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NETVASCO - 03/09/2005 - 12:00 - Júnior Baiano afirma que mentiu ao se declarar vascaíno

Raimundo Ferreira Ramos Júnior assinou seu nome na lista de visitas da sala de troféus do Flamengo. Pela primeira vez na vida, Júnior Baiano, como é mais conhecido, pôde ver de perto muitos dos prêmios conquistados pelo Flamengo ao longo da história e estranhou não ver uma homenagem a Zico.

Baiano é o único jogador do atual elenco remanescente de uma fase gloriosa do clube. Afinal, o zagueiro esteve presente na conquista da Copa do Brasil, em 90, e do Brasileiro de 92. Além de falar sobre sua vida em entrevista exclusiva ao Jornal dos Sports, Júnior Baiano garantiu que pretende jogar por mais um ano e que quando encerrar a carreira será técnico de futebol. Se comandasse a Seleção Brasileira, deixaria Robinho no banco e escalaria Ronaldo e Adriano juntos. Declarou-se fã de Maradona e falou sobre os mistérios da final da Copa de 98

Mais maduro, o zagueiro continua sendo uma pessoa sincera (muitas vezes mal interpretada), sem medo de dizer o que pensa, raridade no futebol hoje em dia. Reincorporado ao elenco principal, Júnior Baiano prepara a sua volta e quer ajudar o time a se livrar do rebaixamento.

Início – Meus irmãos eram jogadores e comecei no Fluminense de Feira de Santana. Cheguei ao Flamengo em 1987, com 17 anos. Fui aprovado no teste dos juniores e, no ano seguinte, Telê Santana me puxou para o profissional. Cheguei a jogar com o Zico algumas vezes. Aí conquistei a Copa do Brasil, em 90, o Carioca, em 91, e o Brasileiro, em 92. Eu era violento. Comprava o barulho de companheiros como o Marcelinho Carioca e acabava brigando muito.

Telê Santana – Ele que me levou para o São Paulo, em 93. O Telê mudou minha vida. Me orientava e falava para eu não brigar. Disse uma vez que se alguém me desse um tapa e eu revidasse, ele mesmo cuidaria para não jogar nunca mais, em clube algum. Foi o principal treinador da minha carreira. Acho difícil que haja algum cara assim. Queria saber até onde eu investia meu dinheiro, se estava cuidando da minha família.

Família – Sou casado há 13 anos e não gosto de falar sobre a minha esposa, só dos meus dois filhos. O Patrick, de 10 anos, e a Patricinha, de sete. Esqueço dos problemas quando chego em casa p... e os vejo brincando. Me preocupo com a educação deles. Tenho quatro irmãos e dois primos. Somos muito unidos.

Alemanha – Fui para o Werder Bremen, em 95. Mas fizeram uma sacanagem comigo. Tinha combinado de receber US$ 30 mil de salários e só me pagaram 30 mil marcos. Aí na minha estréia fui o destaque de toda a rodada e resolveram me pagar isso, mas se eu aumentasse em um ano meu contrato. Só fiquei um ano lá e pedi pra ir embora. Não tive problemas de racismo e era muito querido pela torcida. Mas queria ser convocado para a Seleção e resolvi voltar para o Flamengo.

Copa do Mundo de 98 - Na Seleção tem aquilo: se perder, a culpa é do zagueiro, e se vencer, é mérito do atacante. Mas a Copa foi tudo para mim. Até hoje eu penso nisso. No que aconteceria na minha carreira se tivéssemos conquistado aquele título. Até porque, aqui no Brasil, segundo lugar não significa nada.

Caso Ronaldo – Deu mole quem deixou ele jogar aquela final. Todo mundo do elenco o viu tendo a convulsão. Ele estava roxo, quase da minha cor, babando e de olhos virados. Todos ficaram tranqüilos quando souberam que ele estava bem e que ele não ia jogar. Mas ninguém acreditou quando ele apareceu perguntando onde estavam a chuteiras dele. Ronaldo jogou aquela final dopado. Ele tomou um relaxante muito forte e todos estavam preocupados. Se ele não jogasse, acredito que o Brasil seria campeão. E ainda tem gente burra que diz que vendemos o título. Quem teria dinheiro para comprar um Ronaldo? Um Dunga? Um Cafu? Eu seria o mais barato de todos (risos).

