Netvasco - 06/08 - 02:52 - Juninho minimiza decisão da Justiça que o devolve ao Vasco

No Rio, o Vasco garante que a situação de Juninho Pernambucano está sob controle e que o único caminho agora, depois de uma pendenga judicial que vem desde 2001, é o clube receber uma indenização pela sua transferência unilateral para o Lyon. Na França, preparando-se para estrear no Campeonato Francês amanhã, em Nice, e com a cabeça no amistoso da seleção brasileira contra o Haiti, em Porto Príncipe, o apoiador não acredita que o caso tenha o desfecho previsto pelos vascaínos.

Juninho minimiza o efeito que a decisão do juiz da 41ª Vara do Trabalho do Rio, que rejeitou o mandado de garantia que daria ao jogador condições de jogar pelo Lyon. No despacho, que será contestado pelos advogados do jogador, o juiz diz que o mandado não foi reconhecido e conseqüentemente sua transferência para a França seria ilegal.

Na época, a Lei do Passe ainda estava em vigor e o Vasco reclamava o pagamento de US$4 milhões, quantia que hoje teria caído pela metade.

— Meus advogados estão cuidando do problema. Estou tranqüilo porque isso é uma tentativa de atrasar a decisão final do caso. Quando assinei com o Lyon, em junho de 2001, não tinha mais contrato com o Vasco e saí porque me senti lesado — disse o jogador, através de sua assessoria.

Até o fim da disputa, Juninho terá atingido objetivo imediato que vem perseguindo desde que foi convocado para o amistoso que Brasil fará contra o Haiti, dia 18, em Porto Príncipe. Como bom pernambucano, ele pretende entregar ao seu conterrâneo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma camisa do Brasil:

— Ele é um exemplo para mim. Veio de baixo e com muita luta atingiu o cargo mais importante do país. É um exemplo a ser seguido e como pernambucano gostaria de dar a minha camisa para ele — afirma o jogador, orgulhoso por ser, depois do tetracampeão Rivaldo, o representante mais famoso de Pernambuco na elite do futebol brasileiro.

O curioso é que a decisão garantiu ao Vasco mais uma vez os direitos federativos e econômicos do jogador. Em dezembro do ano passado, depois da batalha jurídica que começara em março de 2001 no Rio, o Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, tinha devolvido ao clube os direitos federativos sobre Juninho.

O embrulho começou em agosto de 2001, quando o ministro Francisco Fausto, do mesmo TST, dera ganho de causa ao craque, que tinha conseguido na Justiça do Trabalho do Rio a liminar, esta mesma que a 41ª Vara do Trabalho, lhe garantia o direito de se desvincular do Vasco.

Com a liminar e contando com a liberação da CBF, Juninho se transferiu para o futebol francês, onde se tornou o principal jogador do Lyon que conquistou o título francês na temporada 2001/2002. Mas o Vasco recorreu e obteve a decisão favorável no último mês de 2003. O vice-presidente jurídico, Paulo Reis, alertava que o clube teria de se apressar na luta para conseguir uma indenização junto ao Lyon e também ao jogador, porque suas previsões em relação ao desfecho do caso eram pessimistas.

— É briga para seis anos no mínimo — repete Paulo Reis sempre que surge uma novidade sobre a batalha.

Provando que a previsão de Reis não está longe da realidade, os advogados de Juninho mostram que estão dispostos a continuar na luta para que ele e o Lyon não sejam obrigados a indenizar o Vasco. O prazo dado pela Fifa ao Lyon para que entrasse em acordo com o Vasco, na semana passada, foi ignorado e o clube denunciou o desinteresse à entidade.

Anteontem, quando o juiz da 41ª Vara do Trabalho reconheceu os direitos do clube, a advogada Gislaine Nunes avisou que a decisão não era definitiva e prometeu se movimentar para mudar o quadro. Ontem, em Brasília, ela cumpria a palavra e se preparava para recorrer às instâncias superiores.

Fonte: O Globo