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Netvasco - 27/06 - 12:49 - Muriqui ganha um banho de loja

Com dez pontos e freqüentando a fronteira da zona de rebaixamento desde o começo do Campeonato Brasileiro, o Vasco enfrenta o Internacional, às 16h, no Beira-Rio, com um time que o técnico Geninho considera superior ao que empatou com o Paraná na semana passada. Uma das razões dessa certeza é a volta de Petkovic, que cumpriu suspensão automática. A outra é a aposta cada vez mais clara que Geninho e o Vasco vêm fazendo em Muriqui, companheiro de ataque de Valdir hoje.

Aos 18 anos, o atacante passou a receber nos últimos dias atenção e proteção especiais só dedicadas às grandes promessas, jogadores em quem clubes e empresários só investem quando têm certeza absoluta de retorno. No meio da semana, ao lado de seu procurador Anselmo Paiva, Muriqui ganhou um banho de loja num shopping do Rio.

Mas, a esta altura, a luz vermelha já estava acesa tanto em São Januário como em Conselheiro Galvão. Porque vinha sendo muito exposto na mídia, ficou fora das entrevistas. Uma atitude para a qual Muriqui não viu razão:

— Quem tem esse tipo de preocupação pode ficar tranqüilo porque não vou deixar que isso me atrapalhe.

Luis Guilherme da Conceição Silva mostra convicção ao falar, mas é tímido, parece desconfiado e não demonstra emoção. Até mesmo quando exibe as roupas compradas, guardadas no armário trancado a cadeado na concentração dos juniores do Madureira, a expressão é séria. Temperamento reservado, que provavelmente vem de sua origem, da ainda tranqüila Vila Muriqui, distrito de Mangaratiba, distante 90 Km do Rio, onde nasceu e mora sua família. Lá, ele é conhecido apenas por Gui.

Em alguns pontos, ele mostra a invejável qualidade típica dos interioranos: fidelidade às origens. O sonho de ascensão social é inegável, mas Muriqui preferiu continuar morando na concentração do Madureira, onde diz se sentir em casa, em vez de se mudar para São Januário. Nos testes que fez com Maria Helena Rodriguez, um detalhe chamou a atenção da psicóloga do Vasco.

— Ela disse que minha avaliação foi boa, normal, mas que sou ingênuo em alguns aspectos — revela o atacante.

Muriqui, que parou de estudar no primeiro ano do segundo grau, guarda seus mistérios. Um deles: uma das razões que o levaram a ficar em Madureira é a namorada. Uma de suas virtudes evidentes é mostrar que mantém os pés no chão. Ele sabe que ainda precisa provar que tem talento e se diz preparado para voltar à estaca zero, ao banco:

— Quando fui escalado sabia que poderia voltar à reserva de uma hora para outra. Acho que posso me dar bem, mas sei que corro esse risco.

Ganhando cerca de R$ 1,5 mil por mês, Muriqui diz que ainda é cedo para alimentar o sonho de comprar um carro, embora tenha melhorado de grana. As longas distâncias entre Conselheiro Galvão e São Januário ou Vasco-Barra ele curte de carona com os zagueiros Fabiano ou Gomes ou o goleiro Márcio. Quando vai matar as saudades da família em Muriqui, é de van mesmo.

— Toda essa exposição foi prematura, mas pelas conversas que temos diariamente ele vem assimilando tudo com naturalidade — diz Anselmo.

No braço direito, a tatuagem do nome Vera entre duas estrelas é a prova evidente do carinho por sua mãe. Integrante de uma família numerosa, que na maior parte do tempo viveu junta no terreno onde seu avô Dilermando criou a tropa com a ajuda da mulher Devani, cozinheira de mão cheia que nos velhos tempos tornou sua pensão uma das mais concorridas da cidade, Muriqui tem dois irmãos: Wendell, de 7 anos, e Jorge Isidro, de 22, que tentou a sorte no modesto Francisco Beltrão e no Atlético-PR:

— Eles, meu pai (Jorge), todos me dão conselhos.

O curioso é que o próprio Muriqui quase teve o mesmo problema do irmão mais velho. Em 99, foi dispensado dos juniores do Flamengo, até encontrar seu caminho em 2002, no Madureira, que detém 100% de seus direitos federativos.

— Santos e Vitória ofereceram um bom dinheiro, mas minha amizade com o Eurico foi decisiva para que ele fosse para o Vasco. O contrato de empréstimo é até o fim do ano, mas se for preciso a gente estende. Só tenho medo dessa exposição — afirma Elias Duba, presidente do Madureira.

Mas quem definiu de forma lúcida o que pode surgir dessa exposição foi seu Armando, de 94 anos, figura carimbadíssima de Conselheiro Galvão:

— Trata de jogar bem porque se não jogar a imprensa vai te espinafrar...

Fonte: O Globo




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