Vasco – Foi uma passagem feliz. Conquistei títulos importantes (Brasileiro e Mercosul, em 2000) e dei alegria ao meu pai, que é vascaíno. Mas sou flamenguista e só disse que torcia para o Vasco para amenizar a torcida. Me perguntaram e eu respondi isso.



Ânderson Barros – Não bato de frente com ninguém. Mas também não sou mais criança. Quero respeito. Não sou de ficar fazendo fofoca com jogador.

Celso Roth – Não gosto nem de lembrar o que ele fez comigo. Foi errado me afastar, ainda mais da maneira que foi, e ainda falar que eu dava dinheiro para a torcida. Foi uma sacanagem.

Fama – Comigo tudo é diferente. Um comentário pequeno que eu faço se transforma em algo muito maior. Ainda me confundem com o meu início de carreira. Eu era moleque e não me preocupava com nada. Muita coisa mudou na minha vida de lá para cá. Hoje sou mais tranqüilo e mais maduro. Não tenho inimigos no futebol. Sou marcado pelas coisas do passado e para tirar essa fama é difícil. Mas um dia isso vai mudar.

Flamengo – Se estivéssemos com esse time desde o início do ano, estaríamos em uma situação melhor no Brasileiro. Individualmente, temos um elenco que não deve nada a ninguém. Quando comecei aqui, o Isaías Tinoco era um dos coordenadores e era muito sério. Hoje falta cobrar um pouco mais. Não só dos mais jovens. Hoje o futebol é mais profissional e cada um tem de pagar por aquilo que faz. Não se pode passar a mão na cabeça de ninguém.

Torcida – Igual à torcida do Flamengo não existe. Isso aqui é muito especial e contamos com ela para sairmos dessa fase.

Romário – Foi o melhor atacante que eu vi jogar. Não devia ter sido cortado da Copa de 98. Se ele estivesse lá poderia jogar aquela final e seria um cara que falaria para barrar o Ronaldo. Mas o jogador mais completo que vi foi o Maradona.

Ídolos – Me espelhei em três zagueiros: Aldair, Mozer e Leandro. Tive o prazer de jogar com o Leandro. Foi um sonho realizado. Se hoje domino uma bola no peito e saio jogando, é por causa dele.

Sala de troféus – Nunca tinha vindo aqui. Faço questão de assinar meu nome. Afinal, contribui um pouquinho pra isso aqui né? (risos) Estranho é não ter um busto em homenagem ao Zico. Se ele passasse aqui e falasse que iria levar os troféus que ajudou a conquistar, essa sala ficaria vazia (risos).

Drogas – Aquilo que aconteceu na época do Vasco foi uma sacanagem. Falaram que fiz uma coisa que não faço nunca. Essa história recente do processo na Bahia também não foi nada. Meu nome foi citado em uma conversa e um amigo policial é que estava falando com um traficante. Aí junta uma coisa com a outra. Dou atenção a todo tipo de pessoa. Se um bandido falar comigo, vou virar a cara e ignorar ? Claro que não. Mas isso não quer dizer que tenho algum tipo de envolvimento. A única droga em que sou viciado e não escondo é uma cerveja geladinha. É a única loira da minha vida (risos).

Andrade e Adílio - Os dois conhecem bem o Flamengo. Adílio foi criado aqui e está começando agora. Deu sua vida pelo Flamengo. O Andrade conhece o grupo há mais tempo e sempre segura o pepino. Ele tem condições de ser técnico daqui e torço por ele.

Futuro - Tenho contrato com o Flamengo até 31 de dezembro desse ano. Se quiserem renovar, eu fico. Vou jogar até o fim do ano que vem com certeza. Depois não sei se encerro a carreira. Mas quando isso acontecer, vou ser treinador. Não pretendo ser empresário. Hoje em dia esse pessoal ganha mais dinheiro que jogador. Isso não é certo.

Fonte: Jornal dos Sports


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