nadadores cariocas. Um exemplo é Gabriel Mangabeira. Aos 24 anos, ele já defendeu Flamengo, Vasco e Fluminense. Hoje, vive e treina em Frankfurt, na Alemanha, e é atleta do Minas Tênis, de Belo Horizonte.

"A gente pensou que com o Pan aqui, os clubes iriam se mobilizar, mas isso acabou não acontecendo. É realmente uma pena. A natação carioca já foi a melhor do Brasil. Quando eu comecei, os clubes do Rio eram os melhores do Troféu Brasil, hoje não estão nem entre os dez melhores. Alguma coisa tem de mudar", afirma o nadador, classificado para o Rio 2007 nos 100m borboleta.

Outro carioca classificado é Armando Negreiros, 19 anos. Ex-nadador do Botafogo, hoje ele defende o paulista Pinheiros. Pelo esporte, deixou o Rio, sua cidade natal, para se aventurar em São Paulo. Ele acompanhou o técnico, Marco Veiga, que trocou de clube.

"Aqui no Rio estava complicado quando falávamos de estrutura. No Pinheiros, temos tudo o que precisamos para evoluir no esporte. No Botafogo, mesmo sendo uma das melhores infra-estruturas do Rio, na minha época não tinha piscina aquecida para o inverno", lembra o atleta.

Segundo o técnico Marcos Lamá, da equipe do Flamengo, a culpada disso é a cultura clubística da cidade. "A natação acabou no Rio de Janeiro e os clubes não ligam para isso. Aqui é só futebol. Não sei como os outros esportes ainda não acabaram na cidade", reclama.

Presidente da CBDA, Coaracy engrossa o coro. "Aqui é futebol. Eles estão dispostos a pagar R$ 400 mil para um jogador e não querem pagar um décimo disso para uma equipe de natação. Com isso, daria para fazer umas 80 equipes de natação, mas não existe interesse", reclama o dirigente.

As soluções, segundo os envolvidos, é usar modelos que estão dando certo no Troféu Maria Lenk, que terminou neste domingo nas piscinas do Parque Aquático Júlio De Lamare. O Pinheiros, por exemplo, é um clube que não possui equipe profissional de futebol e usa toda a verba destinada aos esportes, nas modalidades olímpicas.

Já a Unisanta, a Universidade Santa Cecília, de Santos, usa um modelo norte-americano, usando o sucesso esportivo como ferramenta de marketing. "O esporte só sobrevive em clubes que não tem futebol, como o Pinheiros, ou em projetos como o da Unisanta. Porque um clube como o Flamengo não pode fazer uma parceria com uma universidade? Seria um caminho", ensina Coaracy.

Fonte: UOL




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