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NETVASCO - 08/09/2005 - 18:57 - Judô do Brasil segue exemplo do Vasco e faz 'propaganda grátis'

A lógica do marketing esportivo diz que as empresas devem oferecer verba aos competidores em troca da divulgação de suas marcas. A CBJ (Confederação Brasileira de Judô), porém, inovou esse preceito e estampa desde julho a logomarca da Infraero nos uniformes da seleção brasileira sem receber um tostão por isso.

No Mundial de judô que começa hoje no Cairo, novamente a estatal que administra os aeroportos do país terá propaganda gratuita. O Brasil busca a sua primeira medalha de ouro na competição com os peso-pesados Priscila Marques e Walter Santos e com o meio-pesado Luciano Corrêa.

A iniciativa de divulgar a marca da empresa antes da assinatura do contrato partiu da confederação.

"A Infraero é uma empresa de credibilidade e sempre confiamos em suas intenções em relação ao judô. Com isso [a divulgação antes do contrato assinado], mostramos que queremos seriedade e também devolvemos a confiança antecipada depositada por eles em nós", afirma Paulo Wanderley Teixeira, o presidente da CBJ.

Segundo o superintendente de comunicação social da Infraero, Nunzio Briguglio, a assinatura do documento deve acontecer ainda neste mês. O compromisso será válido até o Pan-2007.

Até o final deste ano, a empresa pagará R$ 300 mil à confederação. De janeiro do ano que vem até julho de 2007, quando acontece a competição no Rio, serão repassados mais R$ 500 mil.

Em contrapartida, a CBJ deve instalar academias de judô nos arredores dos aeroportos administrados pela empresa.

Segundo Gustavo Oliveira, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo, não há ilegalidade no fato de a entidade fazer a divulgação gratuita da estatal. "É um ato de gestão." Mas, a partir do momento em que a marca é ostentada nos quimonos dos atletas, eles passam a ter direitos pelo vínculo de sua imagem ao nome da empresa. "Esse direito também pode ser cedido gratuitamente, mas depende da anuência expressa dos judocas", explica.

Wanderley esclarece como os recursos serão revertidos aos atletas: "Nosso acordo com a Infraero vai englobar várias esferas, como seleção, institucional, judô social, competições nacionais. Os atletas serão beneficiados segundo seus resultados e com a estrutura de treinos e competições". Antes mesmo desse benefício ser efetivado, a estatal já cogita ampliar o patrocínio até Pequim-08.

"Teoricamente, vamos renovar. O contrato está muito barato. Só o que eu já tive de exposição de mídia pagou isso tudo", afirma Briguglio. Mas a CBJ diz não contar com isso para tentar aumentar o valor do patrocínio já. "Trabalhamos com os pés no chão. Tudo vai acontecer a seu tempo", declara Wanderley.

Vasco anunciou sem cobrar na final de 2000

No futebol, o caso mais famoso de uma propaganda grátis foi protagonizado pelo Vasco, na final da Copa João Havelange de 2000, jogo que marcou o último título nacional do time.

Na ocasião, o presidente do clube, Eurico Miranda, com o objetivo de protestar contra a Globo, dona dos direitos de transmissão da competição, estampou gratuitamente o logo do SBT no uniforme vascaíno.

Foi uma represália contra o tratamento que a emissora carioca deu à queda do alambrado de São Januário na segunda partida da decisão contra o São Caetano. Segundo Eurico, o acidente ganhou proporções maiores pela forma como foi noticiado na ocasião.

O incidente deixou 210 torcedores feridos, o que impediu que o jogo continuasse. Posteriormente, o confronto foi remarcado para o Maracanã, quando o Vasco se apresentou ostentando a marca da TV de Silvio Santos em suas camisas.

Eurico nunca manifestou ter se arrependido da iniciativa, mas reclamou que, depois de ter oferecido a propaganda gratuita ao SBT, seu clube passou por dificuldade financeira porque sofreu boicote da Globo quando tentava patrocínios.

Desde aquela final, o Vasco só conseguiu mais um título, o Estadual de 2003. (LF)

Fonte: Folha de São Paulo

Notas da NETVASCO: (1) O número oficial de feridos foi de 168, três com gravidade. (2) Eurico mandou correspondência ao SBT justificando a exibição da marca da empresa como uma "homenagem".



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