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NETVASCO - 30/03/2007 - 15:40 - Tenista 'frustrado', Leandro Amaral quer dar passe para 'milésimo'

Não é apenas o atacante Romário que pretende reservar seu lugar na galeria do futebol com o "milésimo" gol. Seu companheiro de ataque no Vasco, Leandro Amaral, também sonha em ser "eternizado" à reboque desse feito.

Tranqüilo com a condição de coadjuvante, Amaral projeta dar o passe para o Baixinho atingir a sonhada meta. "Seria uma oportunidade de eu entrar para a história. Ficaria muito feliz se pudesse participar do 'milésimo' gol", disse o atacante em entrevista exclusiva ao Pelé.Net.

No entanto, para que pudesse atuar ao lado de Romário, Leandro Amaral teve de se adaptar, modificando sua maneira de jogar. Acostumado a ser referência no ataque, o atleta passou a se movimentar mais na linha de frente, o que, segundo ele, trouxe benefícios: "Isso acabou até me valorizando".

Revelado na segunda metade da década de 90 na Portuguesa, Leandro Câmara do Amaral deixou para trás as frustradas passagens por São Paulo, Palmeiras e Corinthians e voltou aos holofotes com o sucesso no Vasco, clube que defende desde setembro do ano passado.

Atual artilheiro do Estadual do Rio - com dez gol marcados, e principal 'garçom' de Romário, o jogador não pensa em parar na ajuda ao companheiro e traça planos ousados. "Seleção brasileira é um grande objetivo. Com esse bom trabalho que venho realizando no Vasco, acho que posso chegar lá", ressaltou.

Casado e pai dos trigêmeos Filippo, Valentina e Lorenzo, o jogador revelou também sua paixão por um esporte que ganhou destaque no Brasil há poucos anos: o tênis. Aliás, Amaral afirma que essa poderia ser uma alternativa caso não atuasse nos gramados.

Confira a entrevista do centroavante na íntegra:

Pelé.Net - Faltando apenas um gol para o "milésimo" do Romário, você sonha em dar o passe para que ele alcance a tão sonhada marca?

Leandro Amaral - Eu ficaria muito feliz se pudesse participar desse "milésimo" gol. Nos últimos jogos, eu venho dando passes e fazendo jogadas para ele, mas essa oportunidade iria realmente entrar para a história. Ele é um mito do futebol, um jogador diferenciado e um dos melhores atacantes que já vi jogar. Por onde o Romário passou, sempre fez história. Seria ótimo ajudá-lo a escrever mais essa página.

Pelé.Net - Você se espelha no Romário no que diz respeito a atuar até a faixa dos 40 anos?

Leandro Amaral - Com certeza. É bacana vê-lo jogando até essa idade, mas não sei se eu conseguiria chegar lá da maneira que ele joga, porque 41 anos é muita coisa. Isso depende muito do clube. Aqui no Vasco ele tem um tratamento diferenciado e treina um pouco menos, até mesmo pela idade. Para mim, quanto mais longe eu for, melhor.

Pelé.Net - Quando o Jean era seu companheiro de ataque no Vasco, você atuava mais centralizado na área. Com a entrada do Romário na equipe, você teve de mudar muito sua característica de jogo?

Leandro Amaral - Mudei bastante minha maneira de jogar, sim. Agora tenho que cair mais pelas laterais, já que o Romário fica mais fixo. Mas isso acabou até me valorizando porque eu participo um pouco mais do jogo. Acho que sou o cara que tem mais assistências no campeonato, com nove ou dez, e ainda sou o artilheiro ao lado dele [Romário], com dez gols. Mesmo assim, agora está difícil fazer gol toda hora.

Pelé.Net - Além da Portuguesa, você chegou a atuar em clubes grandes, como São Paulo, Palmeiras e Corinthians, mas não conseguiu se firmar. O que atrapalhou você nessas equipes?

Leandro Amaral - Não me firmei porque joguei muito pouco, não conseguia ter uma seqüência como titular. No São Paulo, eu entrava nos jogos faltando 15 minutos para o fim e a cobrança era muito grande. Além disso, na época o clube tinha o Luís Fabiano e o Reinaldo no ataque, um com 15 gols e outro com 13 no Brasileiro. Outra coisa que me atrapalhou bastante foi a lesão que eu tive no joelho. Estava parado havia sete meses antes de chegar ao São Paulo e o campeonato já estava na metade. Mas acho que se eu tivesse encontrado um cara como o Renato [Gaúcho], eu poderia ter me dado bem. Ele passa muita confiança aos jogadores.

Pelé.Net - Apesar de estar com 29 anos, você ainda planeja coisas como voltar à seleção brasileira e atuar no futebol europeu?

Leandro Amaral - Planejo, sim. Com esse bom trabalho que venho fazendo no Vasco, a seleção brasileira é um grande objetivo. Acho que tenho tudo para chegar lá. Como já fui convocado algumas vezes, sei como o jogador se valoriza e isso facilita uma ida para a Europa. Quando você veste a camisa da seleção, as pessoas passam a te olhar de outra maneira.

Pelé.Net - Coincidência ou não, você se destacou na Portuguesa, e agora no Vasco, duas equipes da colônia portuguesa. O que você acha dessa curiosidade?

Leandro Amaral - Acho isso legal. Sempre me dei super bem com eles [portugueses], principalmente lá na Portuguesa, que é um time mais tradicional da colônia. Aqui no Vasco encontro muitos torcedores portugueses e fico feliz por fazer parte da colônia.

Pelé.Net - Por essa sua ligação com os portugueses, você pensa em jogar nesse país?

Leandro Amaral - Portugal hoje é uma grande vitrine, tanto que muitos brasileiros estão jogando lá. A organização do futebol deles também é grande. De vez em quando falo com o Andrade [ex-volante do Vasco, que atualmente defende o Sporting Braga] e ele fala super bem dos clubes portugueses.

Pelé.Net - Sua esposa Tatiana comentou que se você não fosse jogador de futebol, seria tenista. Você acha que poderia alcançar o sucesso também nas quadras?

Leandro Amaral - Acho que sim (risos). Eu gosto muito de jogar. Até ela [esposa] mesma joga comigo, mas é mais na brincadeira, trocando bolas. Quando me envolvo com algum esporte, entro de cabeça, me dedico mesmo. O tênis é um esporte muito interessante.

Fonte: Pelé.net